Vani Vaninha 28/02/2021
Dois dedos de prosa sobre Azul da cor do mar.
Aos onze anos, Rafaela, que passava as férias com a avó em Iriri, viu passar um garoto de uns 14 anos com sua mochila xadrez. Desde então ela fica sempre na janela, na esperança de ver o garoto novamente.
Na última vez que o viu, quando estava na praia com a avó, ele entrou no mar segurando um envelope e saiu com as mãos vazias. Ele encarou-a por um instante e foi embora.
Dez anos depois, Rafa se mudou de São Pedro dos Ferros, no interior, para a capital, Belo Horizonte, e está terminando o curso de jornalismo. Mas ela ainda não esqueceu O garoto, para quem ela sempre escreve cartas e poemas.
Ela consegue um estágio no maior jornal do Estado e teria ficado muito mais feliz se o seu mentor não fosse o insuportável Bernardo, que não a quer por perto, vive implicando com ela e se metendo onde não é chamado.
Aos poucos ela começa a se interessar por ele e pensar que talvez seja hora de deixar O garoto no passado. Mas a vida é uma caixinha de surpresas e é impossível saber o que o futuro lhe reserva.
Esse é o primeiro livro jovem adulto que leio da Marina. A estória é fofa. A narrativa é leve e divertida e me peguei rindo em diversos momentos. No entanto, a resolução de alguns conflitos se mostrou um pouco fora da realidade e achei a atitude do Bernardo, em determinado ponto, extremamente exagerada e imatura.
É uma boa leitura. Ideal para curar uma ressaca literária ou para um período de transição entre duas leituras mais densas.
Uma das coisas que mais gosto nos livros da autora é que as estórias se passam no Brasil, ao contrário de outros autores nacionais que ambientam suas estórias no exterior. São Pedro dos Ferros é um município de Minas Gerais e Iriri é um balneário localizado no município de Anchieta, no litoral sul do Espírito Santo. Como é bom ler o Brasil. Temos lugares e paisagens com potencial de render grandes estórias.