Lanny 30/06/2023
Primeiro livro dele e primeiro dele que li
Tive a oportunidade de comprar o box de Mistborn antes de sumir das lojas bem barato, mas não comprei porque não conhecia o autor. De lá para cá, li e vi muitas pessoas falando maravilhas da escrita do autor. Porém, as pessoas que li e vi falando essas maravilhas, são pessoas que buscam coisas diferentes de mim nas leituras.
Essas pessoas gostam de trama política, eu detesto. Mesmo porque eu não entendo uns 80% das manobras políticas que ocorrem e fico voando no rolê.
Essas pessoas também não gostam que a história tenha foco em romance e eu vivo pelo lema: Sem romance, sem reconhecimento.
Baseado nisso, eu tinha receio que os livros fossem realmente bons (eu não desmereço os livros porque eles não se encaixam no meu padrão), porém, não me empolgassem. Afinal, os livros do Sanderson não são nada curtos. Ler um calhamaço pra no fim dizer um "legal" murcho não era o que eu queria. Fora que os livros dele não são nada baratos.
Mas eis que um belo dia uma colega de trabalho se vira pra mim e diz que o filho tem uns livros em casa e se eu quisesse ela me doaria. Quem sou eu pra dizer não a livros doados? E no meio deles veio Elantris. Acho que meus olhos brilharam quando o vi. Era minha oportunidade de ler Sanderson sem gastar e era uma obra de volume único, então se eu não gostasse, poderia parar por aí.
Aqui estou eu agora pra dar 5 estrelas a esse livro.
Eu tinha dividido a leitura em 4 meses. Pra ler de 15 a 16 capítulos por mês, tem 2 meses isso e eu ontem li os 2 meses restantes porque chegou uma hora que não deu pra parar. Foi surto atrás de surto.
Eu não gosto de política, como já disse no início. Mas como tudo na vida que a gente não gosta, é porque a gente não entende. Mas a política desse livro ou é muito simples, ou é muito bem contada porque eu conseguia entender porque era ruim fulano e beltrano se unirem a cicrano. Ou porque essa ou aquela ação geraria um benefício pra esse ou aquele personagem.
O jogo de xadrez entre Hrathen e Sarene é emocionante. Daí mais pro fim você percebe que alguns peões eram na verdade bispos, torres ou reis que deram o xeque mate.
Raoden parece estar fora de combate por estar em Elantris, mas ele também move peças que afetam os demais do lado de fora. Ele é extremamente inteligente e perspicaz.
Como se isso não fosse suficiente, ainda me identifiquei com Sarene na questão pessoal por ser muito alta e muito intimidadora.
No quesito romance eu não tenho o que reclamar. Os que não gostam, dizem que não é o foco e não se incomodam com qualquer migalha que tenha. Eu gosto de romance de qualidade e não quantidade. Se o pouco que tem é bom, pra mim já vale e valeu demais. Passei o tempo todo ansiosa pra o encontro de Raoden e Sarene e depois pra que ela descobrisse quem ele era. E quando aconteceu, eu quase surto de tão bom que foi.
Hrathen é um personagem feito pra a gente odiar porque ele veio pra acabar com tudo. Mas no fim, tem gente mais odiosa que ele e você ainda consegue ter simpatia pelo gyorn.
Algumas pessoas falaram do rei Iadon, o considerando um fraco. Até mesmo Raoden fala da decepção com o pai. Mas eu achei que ele não mostrou quem era de verdade. Claro que as ações dele que Sarene descobriu foram horríveis, mas ninguém levou em consideração o decreto lido que já tinha sido elaborado dez anos antes. Aquele decreto não é ação de um tolo ou de um tirano.
Aplausos para essa história tão brilhante quanto a alma da cidade de Elantris.
E o veredicto final: lerei mais obras de Sanderson?
Pode ser que sim. Não vou dizer que não, mas também não vou correr atrás porque sinto que, apesar de ter amado esse livro, os outros não terão o mesmo sabor porque virão as semelhanças e as surpresas não serão mais tão surpresas assim. Então vamos com calma, lendo os livros únicos de tempos em tempos pra não cansar.