Debs 11/09/2020Bruto e sensívelHá alguns uns dias fui apresentada a este livro pelo chat do skoob...
Já vi em muitos perfis por aqui frases parecidas com essa “não gaste o seu tempo me chamando para indicar o seu livro”
Não julgo. Porém, não sou assim.
Sempre que tenho uma oportunidade de apreciar e valorizar nossos autores, faço com gosto. Especialmente quando as páginas são carregadas de alma.
E alma é algo que não falta na obra em questão. Alma, emoção.... Coração. Chame como quiser, mas não muda o fato de que é intenso, honesto e tocante.
Deu para sentir o significado de cada palavra. Realmente sentir!
É tão sincero que chega a ser brutal, porém, a escrita é delicada e sensível.
O sentimento me carregou em alguns momentos, e as lágrimas foram inevitáveis. Especialmente pq me reconheci em algumas das passagens.
Por vezes, achei que estava lendo meus pensamentos escondidos. As palavras que nunca consegui dizer.
Foi tão profundo, tão honesto, que eu apenas queria abraçar a autora. Só isso. Sem dizer nenhuma palavra, acho que elas não seriam necessárias, de qualquer modo.
Digo isso, não apenas pelas partes cruéis, mas pela coragem. Pela força de escrever um livro assim. De expor todas as dores, traumas e receios sem medo, com honestidade.
Creio, que seja um livro com alguns “gatilhos”
Trata de temas fortes, pesados. Temas que muitas vezes colocamos de lado nas nossas vidas. Por isso, pode ser que te pegue de surpresa e bata de frente com os seus sentimentos mais profundos.
Sabe quais são, né? Aqueles que não contamos para ninguém. Que guardamos a sete chaves pq simplesmente não sabemos nem por onde começar a explicar.
Mas vale muito ler! MUITO MESMO!
Recentemente li Fahrenheit 451 do Ray Bradbury. E teve uma frase nesse clássico que define completamente o livro da Laleska Alves.
Vou finalizar minha resenha com ela:
” […] E o que significa a palavra qualidade? Para mim significa textura. Este livro tem poros. Tem feições. Este livro poderia passar pelo microscópio. Você encontraria vida sob a lâmina, emanando em profusão infinita. Quanto mais poros, quanto mais detalhes de vida fielmente gravados por centímetro quadrado você conseguir captar numa folha de papel, mais “literário” você será. Pelo menos, esta é a minha definição. Detalhes reveladores. Detalhes frescos. Os bons escritores quase sempre tocam a vida. […]”