Gabriella.Chemello 22/05/2024
Manoel de Barros disse:
"as coisas que não tem nome são mais pronunciadas por crianças".
Esse livro inteiro é narrado por uma criança de 5 anos e o autor conseguiu, de certa forma, pronunciar essas coisas sem nome.
A leitura é como ver o mundo através dos olhos de criança, o que deixa ainda mais doído porque só depois de grande pra enxergar a dor na beleza daquilo que já nos foi perdido, a infância.
Bem, o livro começa com uma certa leveza, apesar das dificuldades da realidade de Zezé, que é de extrema pobreza, o livro se mantém em uma certa doçura ácida, até a segunda parte, onde a vida acontece, e também acontecem as perdas que fazem parte dela.
Zezé sente isso com muita força, carregado de toda a dor que ele já conhece.
Considerações finais: eu não tava preparada para tanta tristeza. Mas foi maravilhoso ler.
Além disso, é uma leitura fluída e rápida.