Rafael_Santiago 08/06/2024
Acho que de alguma forma ecoa a postura do Brasil?
?em relação aos demais países que compõem o que seria a ?América Latina?.
A ideia do livro pelo título e pelo autor (gosto muito do trabalho do Ariel Palacios) me fisgou de cara e comprei o livro na pré-venda esperando ter o cringe, o bizarro e o esdrúxulo também do Brasil. Mas não me atentei para a parte grafada com menos ênfase já na capa ?? dos vizinhos do Brasil?.
Quando chegou e vi, pensei, ?hmmm até tu Ariel?.
O livro possui uma narrativa meio macarrônica dado a pegada non-sense do cenário político da América Latina, nisso, tem passagens engraçadas, improváveis mas o excesso acaba cansando um pouco e produz uma narrativa que vez ou outra carece de repouso, para que o leitor possa processar aos poucos tanta loucura.
Meu capítulo favorito foi o do Uruguai (tem menos coisa ruim e a narrativa foi mais tranquila) o final é bem legal também.
Em relação a ecoar a postura do Brasil é pela forma como nos brasileiros nos excluímos do conjunto de países que compõem o que seria a América Latina. Ao ponto de sentarmos sobre nosso rabo político para apontar loucuras nos rabos políticos dos outros a nossa volta. Poxa: cringe, esdrúxulo e bizarro não falta no Brasil também. É um comportamento bem parecido com que os norte americanos fazem ao chamarem seu país de América e se denominarem americanos. Ora, nesse sentido, todos na América do Norte, Central e Sul, somos. Acho que nós brasileiros também replicamos em algum nível esse comportamento norte americano, aqui na América Latina. Seria pela extensão de nosso país, se for, o que isso de fato tem a ver?
Essa exclusão do Brasil acho que produziu uma narrativa incompleta, ou até parcial. O que celebra essa coisa de ?o Brasil e os países da América Latina? que cansamos de ouvir nos discursos políticos por aí. Um mal crônico.
A parte que fala de maluquices sobre a pandemia de covid-19 nem ensaia falar do Brasil, como se não tivéssemos tido nenhum treslouque por aqui nesse país, né? Enfim, parcial, infelizmente.
Tem umas argumentações sobre porque não incluir o Brasil, mas sinceramente não colou.
Fico esperando por um livro do Ariel que narre as inúmeras bizarrices que existiu, existe e vai continuar existindo no Brasil.
Não ter a visão do esdrúxulo, cringe e bizarro do Brasil partindo da experiência e visão de um correspondente internacional experiente (que pode ver o Brasil com os olhos dos outros estando lá fora, desculpa o pleonasmo em algum nível) foi uma oportunidade perdida? ?Que tistreza? [sic]