Eduarda1996 07/06/2024
"Somos uma família feliz. É assim que devo me sentir: feliz"
Depois de longos três meses sem celular, finalmente voltei com as minhas resenhas. Comprei esse livro em uma feira escolar, e não me arrependo nenhum pouco. Raphael Montes virou meu autor favorito de suspense, e tenho a expectativa de ler todos os livros dele e tê-los na minha estante. Só fico chateada que não pude comentar meus surtos durante o livro (que aliás foram muitos). Mas agora irei contar tudo que se passou pela minha cabeça enquanto eu lia tudo isso.
Primeiro, quero dizer que esse livro cumpre o que promete. É algo muito bem executado, que me fez sentir ansiosa, raivosa, e estranha junto com a Eva. Você se põe no lugar dela, vê como é a perspectiva dela de vida, os pensamentos sem filtro, tudo nu e cru para quem quisesse acessar. Senti uma leve semelhança com o livro "Verity" da Collen Hoover. Com toda certeza todos eles são uma família de crônicos, como diria o livro citado. Mas Raphael consegue colocar o seu toque, sua identidade nas palavras e cenas, seu brilho no livro. Nos próximos tópicos, irei citar minha opinião COM SPOILER, caso não tenha lido, boa sorte! Caso não tenha, acompanha minha loucura:
? O enredo do livro cumpre o que promete. Raphael conseguiu fazer com que eu suspeitasse de todo mundo, até da pobre menina morta eu suspeitei, menos da real culpada. Acho que todos são culpados nessa história em partes, mas claramente a Eva é a menor delas. Todo o livro me fez ficar confusa se eu confiava ou não em Eva. Não sabia se ela estava realmente louca, incriminando pessoas e teorizando pelo caminho para não assumir a culpa; ou se estava tentando realmente achar o culpado. Mesmo estando dentro da cabeça da protagonista, eu suspeitei várias vezes se estava enlouquecendo junto a ela. Tudo que Eva sentia, falava ou fazia, me deixava angustiada e ansiosa pelo próximo passo. Acho a personagem extremamente forte, eu não aguentaria nem 1% do que ela aguentou. Desde a família perfeita, a ser cancelada e nem ao menos o marido ligar para isso.
? Vicente abusava SIM das meninas, e não tem como negar. Pode não ter sido "confirmado", mas a cena dele ficando excitado com as meninas dançando, dando bebida álcoolica pra elas (e a Angela aceitando, enquanto a Sara se retraí) só reforça ainda mais a teoria de que a Angela só fez tudo que fez, porque era abusada desde cedo e criou esse carinho excessivo pelo pai abusador. As meninas eram apegadas demais a ele, choravam quando ele se ausentava, a Sara fazia xixi na cama (vários sinais que a Eva leu na revista). Vicente sempre foi o vilão da história, e eu falo isso aqui, como também falo em Verity que o marido dela é o maior vilão.
? A mãe das meninas realmente morreu? Acredito que não, mas onde ela estaria? Por que não voltou para salvar as filhas? Não acredito que ela seja personagens que apareceram no livro (A mãe do bebê morto, a mulher loira do carro, a nova empregada). Mas se ela estivesse realmente viva, o que estaria fazendo? Essa é uma teoria que não tenho respostas.
? Sílvia COM CERTEZA tinha um caso com Vicente. Ponto final.
? E pra finalizar, justifico a minha nota 4/5. O enredo do livro é incrível, entendo que algumas pontas ficaram soltas para rolar teorias, instigar o pensamento sobre o livro. Esperei algo no final que não aconteceu. já entendi que os livros de Raphael são assim, valem muito a pena pelo enredo, mas nem sempre o final é tão surpreendente. Me surpreendi mais com o enredo, do que com o final.
Final da resenha, com certeza quero ler os outros. Até a próxima!