-Koraline 29/07/2022
Arrogante e hipócrita
#MLI2022 - Enseada dos Decaídos - Crânio - Um livro de estreia.
O Gato que Amava Livros é um livro que deveria ser uma homenagem à literatura, e mostrar o quanto a leitura é importante, mas na verdade, o autor apenas criticou a literatura popular. O livro é dividido em 4 partes, e em cada uma delas o autor faz críticas aos leitores atuais. Na primeira, o autor trata como absurdo o fato das pessoas hoje em dia não relerem livros, buscando sempre histórias diferentes, ao invés de lerem a mesma coisa de novo (não apenas um livro qualquer, mas clássicos), como se as pessoas tivessem obrigação de destrinchar um livro para que ele seja lido de forma completa. Na segunda parte, a crítica da vez é sobre leitura dinâmica, e o quão é errado ler clássicos de forma rápida ou de forma resumida, o que é completamente absurdo, afinal, nem todo leitor lê apenas por prazer, e a forma como um livro vai ser lido sempre vai depender do objetivo do leitor, por exemplo, um aluno vestibulando se beneficia muito mais de resumos do que da obra completa para fazer a prova. Na terceira e pior parte, o autor critica muito a literatura popular, apontando que os livros contemporâneos não tem substância por que é isso o que a sociedade busca, o que é totalmente absurdo e extremamente hipócrita, por que, primeiro, o autor aponta como algo negativo os livros estarem cada vez mais finos quando seu próprio livro tem 200 páginas, e é ridídulo que ainda existam pessoas "cultas" que desvalorizam a literatura popular e tratam clássicos como os únicos livros que deveriam ser lidos, afinal, quem essas pessoas pensam que são para achar que podem validar a leitura alheia? Além disso, o ponto que provavelmente mais discordo nesse livro foi um trecho que o autor aponta que os livros de hoje não tem emoção... Quem disse? Podem ser romances clichês ou livros genéricos de fantasia, isso não significa que o autor não deu tudo de si para escrever sua obra, e definifivamente não significa que o leitor não se identificou com a leitura, se emocionou e aprendeu algo novo com isso. Na última parte, não bastou apenas criticar a literatura contemporânea, mas também foi preciso dizer que leitores clássicos devem tentar doutrinar outras pessoas a lerem cânone, mesmo que os leitores não queiram ou tenham dificuldade com vocabulário. Por favor, PAREM de desvalorizar a literatura popular. Empurrar um clássico para um leitor que sente dificuldades em ler esse tipo de livro só vai desestimula-lo, e esse é um dos fatores que faz com que menos pessoas leiam hoje em dia, a literatura popular tem tanto valor quanto cânone, e são os livros de massa que podem introduzir os leitores a valorizarem a literatura.