Resenhas - Água Fresca para as Flores

Juliana Rodrigues 18/02/2024

"O passado é o veneno do presente.
Remoê-lo é morrer um pouco."

Acho que vou precisar de algum tempo para conseguir absorver a magnitude dessa leitura. Fiquei curiosa com o enredo incomum (considerando que a maior parte da história ocorre em um cemitério) e com as inúmeras recomendações que recebi.

Comecei a leitura com calma e quando menos esperava acabei sendo levada para diversos lugares e histórias de personagens entrelaçadas por pequenos detalhes - aquelas escolhas diárias que podem mudar o curso de uma vida.

A autora cria diversas linhas do tempo e ao longo dos capítulos apresenta os personagens quase como se estivéssemos assistindo através lentes que vão aproximando e revelando pouco a pouco cada perda, alegria, provação e recomeço.

É uma história sensível e emocionante sobre relacionamentos e sobre a importância de celebrar a vida daqueles que amamos. Marquei diversos trechos que vou levar para sempre no coração.

"Você estará em todos os lugares que meu olhar pousar."

Recomendo muito!

Danile.Machado 24/06/2022

Sobre o luto, o amor, a resiliência
Ainda sem saber muito o que contar sobre esse livro mas essa foi uma das melhores leituras desse ano e é um livro que tem várias características de histórias que eu particularmente não gosto muito como por exemplo, ele é um drama e uma história que tem um ritmo mais lento. Apesar disso não é um livro que vc fica com preguiça de ler acho que simplesmente vc precisa de tempo pra ir 'sentindo' a história e a complexidade das personagens... Um certo mistério e algumas revelações nos prendem ao longo da trama e até uma pitada de romance, muito bom, recomendo demais.

bru 17/01/2022

Existem muitas vidas em uma vida
De antemão, já peço desculpas pela resenha, pois, jamais conseguiria escrever algo que se compare com a doçura desse livro.
Encontrei uma anotação em meu celular feita as 02h42am (que nem lembrava que havia feito), onde dizia que não havia chego a um amadurecimento literário para desenvolver uma escrita que exemplificasse a sensibilidade desse livro, mas vou tentar.

Terminei minha leitura há alguns dias, porém, me dei um tempo para absorver e entender tudo que pude degustar.

Valérie, obrigada por compartilhar do seu talento, espero que escreva cada vez mais, arrisco a dizer, que, se um dia eu escrevesse um livro, gostaria que tivesse sido esse.

Já aviso, que sem dúvidas, esse livro entrou para a lista de favoritos DA VIDA.

"Por que nos sentimos atraídos por livros como nos sentimos por pessoas?"

A história gira em torno de Violette, uma órfã, que antes de chegar a maioridade, se apaixona por Philippe, aquele clichê de homem gato, que não precisa se esforçar para conquistar alguma mulher e que podemos ver, esse efeito perdura.

O livro tem seus pontos altíssimos, fala sobre amor, finitude, luto, ressignificação de vida, força e a importância de olhar para si próprio.

Violette teve uma vida dura, indo de lar adotivo a lar adotivo, mas, mesmo com toda a dureza da vida, não permitiu que seu olhar pela vida fosse somente algo ruim.
A personagem é completamente adorável, você consegue se conectar com ela nas primeiras páginas, como ela leva sua vida, como precisa se virar e se ressignificar. Sua força extremamente surreal e sua resiliência é algo admirável.

Seu casamento com Phillippe não fora satisfatório, porém, ele deu a melhor coisa que ela pode ter (naquele momento) que é sua filha, e que mãe incrível ela foi, mesmo sem nenhum tipo de referência, ela fez de tudo para que a pequena Léo.

Célia e Sasha, tem um pedaço enorme do meu coração, jamais os descreveria como meros coadjuvantes dessa história, foram dois personagens incríveis que fizeram da Violette uma mulher melhor e mais forte.

Philliippe tem sua explicação de vida no decorrer da história, e, confesso que senti pena.
Uma coisa que sempre amo é, livro com diários e esse não deixou a desejar, com a escrita de amor de Irene e Gabriel.

"Ela havia lido que um fio invisível liga as pessoas destinadas a se encontrar, que esse fio pode se emaranhar, mas nunca se romper."

Violette, em sua trajetória encontra amigos, companhias para a vida, acolhe pessoas, entende a dor do outro, sofre por um amor, sofre por uma perda inigualável, aprende a perdoar, aprende a cuidar de si e ser um ótimo lar para si mesma, e, mais que tudo, entende que pode se permitir viver e que coisas boas acontecem.

'Uma fartura de grandes tristezas, de pequenas alegrias e esperanças."

Valérie, quero encontrar minha vida dentro de outras vidas e, espero que as flores do meu jardim cresçam de novo. Obrigada de novo.

Com toda certeza lerei de novo e super recomendo.

Ana Claudia 28/09/2022

Violette Toussaint trabalha como zeladora em um cemitério em uma cidade pequena em Borgonha. Ela mora em uma casa bem humilde na entrada do cemitério e lá ela recebe pessoas que vão enterrar seus entes queridos ou que vão prestar alguma homenagem a eles. Ela também recebe as pessoas que estão de passagem em sua casa seja para tomar um café, um chá ou apenas desabafar e Violette está sempre disponível para todos só não em agosto e nos natais.

Violette carrega consigo muitos fantasmas e dores do passado. Um passado que somente ela revive, mas não conversar sobre. Está adaptada à vida de zeladora desse cemitério há 20 anos. Quase uma vida de dedicação exclusiva aos mortos e a quem eles deixaram na Terra.

No entanto, em um dia como outro qualquer, surge Julien Seul, um rapaz que está a procura do túmulo de uma pessoa porque quer deixar as cinzas de sua mãe lá. Nas visitas que Julien faz no cemitério, Violette vai querer descobrir o porque dele querer deixar sua mãe naquele cemitério e, ao mesmo tempo, sentimentos que estavam guardados e adormecidos virão à tona.

Andréia 17/01/2023

Livro delicado e forte ao mesmo tempo
Não sabia absolutamente nada sobre a história deste livro e como me surpreendeu, é intenso, triste, delicado, forte, reflexivo são tantas sensações?é sobre amor é sobre luto é sobre além de tudo esperança. Recomendo muito a leitura!

Débora Castro Alves 02/02/2022

?
Como uma história triste e sofrida pode ser tão fofa e tão revoltante ao mesmo tempo???

Um livro super fluido, com capítulos curtos, narrativas alternadas e uma colcha de retalhos vai sendo construída.

O(s) plot(s) é (são) imprevisível(eis)! ??

Pode ser 'castigo divino' ou apenas 'colheu o que plantou', mas a conta vem! Uma pena que outros tbm precisam pagar por ela ?.

Gostei muito de todos os personagens, até dos que odiei. Só fiquei curiosa com o 'final' de Stephanie e de Célia ?.

Bru 17/05/2024

Incrível 10/10
Água fresca para as flores transcende o nível de livro bom, realmente é muito bom.

Uma leitura bem descritiva (aviso aos que não curtem muito), que nesse caso, fez toda a diferença. O livro mostra nuances de cada um dos personagens, não consegui manter a mesma opinião sobre eles durante o livro, a cada capítulo me surpreendi.

Violette, a personagem principal, é apaixonante, saber sobre ela e descobrir mais sobre foi apaixonante, e fazia tempo que eu não lia algo que me fizesse ficar tão envolvida.

É um livro que não é fácil, as histórias doem, as histórias são ótimas, literalmente tive momentos rindo e chorando nesse esse livro.

Recomendo muito, cinco estrelas é pouco para avaliar esse livro profundo e incrivelmente apaixonante.

Isabella.Wenderros 17/04/2023

“Se nascesse uma flor a cada vez que eu penso em você, a terra seria um imenso jardim”.
Violette Trenett foi abandonada logo após o nascimento e sobreviveu por sorte. Durante sua infância e adolescência, passou por vários lares adotivos provisórios, sempre desejando ter uma família, fincar raízes, pertencer. Aos 17 anos, foi arrebatada pela beleza de Philippe Toussaint, a primeira pessoa com quem se sentiu conectada. Apesar de o relacionamento não demorar até apresentar rachaduras, deu frutos – o nascimento de Léonine foi um milagre. Através de sua filha, ela conseguiu experimentar o amor que sempre sonhou. Décadas mais tarde, depois de muitas dores e decepções, é dentro de um cemitério que essa mulher se reencontra. Entre túmulos, gatos e cães abandonados, flores e amigos, a protagonista descobre mais sobre seu passado e enxerga esperança no futuro.

Nessa resenha não vou falar sobre os acontecimentos, meu objetivo é a minha experiência, meus sentimentos durante a leitura.

Meu primeiro comentário vai para a escrita delicada e poética da autora – meu livro está cheio de marcações. Cada capítulo começa com frases que falam sobre luto, saudade, amor, dor, fé. Acredito que qualquer pessoa que já perdeu alguém amado, vai enxergar várias das próprias emoções ali.

A primeira relação importante de Violette é com seu marido, Philippe, – um homem egoísta, preguiçoso e desleal. Mesmo sem grandes alegrias no casamento, dele nasce Léonine, a grande paixão na vida dessa mulher. Ao lado da filha, a protagonista descobre que cada minuto do cotidiano pode ser valioso. Por sua infância ter sido solitária como foi, ela está determinada a manter sua família e a maternidade é terra fértil para o amor que sempre vibrou em seu interior. Ver o desenvolvimento de Violette como mãe é deslumbrante. Aliás, essa é uma característica que me conquistou nessa personagem – seu passado é carregado de abandonos, mas ela não se tornou amargurada, ao contrário; distribui afeto, é empática e está disponível para criar laços. Quando uma tragédia desaba em sua casa, é possível sentir a angústia visceral de alguém que sente o seu mundo explodir.

Valérie consegue desenhar o caminho que leva a protagonista até o cemitério onde, por ironia do destino, ela redescobre a beleza da vida. No seu momento mais sombrio, é entre os muros que guardam os mortos que Violette vai conhecer o valor inestimável de uma amizade verdadeira – é ao lado de Sasha e em seu jardim, com suas conversas sinceras e almoços compartilhados, que a jovem vai encontrar forças para seguir em frente.

A autora é muito bem-sucedida ao entrelaçar a vida de sua protagonista com outros personagens, em outras linhas temporais. Ela traz algumas reviravoltas que funcionam e mudam a percepção do leitor até ali sobre os acontecimentos. Os anos vividos dentro do cemitério foram os meus favoritos de acompanhar – sentia uma paz tão grande com as descrições de Violette sobre os que foram enterrados ali, os animais que apareceram e foram adotados pelos funcionários, sua casa, seu jardim, suas flores e amigos. É engraçado que no lugar mais associado à morte, na obra de Valérie Perrin, reina a vida. Onde se imagina apenas lágrimas e sofrimento, também pulsa amor, lembranças felizes - é possível ouvir risadas enquanto Nono, Elvis e os outros responsáveis pela propriedade contam suas histórias e bebem seus cafés.

Acredito que poderia ser um pouco menor e por isso não favoritei, mas é um dos melhores livros que li em 2023. Belo, honesto e esperançoso.

Say 12/03/2022

Não tenho palavras para descrever as sensações que tive ao ler esse livro. Li em um mês. Não porque não era bom ou algo do tipo mas porque queria saborear a história e a escrita dessa autora bem aos pouquinhos. Foi uma experiência maravilhosa, que mexeu com meus sentimentos, me fez refletir sobre vários aspectos da vida.

A narrativa vai alternando entre o passado e o presente da Violette, além das histórias dos antigos e novos moradores do cemitério.

Um livro lindo e delicado, nos conta a história da Violette, uma mulher forte que teve uma vida muito difícil, perdas irreparáveis mas se reergue com auxílio de outros personagens maravilhosos dessa história.

Estou apaixonada por essa história, pela escrita da autora, pela beleza e sensibilidade da narrativa. Tornou-se um dos meus livros favoritos, sem dúvidas.

VIDADEMARCELA 18/04/2022

Eu usei todo meu marca texto nesse livro.
Confesso que demorei um pouco para seguir o fluxo de leitura de água fresca para as flores, mas não tem nada a ver com o ritmo da leitura. Os capítulos são curtos, a escrita é fluída. Era eu quem precisava parar e respirar um pouco conforme a história ia se moldando. É aquela história que os personagens vão ficando fortes e se moldando página a página e chegamos ao final ainda aprendendo com eles. Muitos trechos se conectam a minha própria caminhada pessoal. E foi através dele que foi possível ter mais clareza que independente do caráter, todo mundo sente dor e precisa ser acolhido por isso.

Miihhhhhh 05/08/2023

Eu precisava do conforto que esse livro me deu. Precisava me inspirar na força da Violette, na sua resiliência.

Não quero dizer muito, só que se você está passando pelo luto, esse livro vai ser um bom amigo e, talvez, te ajude a criar forças para continuar.

?Você estará em todos os lugares que meu olhar pousar. Onde meu coração estiver, o seu vai continuar batendo.?

Alan kleber 06/05/2022

A rica tapeçaria da vida em uma história.
Em Água para as flores acompanharemos a história de uma mulher que acredita de forma obstinada na felicidade, mesmo após tantas provacões.
Um romance amigo, do qual temos dificuldade de nos separar porque queremos que ele fique perto de nós, ao alcance das mãos.
Violência e ódio, alivio, tristeza, ressentimento, traição, passividade. Amor.
"La vie devant soi": a vida toda pela frente.
Porque a morte não supera o amor.


Toda a sociedade, todas as origens e todas as religiões nos mesmos e poucos hectares do terreno.
Os dias de Violette Toussaint são marcados por confidências. Para aqueles que vão prestar homenagens aos entes queridos, a casa da zeladora do cemitério funciona também como um abrigo diante da perda, um lugar em que memórias, risadas e lágrimas se misturam a xícaras de café ou taças de vinho. Com quase cinquenta anos, a zeladora coleciona fantasmas ? uma infância conturbada, um marido desaparecido e feridas ainda mais profundas ?, mas encontra conforto entre os rituais e as flores de seu cemitério. Sua rotina é interrompida, no entanto, pela chegada de Julien Seul, um homem que insiste em deixar as cinzas da mãe no túmulo de um completo desconhecido. Logo fica claro que essa atitude estranha está ligada ao passado difícil de Violette, e esse encontro promete desenterrar sentimentos há muito esquecidos.

Helen 15/01/2022

Água fresca para as flores.
Um livro que me surpreendeu, fala de uma tema muito complicado e que não consigo de jeito nenhum falar a respeito, a autora conseguiu trazer a tona um tema muito difícil, mas com muita delicadeza e sutileza. Se tornou um dos meus livros da vida.

Gigio 19/01/2022

Magnífico
Uma das obras mais tocantes que já li.
Delicado, profundo, forte, emocionante, duro em alguns momentos, surpreendente. São tantos adjetivos que poderia usar, muitas até contraditórios, mas a obra é múltipla. É uma colcha feita com inúmeros retalhos, cada um com sua beleza própria, mas que em conjunto formam algo ainda mais belo.
Impossível não se afeiçoar por Violette, não querer carregar um pouco a sua dor, aliviar um pouco o peso que carrega pela perda da filha. E mesmo assim, mesmo se abandonando, não deixa de oferecer somente beleza e bondade para o mundo, assim como Sasha.
Saio dessa experiência com o coração aquecido.

Laura.Novelli 02/02/2022

Romance delicioso de acompanhar. Tem de tudo um pouco que gosto num livro: diversas histórias de vida profundas e que se entrelaçam, uma mulher extremamente forte como protagonista, mistérios que permeiam o texto e nos são aos poucos revelados. Amor e luto, escritos com muita sensibilidade.

Foi difícil me despedir dessa história, e da minha nova amiga Violette. Que mal posso esperar para revisitar assim que possível.

Aposso-me de um trecho, contido nas últimas páginas, para me descrever ao concluir essa leitura: fecho o livro Água fresca para as flores "com um peso no coração. Como fechamos um romance pelo qual nos apaixonamos. Um romance amigo, do qual temos dificuldade de nos separar porque queremos que ele fique perto de nós, ao alcance das mãos."