As pipas

As pipas Romain Gary




Resenhas - As pipas


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marianascudeler 06/05/2024

Maravilhoso. leria absolutamente tudo que romain gary já escreveu na vida
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Tuca 18/03/2024

Dois franceses excêntricos, um deles conhece uma família polonesa da aristocracia decadente europeia ainda mais excêntrica e é toda essa loucura e o desejo de sobrevivência que vai fazer eles resistirem à segunda guerra. Isso e as pipas.

Eu iniciei esse livro, sabendo que ele de alguma forma relacionava às pipas à segunda guerra mundial e também que seu autor foi muito conhecido pela sua obra literária. Publicado em 1980, “As pipas” traz como protagonista Ludo Fleury, um menino francês, que mora junto ao tio artesão de pipas e funcionário dos correios, na Normandia. Os Fleurys eram assolados por uma excelente memória, uma exacerbada inteligência, um intenso emocional e para o mundo, eles aparentavam ter uma certa loucura. É essa aparência que possibilita a Ludo se camuflar e participar da resistência francesa à ocupação alemã. Mesmo lutando pela liberdade da França seu coração e sua mente pairam para longe, como as pipas do tio; parte de Ludo se desprendia e buscava sempre por Lila, a polonesa que fora seu amor de infância, que se tornara sua “razão de viver”.

A procura por Lila é também o reencontro e o sonho com a França, que não é mais a mesma depois de anos de ocupação. Os personagens meio caricatos por vezes parecem ser metáforas das relações entre os países, cada qual sendo identificado por sua nacionalidade: a disputa entre Ludo (francês) e Hans (alemão), o amor de ambos por Lila (polonesa), o nacionalismo cultural/gastronômico de Duprat, a resistência de Ludo que precisa se dissimular na excentricidade, a luta pela sobrevivência de Lila que a leva a atitudes desesperadas, mas nada é realmente o que parece ser. Lila, por exemplo, não apenas aparenta representar seu país de origem, ou o estereótipo da aristocracia decadente, mas também a França renascida. Ela é a modernidade camuflada, e como tal é confusa, ambígua, intensa, meio egocêntrica e meio apaixonante.

Ludo tem uma ironia e um olhar para a vida, para o amor e até mesmo para guerra inebriantes. Ele e Lila me deixaram louca durante a leitura com essas personalidades conflitantes, que, no entanto, se encaixavam de um jeito perfeito. Romain Gary criou um enredo sobre personagens. Eles brilham mais do que tudo. Por um bom tempo achei que a narrativa iria fluir desse jeito, mas quando ele insere o contexto da guerra, da luta pela sobrevivência e das diversas formas de resistência fica mais claro que a completude do romance era a somatória desses personagens com o que cada um é capaz de fazer para sobreviver acrescido ainda à dualidade de humanidade e desumanidade, bem contra mal que não é óbvia.

“Faz muito tempo que não sinto mais nenhum vestígio de ódio pelos alemães. E se o nazismo não fosse uma monstruosidade desumana? E se ele fosse humano? E se ele fosse uma confissão, uma verdade oculta, reprimida, camuflada, negada, enterrada no fundo de nós mesmos, que sempre acaba vindo à tona? Os alemães, claro, os alemães... Era a vez deles na História, só isso. Veremos, depois da guerra, vencida a Alemanha e desaparecido ou enterrado o nazismo, se outros povos da Europa, da Ásia, da África e da América não virão substituí-los. Um camarada vindo de Londres nos trouxera uma brochura com poemas de um diplomata francês, Louis Rouché. Ele falava do pós-guerra. Dois versos ficarão para sempre em minha memória: 'Haverá grandes massacres./ É tua mãe quem o diz.’"

Pesquisando um pouco sobre a vida do autor, fiquei com a sensação de que havia um quê da relação dele com a esposa, a atriz Jean Seberg em Ludo e Lila. Jean cometeu suicídio/foi assassinada em 1979 e o livro foi publicado em 1980. Em 1980 também foi o ano em que o autor cometeu suicídio (ou foi suicidado) após ter denunciado que o FBI a havia matado. Vale salientar que eu achei Ludo um personagem maravilhoso, mesmo em suas passividades, quando ele se soltava ele trazia tudo o que eu queria ler, e principalmente junto a Lila, eles dois eram arte e expressão do drama que viviam e do sentimento que ficou guardado. Sendo um livro sobre dois resistentes, e tendo Jean Seberg lutado a favor dos movimentos civis das pessoas negras nos EUA, eu acho que faz sentido a dinâmica criada entre eles, supondo que realmente haja algo da personalidade deles ali. Ainda mais, quando é exposto como Ludo tinha medo que os nazistas quebrassem o espírito de Lila.

Li esperando que esse fosse mais um romance filosófico sobre a segunda guerra mundial, o que ele não deixa de ser, porém sinto que ele me proporcionou mais do que eu poderia imaginar. É uma narrativa que insere uma autenticidade nesse período histórico sem perder de vista o embate entre a loucura e a razão que é necessário para se lutar pela própria sobrevivência e daqueles que amamos.


site: IG: https://www.instagram.com/tracinhadelivros/
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Cris 14/03/2024

As pipas
O livro As Pipas, de Romain Gary, nos mostra a guerra e o período que a antecedeu, pela visão de uma criança. A história se passa na França, o protagonista é Ludo, um menino que vive com seu tio, Ambroise, um personagem peculiar e famoso pela fabricação de pipas. Além da interessante relação com o tio, grande parte da obra aborda a obsessão de Ludo com uma jovem de família polonesa, Lily. Os dois se conhecem no período que antecedeu a guerra e a amizade ? ou talvez uma possível relação amorosa ? acaba sendo tumultuada pelo caos e a insegurança que tomam conta da atmosfera da Europa.
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Sabrina Tamelini 13/02/2024

As Pipas
Esse romance histórico trás uma narrativa ambientada na França durante a 2ª guerra mundial.
O livro conta a história de Ludo e seu tio Ambroise Fleury, conta uma história de amor, com encontros e desencontros mediante à uma França invadida pela Alemanha Nazista, com personagens que apostam tudo na luta para manter vivas as esperanças.
Adorei a leitura
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Alcir1 03/01/2024

Excelente!
Livro que atrai, e prende, o leitor graças a capacidade do autor que consegue mesclar o lirismo das pipas ao vento, a alegria das crianças, com o ambiente de dor e desilusões, resultante da II Grande Guerra, na França dominada, resistente e finalmente liberada.
Com grande maestria o autor planta uma história de amor, aparentemente improvável, num cenário de guerra, com todas as intercorrências derivadas das atitudes de um povo, os franceses no caso, que não se submete e assume os riscos de resistir, por todos os meios possíveis. Em situações que tais morrer ou viver já não importa tanto quanto a busca da liberdade.
Um amor juvenil, impossível em situaões normais, prospera e triunfa, muito por conta dos efeitos da guerra, capazes de nivelar nobreza e plebe, quebrando todo o conjunto de regras e preconceitos até então vigentes. Bem verdade que a heroína, Lila, orginária da nobreza polonesa, é uma figura antipática, "princesinha" mimada, enquanto o protagonista, Ludo é um garoto simples, originário da plebe. Fato é que enquanto ela vai sa apagando ele cresce, como membro ativo da Resistência na Normandia, até que, afastadas as diferenças, acabam juntos, num tempo novo que é o pós-guerra.
Portanto, um desses livros capazes de vencer o tempo e continuar atraindo leitores ávidos por romances de qualidade.

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myhtuck 12/12/2023

"Os nazistas eram humanos. E o que havia de humano neles era a sua desumanidade."
"Ludo é um menino que cresce em uma pequena fazenda na Normandia sob os cuidados de seu tio, um fabricante de pipas. Numa propriedade aristocrática perto dali, passava os verões a jovem polonesa Lila, por quem Ludo se apaixona. O livro acompanha a trajetória dessa dupla improvável em meio à eclosão da Segunda Guerra."

Nota: 3/5
Desafio Bookster 2023
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jota 03/12/2023

ÓTIMO: outro livro de Romain Gary a dar muito prazer a quem se acostumou a ler esse premiado autor francês
Apreciei todos os livros de Romain Gary (1914-1980) que li até o momento, desde o primeiro, Toda a Vida Pela Frente (publicado em 1975 sob o pseudônimo de Emile Ajar), passando por Promessa ao Amanhecer (1960), Educação Europeia (1945) e agora As Pipas (1980, sua última obra). Pandorga, pipa, arraia ou papagaio em francês é cerf-volant (cervo-voador), daí o título original deste livro ser Les Cerfs-Volants, o mesmo usado em sua adaptação cinematográfica em 2007. Livro ou filme, As Pipas acompanha a paixão do garoto francês Ludo (Ludovic Fleury) – iniciada em 1930, quando tinha dez anos – por Lila Bronicka, menina burguesa natural da Polônia, cuja família passava as férias numa mansão própria na Normandia.

Dotado de boa memória, especialmente para números, Ludo era órfão e criado pelo tio, Ambroise Fleury, carteiro que o povo de Cléry achava meio maluco, responsável pela construção das mais belas pipas do lugar, talvez da França. Como o tio, um dia o garoto também trabalharia nos Correios, mas ao conhecer a garota polonesa e tempos depois sua família, tudo mudaria em sua vida. Na mansão dos poloneses ele vai encontrar também seu rival no amor por Lila, Hans, um rapaz alemão com quem ainda cruzará quando da invasão dos nazistas ao território francês. Estamos então por volta de 1939 e acompanhamos Ludo atuar na resistência francesa.

As circunstâncias da guerra separam-no de Lila, em quem ele pensa o tempo todo, mas outros personagens singulares além do tio Ambroise irão dar um colorido especial a essa história. Como Marcellin Duprat, dono de um restaurante apreciado pelos alemães invasores, e madame Julie (Julie Espinoza), uma cafetina de origem judia, que também colabora com a resistência atuando disfarçadamente e passando informações preciosas para Ludo, que as repassa aos superiores.

Acompanhamos com interesse todos esses personagens e suas histórias e depois, se Duprat será fuzilado ou não pelos alemães ou pelos franceses, pois cozinhando para os nazistas era visto como colaborador. O tio Ambroise conseguirá sair vivo do campo de concentração em que foi confinado? Madame Julie será ou não descoberta como espiã, presa e morta? Mas o que conta mesmo quando nos aproximamos do final do volume é saber se Ludo e Lila terminarão juntos, depois de passar por tantas atribulações. Romain Gary soube muito bem prender nossa atenção até o ponto final da derradeira página de As Pipas.

Lido entre 08 e 26 de novembro de 2023.

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Bruna 11/11/2023

Uma história bonita, com algumas passagens muito marcantes, mas mesmo assim um livro sem carisma. Vejo uma leitura que o tempo todo ?se afasta? do leitor. Muito difícil se conectar com a história e com os personagens. Gosto do fato do enredo abordar um outro lado da II Guerra, aquele das pessoas que não estiveram diretamente no front e nem nos campos de concentração, mas sim os civis, pessoas que tiveram que continuar suas vidas apesar de todos os horrores a sua volta.
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Thalia58 06/11/2023

Resistência e leveza
Gostei muito da leitura do livro, aborda o antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial, e apesar de ser um tema bem pesado, a escrita traz uma aura de inocência/ingenuidade e leveza bem provável porque o protagonista é praticamente uma criança no começo do livro, mas também a visão ingênua de outros personagens, a questão das pipas que seu tio produz também traz essa impressão de leveza, além de representarem mais que isso, mas é preciso ler pra entender.. Essa outra perspectiva faz com que o livro se destaque.

O livro aborda diferentes formas de resistência e também a importância da memória histórica e como isso pode ser perigoso para as pessoas que a tem, mesmo que não se deva esquecer do passado. O que é ser considerado sensato ou louco para a sociedade também é abordado, já que vários personagens são considerados dessa forma, mas que na verdade era só uma outra forma de ver a vida. Traz também um reflexão sobre 'saber manter a razão e 'manter sua razão de viver'. Tem uma passagem bem bonita do começo do livro em que o tio do Ludo diz o seguinte:

"Então fui chamado de louco. Muito bem, fique sabendo que aqueles elegantes senhores e aquelas belas senhoras têm razão. É indiscutível que um homem dedicou a vida inteira às pipas não está desprovido de um grão de loucura. Trata-se apenas de uma questão de interpretação. Alguns dizem 'um grão de loucura', outros preferem 'uma centelha sagrada'. Ás vezes é difícil distinguir uma coisa da outra. Quando realmente ama alguém ou alguma coisa, você dá tudo o que tem, e mesmo tudo o que é, e não se preocupa com o resto...'

Gostei de acompanhar o crescimento de Ludo e seu amadurecimento e o desenrolar de seu amor à Lila e o relacionamento entre os dois.

Entre meus personagens favoritos estão o tio Ambroise por sua personalidade, por não se importar que outras pessoas o considerassem biruta, pelo seu trabalho com as pipas e ideias pacifistas depois que várias pessoas de sua família tinham morrido devido a guerra; a Julie Espinoza, uma mulher que era dona de um motel/bordel, muito a frente do seu tempo e se preparou para sobreviver ao período da guerra mesmo quando todas as outras pessoas não acreditavam que a guerra seria conflagrada e o dono do restaurante que se recusou a fechar as portas em um ato de resistência mesmo quando era praticamente apenas o exército inimigo que comia lá, e que se mostrou depois uma enorme vantagem.

No começo, achei o livro parecido com O primeiro amor. O protagonista conhece uma moça que se torna seu primeiro amor, a diferença social que existem entre eles. As protagonistas pareciam ter uma personalidade semelhante, mas à medida que fui avançando na leitura percebi que Lila na verdade não era tão antipática e assim e até acabei gostando e a admirando por sua determinação.
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Bookster Pedro Pacifico 22/09/2023

As pipas, de Romain Gary
Eu fiquei encantando com a leitura de “A vida pela frente”, do autor francês Romain Gary. Desde então, foram publicados outras obras do autor no Brasil, sendo uma delas “As pipas”. O livro foi escolhido para o Desafio Bookster desse ano no mês em que o tema era a 2ª Guerra Mundial.

E o que me fez escolher o livro, além do interesse por Gary, foi o fato de a narrativa mostrar a guerra - e o período que a antecedeu - a partir de uma perspectiva não tão vista nos livros: a vida de uma criança, de alguém que não estava no front das batalhas. Nos deparamos com a realidade de quem foi afetado pela guerra no cotidiano de uma vida aparentemente comum e que é mantida pela esperança do fim do conflito.

O cenário é a Normandia, no norte da França. O protagonista é Ludo, um menino que vive com seu tio, Ambroise, um personagem peculiar e famoso pela fabricação de pipas (e daí vem a origem do título do livro). As pipas, inclusive, acabam se tornando como um personagem da história, que confere um tom meio mágico ao ambiente criado.

Além da interessante relação com o tio, grande parte da obra aborda a obsessão de Ludo com uma jovem de família polonesa, Lily. Os dois se conhecem no período que antecedeu a guerra e a amizade - ou talvez uma possível relação amorosa - acaba sendo tumultuada pelo caos e a insegurança que tomam conta da atmosfera da Europa.

A narrativa tem um ritmo mais lento, mas isso não me incomodou. Li com calma, apreciando a escrita do autor e a forma como o cenário era construído. Recomendo para quem gosta de um romance histórico, mas não espere grandes acontecimentos.

Nota 8,5/10

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Patricia.Rosa 29/08/2023

Esse romance conta uma história de amor e de esperança.
Ludo vivia com seu tio, que confeccionava pipas reproduzindo figuras históricas e encantava crianças com criações cheias de cores e vida.
Em vários momentos, Ludo aprendeu que assim como as pipas, as vezes é preciso dar espaço para que o outro cresça e encontre seu caminho. Aprender a segurar e soltar.... cuidar, fazer reparos...
E assim aconteceu durante toda a narrativa...
Veio a Segunda Guerra, vieram as perdas, mas a única coisa que Ludo não perdeu foi a esperança de viver com o grande amor de sua vida.
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Camila 13/08/2023

Chato
Muito chato. Fiquei até com pena de fazer uma resenha ruim e juro que me esforcei ao máximo para me conectar aos personagens, mas não rolou. Demorei semanas para terminar esse livro, primeiro por falta de tempo, segundo pq não tinha vontade de retomar a leitura. Cogitei abandonar inúmeras vezes, mas não curto fazer isso. Especialmente pq curto romances históricos.
Um livro sobre a segunda guerra sob o ponto de vista francês e polonês pela narrativa de um rapaz fantasioso.
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Denise.Mineiro 31/07/2023

Não foi um livro que me prendeu? cheguei ao final porque não consigo abandonar livros? o livro acompanha a história de Ludo e Lila em meio à eclosão da Segunda Guerra.

Nota 4
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jdelisiario 18/06/2023

As pipas
Meu Deus! Que difícil dar uma nota para esse livro!

O ritmo da escrita foi muito difícil no início (talvez até chato), mas o final foi incrível.

Nessa obra temos a história de Ambroise e Ludo Fleury, tio e sobrinho, além de outros personagens que não citarei, mas que foram importantes para a obra.

O princípio parece uma encheção de linguiça, mas no final faz sentido ter passado por tudo, para a construção da obra, entendimento do psicológico dos personagens.

De longe não foi uma obra fácil, mas traz a história da guerra de uma forma diferente, sem os detalhes que nos massacram, porém continua expondo a humanidade por trás de toda guerra.

O início foi terrível, mas sinto que o final valeu a pena.

Se tiver paciência, indico rs

#leituraTerapia
#desafiobookster
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