Solução de dois Estados

Solução de dois Estados Michel Laub




Resenhas - Solução de dois Estados


57 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Ester71 25/10/2023

Uma leitura que não dá vontade de parar, dada a familiaridade com os fatos que ocorreram tão recentemente no País. Um paralelo super real!
comentários(0)comente



William 07/05/2023

Nietzsche diz que não importa o que fazem da nós, mas, sim, o que fazemos com o que fazem de nós. A diferença, penso eu, é que talvez seja mais fácil sabermos fazer algo do que fazem de nós quando os afetos não nos sejam constitutivos. A explicação baseada em evidência desse singular e difícil processo de constituição da personalidade, isso eu deixo aos psicólogos. Mas, todos podemos ser uma coleção de experiências históricas e políticas vividas e que ressoam em nós continuamente. Ao menos, assim é como penso que Michel Laub nos convida a ler seu “Solução de Dois Estados”.

Ao estabelecer um panorama histórico curto entre o plano Collor e os dias atuais, tenho a impressão de que Laub demonstra como a história deixa a marca de seu tempo nas relações. É um livro que me fez odiar Raquel, aquelas crianças, o Juiz, o Brasil, a mim mesmo. É um livro que me fez ver Bolsonaro em Alexandre e me relembrou como foram pavorosos os últimos quatro anos. Que livrão!
comentários(0)comente



Klelber 24/03/2023

Triste e meio confuso
Uma cineasta alemã marcada por um trauma prepara um documentário sobre a violência brasileira. Os principais entrevistados são dois irmãos: Raquel, artista de cento e trinta quilos cujo trabalho se baseia em episódios que a levaram a detestar o próprio corpo, e Alexandre, empresário que atua no ramo fitness na periferia de São Paulo. Ambos foram escolhidos por causa da repercussão mundial de uma agressão que Raquel sofreu, no início de 2018, durante um debate sobre arte e política num hotel da capital paulista.
Diante das câmeras, os segredos dessa história íntima que envolve bullying de adolescência, uma disputa por herança e diferentes visões sobre temas como sexo, religião e responsabilidade individual são pontuados por flashes da história recente do país ? do Plano Collor, que iniciou a ruína da família dos protagonistas, às vésperas de uma eleição que mobilizou o ódio de uma sociedade profundamente dividida. A ideia de conciliação, afinal, é inimiga ou aliada da barbárie em que nos metemos?
comentários(0)comente



Marcianeysa 20/02/2023

Incômodo
Um livro incômodo, cru, retrato da violência que tomou conta do Brasil desde 2018.
" Eu sou o efeito do que eles fizeram para serem quem são. A lembrança viva disso. Em dois mil e dezoito e daqui para a frente.Eles são o futuro, mas o futuro também sou eu"
Katia Rodrigues 20/02/2023minha estante
Concordo, Marcia. É uma leitura bastante difícil de digerir.




Eduardo 16/02/2023

Falha na comunicação
Na Geopolítica, uma solução de dois Estados é a tentativa de desatar o nó cego do conflito israelo-palestino. Na química, uma solução de dois estados não acontece, porque solução pressupõe uma mistura homogênea de substâncias de um só estado.

O que uma coisa tem a ver com a outra, não sei, mas ambas são o ponto do livro.

Neste caso, os dois estados são dois irmãos adultos com visões de mundo inconciliáveis. O encontro explosivo de uma artista performática com um empreendedor . A narrativa existe na tentativa de um diálogo que simplesmente não acontece.

Ambos carregam dores profundas, desaforos guardados, sapos de uma vida inteira que simplesmente não conseguiram engolir. Paralelamente, linhas que jamais se cruzam, colocam tudo para fora em entrevista a uma documentarista de olhar estrangeiro.

Quem vive o Brasil de hoje não vai se sentir estranho com este cenário, um verdadeiro octógono de luta livre, em que o ataque se torna a única linguagem possível. Ninguém é poupado, inclusive a entrevistadora, que se vê tragada para o olho do furacão.

Esse é um livro angustiante. Michel Laub conseguiu dar dignidade a ambos os personagens, facilmente enquadrados em polos antagônicos do debate atual, que me fez torcer por uma conciliação que obviamente não chegaria.
comentários(0)comente



Bruno Palmeiras 29/12/2022

São mesmo 2 lados com ódio?
O livro descreve um conflito entre irmãos como se fosse a transcrição de um roteiro de um documentário. Este conflito remete muito a situação que vivemos no Brasil.
De um lado temos uma irmã que desde pequena sofreu preconceitos devido a sua aparência física e que com o passar dos anos buscou "fugir" desses preconceitos através de atitudes, diria, não tradicionais e que chocam os conservadores (que é o caso do irmão dela).
De outro lado um irmão que sempre se achou o trabalhador da família e que a desgraça da desta teve a ver com planos econômicos, que fizeram a empresa do pai ir a falência (conforme o pensamento do irmão), e com a proteção a irmã mais nova, que estudou na Europa por um tempo bancada pelos pais. Com o passar dos anos ele tomou o caminho da extrema direita em atitudes e pensamentos e com esquemas com igrejas montou um negócio lucrativo.
Apesar de a grande maioria das pessoas acharem que há ódio dos dois lados, eu enxergo somente do lado do irmão que não aceitou a sexualidade e a profissão da irmã a agredindo com palavras e fisicamente (através de terceiros). Além de justificar tudo isso com aquele velho papinho de eu me esforcei para chegar onde cheguei (nossa, explorando muito pessoas e fazendo esquemas com pastores corruptos) e ela não.
Para mim a grande mensagem do livro é: dá para dialogar, discutir e até mesmo conviver com alguém de extrema direita?
comentários(0)comente



Paulo 04/12/2022

Entrevista entre irmãos que revelam os distintos pontos de vista sobre a história da família, tendo como pano de fundo o Brasil do final do século vinte. Interessante como o autor nos faz ver através do olhar de quem está contando e depois nos faz ver o mesmo, mas com uma interpretação diferente e que nos convence.
Todos tem sua razão e no fim o que falta é sinceridade, de se sentar de frente para o outro e enfrentar uma opinião diversa da sua, tentar curar através do perdão a violência imposta a outro e da qual se é responsável, mesmo que indiretamente.
comentários(0)comente



Tiarajú 04/12/2022

Pontos de vista
Ainda não sei o que pensar sobre esse livro. Traz a história de dois irmãos e seus conflitos, seus pontos de vistas sobre histórias familiares, sobre ódio e violência. É contado quase como se fosse um roteiro de documentário, com trechos das entrevistas e o diálogo com a documentarista. Faz refletir várias vezes sobre ver só um lado da história, e naquele momento talvez torcer por quem o está contando. Depois que ouve o outro lado, não raro mudei de opinião.
comentários(0)comente



anna v. 09/11/2022

Um soco
Esse livro me provocou reações quase físicas, tamanhas foram as brutalidades cometidas por e com os personagens. Dá um desconforto mesmo. Achei que o autor foi feliz em alterar sua narrativa em 3 pontos de vista distintos, e todos eles muito coerentes. O leitor vai descobrindo as camadas das cebolas a cada capítulo. Dois irmãos que se odeiam, que se ressentem, que desconfiam-se mutuamente. Uma documentarista que deveria ser observadora imparcial, distante até na nacionalidade alemã, mas que é tudo menos isso, jogada na bagunça dos brasis que não compartilham nada em comum.
Um livro muito duro, mas talvez por isso mesmo, merece a sua atenção.
comentários(0)comente



Tiago.Ropke 09/11/2022

O livro é feito em formato de documentário. Conta basicamente a história de três personagens. A documentarista, uma mulher alemã que que carrega seus traumas e ja fez um número de documentários sobre conflitos. É ela que entrevista os personagens e durante a história ela acaba contando muito sobre a própria vida e por vários momento parece também entrar em conflitos com os personagens. Raquel é uma mulher gorda que é irmã do outro personagem, Alexandre. Raquel chama atenção da impressa ao se apresentar em evento em um hotel e durante a sua apresentação uma pessoa no palco se levanta e a espanca. Alexandre é uma pessoa que guarda muita mágoa da irmã por causa de vários motivos que vão aparecendo durante a história. É uma história bem interessante e criativa. É bem fácil de entender o ódio que os dois personagens sentem um do outro e o livro parece realmente fazer a gente entrar dentro dos debates dos três mesmo sendo difícil pra mim o lado do Alexandre que parece um Bolsonarista.
comentários(0)comente



rô tinti 26/09/2022

Não choverei no molhado, vez que várias resenhas sobre o livro já falam sobre sua natureza polarizada e como ele reflete o Brasil de hoje.
Direi apenas que as últimas páginas são algo a mais ? para serem relidas em algum tempo.
comentários(0)comente



Mimi 03/08/2022

O autor, em um caso aparentemente isolado, nos mostra de forma contundente o quanto a polarização tão costumeira nos dias atuais torna praticamente impossível a conciliação entre os polos. Recomendo.
comentários(0)comente



Bi Bueno 26/07/2022

Solução de Dois Estados
Esse romance de Michel Laub explora com maestria o que tem por trás de quem se identifica com a direita e com a esquerda no nosso país. Um romance que conta a história de dois irmãos, vidas marcadas por diferenças profundas, apesar de serem da mesma família. A gente passa por muitos momentos de angústia: angústia do nojo que sentimos quando o personagem expõem valores elitistas, hipocritas, moralistas e excludentes, e porque, em outros momentos, sentimos angústia porque nos pegamos tendo empatia por esse mesmo sujeito, uma criatura absolutamente desprezível.
É um livro que desacomoda, mas que muitos deveriam ler.
comentários(0)comente



thales.gaspari 05/06/2022

Meu primeiro contato com Michel Laub.

Gostei que o autor abordou inúmeros temas neste livro, que vão da arte à exploração midiática da religião, passando por política, família, bullying etc. Outro ponto forte é o de decidir, ao abordar estes temas atuais e relevantes da realidade brasileira, dar voz e espaço a personagens com pontos de vista bem díspares. Com certeza vários trechos podem ser usados como ponto de partida para diferentes discuções.

A escrita é simples e sem frases muito elaboradas, mas talvez seja injusto analisar assim porque o livro inteiro é escrito como se fossem entrevistas orais. Então o estilo mais direto casou bem e está bem executado, embora eu tenha sentido falta de algum uso ainda maior de marcas de oralidade.

A única coisa que não gostei neste livro foi que ele começa a ficar um pouco arrastado/maçante depois de algum trecho onde já entendemos a trama. Talvez se ele fosse um pouquinho menor ajudasse. Afinal, o enredo é bem simples e tem poucos acontecimentos, sendo uma narrativa que depende mais do leitor ir juntando um fato aqui e outro lá do que do desenrolar de novas cenas propriamente.
comentários(0)comente



Bruno 25/03/2022

2018 não acabou
É 2018, o ano da eleição do inominável. E uma documentarista vem da Alemanha ao Brasil para contar a história de violência sofrida por uma artista sob a versão da própria e de seu irmão.

Os dois não se gostam e nem se falam e têm versões muitos diferentes em relação ao dia do ataque, sobre a história da família e a política no Brasil.

O livro toca em feridas abertas de nossa história recente desde o Plano Collor até as milícias e igrejas evangélicas que dominaram o campo politico nas grandes capitais.

Os dois personagens são igualmente complexos e o leitor é levado a cada virada de página a estar do lado de um deles.

Discussões sobre gordofobia, machismo, pornografia, corrupção e violência urbana perpassam todos os depoimentos e proporcionam um desvelamento de nossa história tão ferida.

Poderemos nos recuperar depois de 2018?

Indico muito a leitura pois ajuda a reflexão dos tempos atuais e nos leva a pensar o que não queremos para nós como pessoas e para o Brasil como povo.
comentários(0)comente



57 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4