Nada Ortodoxa

Nada Ortodoxa Deborah Feldman
Deborah Feldman




Resenhas - Nada Ortodoxa


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André Siqueira 16/09/2020

Empatia é a capacidade de se conectar com as dores do outro, vivenciar a alteridade sem se desligar de si.
Ler Deborah Feldman é um exercício de empatia e alteridade como poucos – se procura algo parecido leia Xinran (sério, leia Xinran). Não é o melhor livro que li esse ano –primeira obra da autora com problemas óbvios que, por vezes prejudica e em outras enriquece a obra. Mas dói, dói muito e o valor de sua literatura está nessa dor que ela compartilha com o mundo, sua capacidade de nos fazer sentir.
Imagine um grupo de judeus que acreditam que Hitler foi enviado por Deus para lhes punir por não seguir as leis impostas ao povo escolhido. Agora imagine crescer nesse meio, sendo submetida a regras e imposições, com contato reduzido e controlado com o exterior e tendo cada um dos seus minutos acompanhados por parentes para garantir que você siga sem pecado e assim mantenha a independência e liberdade do povo Judeu. Parece uma carga grande demais para uma criança carregar – quiça Atlas - , mas é só o começo.
O Judaísmo Hassídico gira em torno da obediência ao Rabi e as leis por ele interpretadas do Torãh – cada núcleo tem regras diferentes e compete pela sacralidade de sua mística. Sendo central o papel da família nuclear e das responsabilidades de cada indivíduo no todo. Não bastasse um universo de certezas e crenças maniqueístas, sua mãe abandonou seu povo por ser lésbica e seu pai sofre de algum tipo de retardo mental desconhecido e não tratado; o resultado: um alienígena no único mundo que conhece.
Sua única tábua de salvação é o casamento. Se entregar sem condicionantes a vontade de um marido escolhido por pessoas que não dão a mínima a sua vontade e sequer te conhecem. E se isso der errado?
Se rebelar é um ato de resistência de uma mulher que não aceitou a vida tal qual lhe foi oferecido e se livrou do jugo com a força única de sua vontade.
Carlos e Elo 24/03/2024minha estante
xinran ah maravilha


Carlos e Elo 24/03/2024minha estante
xinran ah maravilha




Isabella.Wenderros 25/03/2021

“Não quero lutar por coisa alguma. Quero apenas ser e fazer, sem ninguém precisando me dar permissão.”
No final de 2020, uma minissérie chamou minha atenção na Netflix. Baixei os episódios e, apesar da angústia que sentia enquanto a protagonista vivia sufocada em seu mundo, terminei em um único dia. Decidi ler o livro que teria dado origem à adaptação, mas outros foram passando na frente até que resolvi que era agora ou nunca.

Minhas expectativas eram, basicamente, de encontrar algo parecido com o que assisti há alguns meses, mas logo ficou claro que não seria bem assim. Deborah narra de maneira crua e objetiva sua vivência em uma comunidade de judeus ultraconservadores em Nova Iorque – suas dúvidas, angústias, medos, mágoas e a vontade incontrolável de liberdade que sempre fez parte de seu ser.

Por ser uma cultura bem diferente da minha realidade, senti resistência em vários momentos e me perguntei várias vezes como a saída dessa “protagonista” se desenrolaria. Diferentemente da série, o casamento não foi o grande motivo da ruptura, apenas mais uma gota d’água de uma situação que vinha borbulhando desde infância. Enquanto todos estavam dispostos a se encaixarem nos costumes e normas, Deborah, desde muito pequena, resistia e questionava sua rotina, apesar de desejar por muitos anos conseguir ser aquilo que esperavam dela – até aceitar que jamais seria.

Adorei a forma sincera como a autora decidiu contar sua história. A edição tem algumas fotos no início de todos os capítulos, além de um epílogo contando sobre o momento imediato após abandonar sua comunidade e as dificuldades que precisou enfrentar com uma criança pequena. Um posfácio escrito dez anos depois – em 2019 – comentando sobre a produção da Netflix e seu presente fechou com chave de ouro. Senti falta de algum comentário sobre as pessoas que fizeram parte do seu passado, se realmente se excluíram de sua vida, mas interpretei esse silêncio como uma confirmação dessa ausência.

A adaptação conseguiu manter a sensação de inquietude, mas usa apenas a base desse livro de memórias. Deborah foi inspiradora na sua busca pela liberdade de ser quem é, na determinação de oferecer ao filho uma infância melhor do que teve. Espero ter contato com seus outros trabalhos.

Nayara - @nay.e.os.livros 29/03/2021minha estante
Vou ler!!! a minissérie foi tão rasa, preciso de mais detalhes.


Isabella.Wenderros 29/03/2021minha estante
Leia! Parece até outra história




Pâmela 04/07/2022

Uma boa biografia...
Achei uma história muito interessante, pois mesmo sabendo tanto sobre tudo e tendo acesso a tanta informação o diferente ainda nos foge. Muita coisa da cultura judaica que é trazida no livro eu nem suspeitava existir. Também não imaginava essa comunidade ultraconservadora dentro do judaísmo.
No geral não tenho muito apego com biografias, mas consegui me conectar com a narrativa proposta, pois como mulher me identifiquei em muitos momentos.
Acredito que além da autora, aqui como personagem principal também temos a religião que pra muitos é uma salvação e pra outros opressão. Esse pensamento é algo que me desperta muitas questões, fiz muitas reflexões a cerca desse tema enquanto estava lendo.
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Gomor 09/05/2021

"Se alguém algum dia tentar dizer a você para ser algo que não é, torço para que você também consiga encontrar coragem de erguer a voz em protesto."
Dora 25/05/2021minha estante
Ao li, mas achei a minissérie excelente.


Gomor 25/05/2021minha estante
O livro se passa no período antes dela ir pra Alemanha. Mt melhor que a série.




Thamiris.Treigher 29/04/2021

Catártico
Esse é o livro de memórias de Deborah Feldman, que cresceu sob os rigorosos códigos de costumes do grupo de judeus hassídicos (corrente ultraortodoxa da religião). Ela cresceu alienada de tudo sobre o mundo: música, literatura, cinema, locais de lazer, relações afetivas e conhecimentos de todos os tipo, inclusive do próprio corpo.

Deborah tinha que ler seus livros - uma grande paixão - escondida para que ninguém descobrisse, pois tudo era proibido. E uma de suas personagens preferidas é Anne, que eu também amo de paixão. Além disso, adora as escritoras Jane Austen e Louisa May Alcott. Ela vive esse mundo secreto, que é um bálsamo em meio a tanto conservadorismo. É até mesmo abominável entrar em contato com judeus mais "liberais", imagine com os góis (não judeus)!

Deborah cresce sem saber nada de seu corpo, sem saber nada da vida, e é dessa forma que entra em um casamento forçado. Daí dá imaginar o tamanho do sofrimento, da dor e da nova prisão em que ela é obrigada a viver.

Ousado, catártico, emocionante, cru e REAL. Esse livro incrível conta uma história impressionante sobre a fuga da repressão, a busca do autoconhecimento, os laços afetivos e o senso de pertencimento. Recomendo MUITO!

"Estou tão cansada de sentir vergonha do meu verdadeiro eu. Estou exausta dos anos que passei fingindo devoção e me penitenciando por minha falta de fé. Quero ser livre - fisicamente também, mas livre em todos os sentidos, livre para me aceitar pelo que sou, livre para apresentar minha verdadeira face ao mundo. Quero estar nessas prateleiras de biblioteca, junto com todos esses autores, para quem a verdade é um direito inato".
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Ricarda Caiafa 21/05/2022

O livro salva!
Ao terminar a leitura de Nada Ortodoxa me sinto assustada e perplexa com o modo de vida que algumas comunidades ainda adotam em nome da religião. É muito triste conhecer a realidade a que mulheres e crianças são submetidas na comunidade hassidica em que a autora passa sua infância e juventude.

Filha de uma mãe que fugiu da comunidade, e de um pai que tem distúrbios mentais e que nunca foi tratado adequadamente, ela vive com os avós, que seguem a tradição religiosa de maneira bem enfática.

Deborah, a autora, nunca se sentiu parte dessa comunidade. Sempre com muitos questionamentos internos sobre o conceito de pecado, penitência, e outras questões, ela sempre foi perspicaz e conseguia burlar um pouco o sistema junto aos livros, que eram sua fuga e o momento em que sentia paz nos dias turbulentos.

Quando chega à juventude, espera que seu casamento seja uma libertação e calmaria para sua vida. No entanto, as coisas não correm como ela planeja.

Sua liberdade vem com muito custo, dificuldades e o livro a salva. Liberta. É uma verdadeira catarse. Que possa servir de inspiração e força para outras mulheres, que não se sintam mais obrigadas a viver realidades em que não se encaixam.
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vicqs 06/06/2021

Empatia
O livro me destruiu!
Que história sensível e de coragem, acabei vendo a minissérie após a leitura e apesar de terem suas versões e releitura da obra de formas diferentes, eu amei ambas! Chorei, me emocionei e consegui sentir tudo o que ela estava passando!
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Eduardo1304 04/04/2023

Nada Ortodoxa
Essa é um história de renúncia à religião, integrante de um grupo de judeus hassídicos corrente ultraortodoxa da religião Judaica e criada pelos avós, cuja lealdade às tradições muitas vezes intrigava a mente curiosa ,baseado em fatos reais .
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ritita 01/10/2020

Que livro foi esse?
Sabem identificação imediata com a protagonista de um livro que nunca ouvi falar? Euzinha.
Sim, eu não gosto de nenhuma religião, e lendo este livro gosto menos ainda, o que trouxe velhas perguntas: por que os tais livros sagrados (bíblia, torá, alcorão, etc.), inscritos em épocas remotas e sempre sobre a ótica da supremacia masculina, são verdadeiros compêndios de cerceamento ao livre pensar?
Durante a historia de Deborah e seus questionamentos desde criancinha, fiquei pasmada ao perceber o quanto o judaísmo hassídico invade a vida privada de seus seguidores, principalmente mulheres e crianças.
Um trecho que marquei, dentro trocentos deles.
"Mas que satisfação lhe proporcionamos com nossos esforços insignificantes, como meias-calças mais grossas e saias mais longas? Será que isso é realmente suficiente para contentar Deus?"
Livraaaço com L maiúsculo para aprendizagem do judaísmo e para aprendizagem da dificílima arte de ser mulher independente e livre numa comunidade ultra conservadora.
Claro que vou tentar assistir a série.
Mona 01/10/2020minha estante
Me animou ler demais! Obrigada por essa resenha!


Mona 01/10/2020minha estante
Já vou pesquisar ele aqui


ritita 09/10/2020minha estante
Menina, é um choque cultural dusinfernu. Tô assistindo a mini série na Netflix.


Marcia 12/10/2020minha estante
Li por sua indicação e faco minha sua palavra: livraço. Obrigada pela sua resenha pois foi por causa dela que busquei essa leitura. Valeu!!!




Bia 18/02/2021

Baseado em fatos reais...
Simplesmente perfeito!!! Conta a história de uma jovem que não se identifica com sua religião (altamente imposta) e sua comunidade. Eis que um dia ela simplesmente decide voar em busca dos seus sonhos e de sua independência... Durante a leitura eu me vi querendo resgata-la daquele mundo grotesco e tradições e costumes horripilantes. Super me identifiquei com a garota crítica e questionadora por trás daquela judia nada ortodoxa.
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Adiel.Guimaraes 25/04/2022

!!!!
Poucos críticos meus de fato leram o livro, mas o conteúdo de Nada ortodoxa era menos importante do que o fato de eu ser mulher e ter tido a ousadia de denunciar seu mundo. Qual era o motivo dessa raiva toda? Será que realmente causei tamanho temor apenas por contar minha história? A verdade é que fui uma das primeiras a mostrar a intimidade de um grupo judaico muito reservado; seus membros são extremamente incentivados a manter em segredo a natureza de seu estilo de vida, e a existência dessa comunidade é um incômodo que muitos judeus prefeririam ignorar. Confesso que não sinto remorso em ter vindo a público. Após a controvérsia, inevitavelmente ocorre o debate, e sempre nutri grande esperança de que um diálogo assim traria a reforma e a mudança à cultura judaica fundamentalista. Os direitos das mulheres e das crianças é algo com que me preocupo muito, e tenho plena consciência de como eles são violados na comunidade em que cresci. Acredito que levar a transformação a esses grupos radicais é o melhor a ser feito para a sociedade mais ampla que os sustenta.
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Renata 12/03/2021

Nada Ortodoxa
Nunca me identifiquei tanto com alguém como me identifiquei com a Deborah. A religião prende, limita, faz a gente se sentir culpado por quase tudo q fazemos. Passei por situações muito parecidas, mesmo não sendo a mesma religião... bom mesmo é ser livre!
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Maria3427 02/11/2020

Excelente livro de memórias
"Estou tão cansada de sentir vergonha do meu verdadeiro eu. Estou exausta dos anos que passei fingindo devoção e me penitenciando pela minha falta de fé. Quero ser livre - fisicamente também, mas em todos os sentidos, livre para me aceitar pelo que sou, livre para apresentar minha verdadeira face ao mundo."

A leitura desse livro foi uma experiência. Ponto! Consegui refletir sobre tanta coisa acerca da religiosidade e também da minha própria vida. Como aceitamos prolongar ou não nossa dor, como fatos da infância influenciam tanto nossa vida adulta e como a religião, muitas vezes, é mais uma prisão do que lar.

Considero uma das melhores leituras do ano, a vida dessa jovem ex judia hassídica pode nos ensinar muita coisa, uma delas é que nada paga a nossa paz de espírito.
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camila 16/06/2021

comecei a ler o livro depois de assistir a minissérie da netflix e foi uma das melhores escolhas que fiz! o final é diferente, claro, conta o mais próximo da realidade daquilo que realmente aconteceu com a autora. eu amo o fato do livro servir como uma ferramenta para abrir os olhos para outras realidades e culturas!
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