Cat 12/10/2012Uma Protagonista pra lá de louca.Conheci o trabalho da autora Janaína Rico na Bienal do Livro aqui de São Paulo. Ela estava no mesmo estande que a Luciane Rangel - Vocês devem estar se perguntando... O que tem o cu com as calças? Já vou explicar.
Cheguei ao estande para bater um papo com a Luciane, quando meus olhos bateram em um livro que tinha na capa uma mulher sentada no vazo sanitário, segurando um pirulito e usando uma calcinha vermelha da cor da paixão.
Só sei que a primeira coisa que passou pela minha cabela foi "Que porra é essa?!".
Depois do choque inicial, analisei melhor a capa, a sinopse e a curiosidade cresceu.
Como não tinha grana no dia pedi para a autora reservar uma cópia pra mim e que dali a 3 dias iria comprar.
Então 3 dias depois descolei minha cópia. Na dedicatória havia a frase "Espero que goste das "maluquices" da Clara".
E Olha... Adorei as maluquices, embora a protagonista não tenha me cativado por completo. Talvez por causa dos meus valores.
Não sou nenhuma beata de igreja endemoniada, mas não curto muito pessoas que tem um certo narcisismo por seus atributos físicos. Temos que nos amar sem idolatrar nossa bunda, peito, cabelo, bíceps, pernas ou qualquer outra parte. Afinal, um dia vamos ficar velhos e as coisas vão cair.
Como diz no filme "Encontro Marcado": Isso é mais certo do que a morte e os impostos.
Outro detalhe foi a hipocrisia da protagonista. Ela não aceita traição, mas sempre que pode mete o chifre na cabeça do namorado. E se tem uma coisa que eu odeio é homem/mulher traíra.
Bem, agora que eu já dei o meu chilique, vamos a trama.
"Ser Clara" conta a história de uma mulher de 27 anos chamada Clara (Sério? Não diga!), que conhece o seu príncipe durante a festa de casamento de sua melhor amiga, Laura. Durante a festa, Clara enche a cara e joga seu charme em cima de João Thomas, um médico podre de rico. A coisa fica tão quente, que assim que saem da festa vão para a quitinete onde Clara mora e tem uma noite de sexo selvagem.
Só com esse início eu já a achei doida, não por transar com um estranho, mas por levá-lo a sua casa, sem ao menos saber direito quem ele é. E se o cara fosse o maníaco do parque ou o Chico Picadinho. Doideira!
No dia seguinte a noite quente, João Thomas dá seu número de telefone para Clara e detalhe, o número foi anotado no celular de Clara.
Ela está tão eufórica que decide preparar um almoço especial para eles no mesmo dia. Clara vai toda animada fazer compras. Durante as compras ela reencontra uma velha colega de escola e é convidada a ir a festa do Vitinho - Ex-colega - que deu o maior pé na bunda nela.
Movida pelo desejo de vingança e pela vontade de se exibir como mulher fatal, Clara aceita, mas antes ela vai preparar o almoço.
Enquanto voltava para sua quit, ela atende o celular e ele é roubado.
Não precisa nem dizer que ela tem um colapso. Desesperada, Clara tenta se comunicar com sua melhor amiga, na esperança de conseguir novamente o número, mas sem sucesso.
Depois de vários dias de tentativas frustradas, Clara vai a tal festa do Vitinho e é durante a festa que ela reencontra outro ex-colega, Léo.
Não precisa nem dizer que rola um climão entre eles.
Alguns dias após a festa, Clara finalmente consegue o número do João Thomas. A partir daí os dois começam a namorar.
Tudo parece um conto de fadas. A pobretona fisga o cara rico, que está mais do que disposto a gastar quantias absurdas em dinheiro com sua princesa. Outro detalhe que não curti. Teve alguns momentos que parecia que esse paparico todo do João Thomas era uma tentativa de transformar a Clara numa mulher troféu. Sempre gostosa para ele exibir por aí.
Mas como nem tudo é um mar de rosas, eis que entra em cena Natália (A sogra). A mulher passa a infernizar a vida de Clara. E é aí que Clara começa a ficar confusa e pula a cerca.
Pra quem acha que o livro fica só no triangulo amoroso, ele ainda tem os temas: Mulher que apanha do marido, anorexia, homossexualidade, tentativas de assassinato e aborto.
Eu me diverti com as loucuras da Clara. Só dava eu no ônibus rindo como uma retardada.
Agora vou fazer algo que nunca faço: falar da capa e de outras resenhas que li para o livro.
Capa:
Eu jamais julgo o livro pela capa e muito menos dou nota. Não entendo de termos técnicos.
Mas não posso ignorar que tem gente torce o nariz para o livro e até diz que não vai deixar a filha ler por causa da capa.
A capa é polêmica? Sim. De acordo com um amigo meu, a capa insinua uma mulher se masturbando.
Ela dá a impressão de ser um livro pesado? Sim.
O conteúdo é realmente pesado? Não.
Olha, tem muitos livros por aí com capas bem discretas, que o conteúdo é 20 vezes mais cabeludo.
E outra, aposto minha mão (Sim, porque eu preciso dela pra escrever), que esse pai zeloso deixa sua filha assistir a novela das 9:00 e ainda acha lindo.
Ou pior, a filha dele deve ler um monte de fics eróticas pela rede e ele nem sonha. Porque quando o filho quer fazer merda sempre encontra um jeito.
Resenhas:
Sempre que vou ler um livro, eu leio algumas resenhas feitas pra ele.
É legal ver os absurdos que os outros escrevem. Acho que vou fazer um post aqui só com as pérolas dos resenhistas.
Enfim, tem um monte de gente reclamando que o livro tem muitos palavrões e cenas de sexo.
Eu curti os palavrões, sei lá, eles dão um ar engraçado as cenas.
E outra até mesmo a pessoa mais santa já soltou um belo "Filho da Puta" na vida.
Quanto as cenas de sexo. Eu achei as cenas leves. Sim, leves. Já li cada coisa cabeluda pela rede.
Pra que eu fique chocada só se a cena for entre um homem e um elefante macho. E detalhe, o elefante é o ativo.
Enfim, o povo está apenas com frescura no rabo.
http://catalinaterrassa.blogspot.com.br/2012/10/resenha-ser-clara-janaina-rico.html