O poeta Fernando Paixão publicou seu primeiro livro, Rosa dos tempos, em 1980. Depois desse vieram cinco outros; premiado, querido do público, é um dos principais poetas brasileiros da atualidade. Em Porcelana invisível, como observa Alfredo Bosi na orelha do livro, “O que importa é escavar, por dentro e por fora, a sensação de perplexidade que desperta no poeta e no leitor o enigma do mundo”.
Só silêncio
O que resta calado
nó de silêncio
sem compreender
assombro infiltrado
nos detalhes mínimos
da situação presente
deixa um rastro
informe e fundo
para um rosto gasto:
palavras não bastam
o olho não sabe dizer:
melhor ficar mudo.
Literatura Brasileira / Poemas, poesias