Hécate, a deusa tríplice, no céu era a Lua, na terra era Diana, no inferno, Prosérpina. O mistério da trindade, que é uma das mais antigas formas mitológicas, encontrou em Hécate a sua mais poética expressão. Invocavam-na para afastar as almas dos mortos, nos casos de possessão ou loucura. Nas noites de luar, aparecia nas encruzilhadas, acompanhada de almas errantes e de animais. Para torná-la propícia, ou para que auxiliasse as almas perdidas, ofereciam-lhe nas encruzilhadas os resíduos dos sacrifícios aos deuses. A deusa tríplice era também representada por três caminhos cruzados. Os caminhos de Hécate conduziam aos três planos de seu império cósmico: o mundo celeste. Deusa dos mistérios da terra e do espaço, Hécate assemelha-se à doutrina tríplice do Espiritismo, que pelos caminhos da Ciência, da Filosofia e da Religião, arranca Perséfone do Hades, conduz Deméter ao Sol e transforma os resíduos mitológicos em auxílio para as almas e os homens.