Como afirma o poeta Fabrício Carpinejar, “a Bíblia não terminou de ser escrita. Ó Serdespanto é um papiro encontrado na Amazônia, sujo de vento, sujo de verdade, aos 40° de Belém do Pará. Versículos, fábulas, parábolas.” A jornada ao mundo de Andara, onde sentidos, sentimentos e pensamentos se combinam e tomam vida, é um passeio inesquecível e indescritível.
Vicente Franz Cecim nasceu em Belém do Pará. Desde A asa e a serpente (1979) que transfigura a sua região natural, a Amazónia, em Andara: uma região onírica, um território metafórico, onde ambienta todos os seus livros. Viagem a Andara, o livro invisível, o volume em que reuniu os primeiros 7 livros de Andara, recebeu o Grande Prémio da Crítica, da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1988. Na decáda de 80, o Grande Prêmio só foi também atribuído a Cora Coralina, Mário Quintana e Hilda Hilst.
No caldeirão de um escrita em absoluta liberdade, na qual a literatura se irmana à alquimia, abolem-se as fronteiras entre a prosa e a poesia, funde-se o natural com o sobrenatural e o profano incorpora o sagrado – lançando-se numa intensa busca metafísico do sentido do ser e da vida. Como diz Cecim, os livros de Andara são literatura fantasma: corpo de um sonho que se sonha.
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