A Literatura Paraense se sistematiza no final do século XIX, com o Naturalismo, que tem em Inglês de Sousa o iniciador dessa escola, não só no Norte, mas no Brasil.
A obra O Coronel Sangrado data de 1877, portanto, quatro anos antes de O mulato, de Aluízio de Azevedo. É o terceiro volume das Cenas da Vida do Amazonas, precedido de O Cacaulista e História de um Pescador, que formam, na realidade, um só romance. Os dois primeiros fixam uma economia baseada no cacau e na pesca, que gera conflitos entre os personagens, e o último se volta para a política em que até os mortos votam, uma das cenas que marcam o leitor, pela concisão nas descrições e diálogos diretos.
"Óbidos é a terra dos apelidos", diz o coronel Severino de Paiva, conhecido somente pelo método de cura que adota e recomenda.
Na trilogia perpassam, também, rumores da Cabanagem, único movimento popular, no país, que chega ao poder pelas armas - e essa confluência da ficção com a história distingue a literatura da Região.
Mais tarde, com O Missionário e os Contos Amazônicos, Inglês de Sousa se destaca com uma característica particular em toda a escritura: o enfoque principal sobre o homem amazônico, acima da paisagem e do exotismo.
Literatura Brasileira / Romance