Resenhas - Capitães da Areia

raissz 01/06/2024

Tão homens, mas ainda tão crianças
Lindo, triste e atemporal.
Já não posso contabilizar em quantas partes desse livro me emocionei e precisei parar para respirar fundo, pois te digo, foram muitas! Esses jovens meninos, que mais parecem homens, lutando para encontrarem seu lugar me emocionaram do início ao fim, não canso de dizer isso!!!!
Pedro Bala, Sem-pernas, João Grande, Pirulito, Gato, quantas vezes vagando, ansiando por um pouco de sorte, de comida, de amor...Meus queridos pequenos meninos literários que correm pelas ruas, não serei capaz de esquecer de vocês jamais.
Recomendo essa leitura para todos, definitivamente um dos indispensáveis clássicos brasileiros.

Expedicionário Literário 01/06/2024

Parece que nada mudou de 1937 até os dias atuais.
Hoje quero compartilhar com vocês uma leitura que mexeu profundamente comigo. Este livro é um verdadeiro clássico da literatura brasileira e, sem dúvida, merece cada uma das suas cinco estrelas.

A história se passa na Salvador dos anos 30 e nos apresenta um grupo de meninos de rua conhecidos como Capitães da Areia. Esses jovens, liderados por Pedro Bala, vivem à margem da sociedade, cometendo pequenos delitos para sobreviver. Mas o que me tocou de verdade foi a forma humana e empática com que o autor constrói cada personagem. Ele nos mostra que, por trás dos atos criminosos, existem crianças com sonhos, medos e uma sede desesperada de amor e pertencimento.

Fiquei impressionado com a habilidade do autor de nos fazer sentir parte daquele universo, sofrendo e torcendo junto com os meninos. A linguagem é envolvente e ao mesmo tempo crua e realista. O leitor não é poupado de nenhuma dor, mas também é lembrado sobre a beleza e a esperança que persistem mesmo nos cenários mais sombrios.

Um dos aspectos que mais me marcou foi a crítica social presente em toda a narrativa. A exposição das desigualdades e injustiças de uma sociedade que abandona seus menores à própria sorte. Um grito por mudanças que, infelizmente, ainda fazem parte da nossa realidade atual.

Terminei o livro com o coração apertado, mas também com uma sensação de esperança.

eudeferraz 01/06/2024

Capitães da Areia
Demorei um pouco a pegar o ritmo da leitura, mas depois que me envolvi na história não teve jeito, surgiu em mim um carinho por cada uma dessas crianças. Que livro, escrito a tantos anos mas tão atual.

"Capitães da Areia é um romance sobre o desamparo e o abandono de crianças, não apenas nordestinas"

Bia Fontes 01/06/2024

Grande paz
A obra de Amado é um clássico incrível voltado para a compreensão dos sentimentos e desejos/sonhos dos meninos abandonados, além de explorar temas como o amor juvenil, o estupro e a pedofilia. São apenas crianças que, infelizmente, diferenciam-se das outras pela assimetria social. Mas qual o fator comum entre Pedro Bala e seus companheiros? Eles só queriam um lar e paz.

LaAsa13 01/06/2024

Capitães do meu coração
Que livro maravilhoso!!!
Cada personagem contém uma característica própria que consegue conquistar nossos corações. Embora sejam meninos, são maduros e corajosos como homens.
Me emocionei quando a Dora apareceu e fez TDS os rapazes a amarem, principalmente Pedro-Bala (um herói sem capa)!
Confesso que tive muito preconceito para ler esse livro pelo fato de ser um clássico da literatura brasileira, mas que bom que li, porque é simplesmente perfeito!

de.alt 01/06/2024

Salve Jorge Amado
Capitães de Areia traz uma história com diversos personagens que são, acima de tudo, crianças. Pode parecer óbvio, mas durante a leitura é difícil imaginar como alguns adultos conseguiriam lidar com situações tão extremas quanto as em que o grupo de Pedro Bala é submetido.

A realidade desses jovens que sobrevivem de furtos e golpes em Salvador é descrita com precisão e sensibilidade que só Jorge Amado poderia fazer. Sem dúvidas é uma obra atemporal e que mexe com o emocional e o senso crítico do leitor.

lenitas 31/05/2024

"Porque a revolução é uma pátria e uma família."
Não sei nem o que falar sobre esse livro direito.

O jeito que essa história consegue, desde o início, fazer com que você se sinta imerso é sensacional.

Tudo nesse livro é sensacional, sei lá.

golddustttt 28/05/2024

"Voz que vem de todos os peitos esfomeados da cidade, de todos os peitos explorados da cidade. Voz que traz o bem maior no mundo, bem que é igual ao sol, mesmo maior que o sol: a liberdade."

Lucas Mart1m 28/05/2024

Infância crua
Uma grande obra brasileira, que denuncia a realidade dos meninos rejeitados pela sociedade, entre a cruel realidade e a infância sonhadora. É até os dias de hoje, um tema relevante.

Com uma história vívida e personagens que geram grande empatia e com uma narrativa impactante. Os capítulos iniciais de apresentação dos personagens como contos dos capitães, já coloca o leitor na dura realidade do trapiche.

Assim, na segunda parte do livro os acontecimentos se empolgam, entretanto a parte final é destoante, não considero um final ruim mas não se mantém no mesmo nível do resto.

Nesse sentido, o partidarismo explícito (quase pedante), as repetições e a forma que os temas mais pesados foram abordados são as piores partes. Entretanto, não desfaz o enaltecimento do povo brasileiro que o livro trás.

Além disso, uma menção a sem-pernas, grande personagem.

Junior753 28/05/2024

Não Djonga, você não escreve clássicos tipo Jorge Amado.
Sinceramente sinto-me incapaz e intelectualmente insuficiente para opinar/julgar ou até mesmo falar de forma técnica sobre essa obra. O contexto predefinido desde o inicio é simplesmente o mais real e cru que se poderia imaginar numa obra daquela época, sem censuras ou eufemismos. Oque seriam os "Capitães de Areia" se não a representação de todo um cenário de crianças que de criança só possuem a idade, a ideia da vida nas ruas, a abordagem de diversos aspectos como sexualidade, vícios, preconceitos, a ousadia ao introduzir duas religiões intercalando entre sí em toda a obra e ainda sim dando o devido valor e respeito a ambas. A forma cruel e bruta com que os personagens se desenvolvem, Jorge Amado não leva mais que 3 páginas para simplesmente matar personagens que foram tão importantes para a obra, (oque nos reforça o pensamento de que a vida pode acabar num piscar de olhos). Cada personagem tem características quase que únicas, cada um tem algo de especial, cada um representa um estereótipo, e trazem consigo histórias e ambições diferentes. Até mesmo quando se trata do amor (algo que é muito raro de existir diretamente, já que todos são dominados pelo ódio) a obra é extremamente minuciosa, mostra a ideia de amor limitada que se resume ao prazer sexual (o qual são introduzido desde muito cedo), mas também mostra que eles podem amar de forma ingênua, que podem até mesmo de ter seu amor não correspondido, são capazes de estuprar, de se relacionar com "mulheres da vida" sem ao menos se importar, podem viver um romance, em certos momentos podem ter até mesmo o tão escasso amor materno. Mas enfim, Pedro Bala, Gato, Boa-Vida, Sem-Pernas, Volta-Seca, Professor, João Grande, Pirulito, Dora e os demais são sem dúvidas a melhor representação de forma crua e realista de milhões de crianças que são os verdadeiros "Capitães da Areia". Poetas, mentirosos, artistas, golpistas, cronistas, ladrões e acima de tudo malandros.
E indo totalmente contra a fala do professor "Deixa de ser besta, Bala. Tu sabe bem que do meio da gente só pode sair ladrão". Ironicamente o próprio Jorge Amado, um capitão de areia, escreveu uma das maiores obras da literatura brasileira.

Mas por fim todos tiveram seus destinos, alguns conseguiram o que tanto almejaram, outros não tiveram a mesma sorte, mas acima de tudo todos viveram e morreram como Capitães de Areia.

Obrigado, Jorge Amado.

Taly 27/05/2024

Atual mesmo após 87 anos
Mais um livro nada anacrônico de Jorge Amado, mesmo depois de 87 anos do seu lançamento. A temática do livro - um grupo de crianças/adolescentes sem família, que formam um grupo com suas leis, e sobrevivem através de roubos. Cada indivíduo desse grupo possui sua experiências, desejos, sonhos - Jorge consegue expor essas vidas com um olhar íntimo.

Ray 27/05/2024

"A luta mudou seus destinos."
Sem dúvidas, esse é aquele tipo de livro que todos precisam ler em algum momento da vida. Seja para entender o contexto social de acolhimento a crianças abandonadas, ou para quem precisa apenas de um pouco mais de humanidade e empatia. Eu tinha uma visão bem diferente de algumas questões tratadas nessa obra, mas ao ler algo tão detalhado, doloroso e visceral, comecei a rever meus conceitos. A narração é tão bem feita que, em algumas passagens, realmente parece que os personagens são homens e não crianças abandonadas à própria sorte em uma sociedade fechada em si mesma. A todo momento é visível como o ambiente influencia o ser humano e diminui a capacidade dessas crianças brilhantes. Certamente, não serei mais a mesma depois dessa leitura.

Professor antes de ir embora para o Rio de Janeiro - "Olhou para o trapiche. Não era como um quadro sem moldura. Era como a moldura de inúmeros quadros."

Allane7 26/05/2024

Que pedrada
Depois de ler esse livro, finalmente entendi o porquê de ser um clássico brasileiro.

ALERTA DE SPOILER!!

Amo como o Jorge Amado escreveu a história e as obstinações de cada personagem. Tão distintas, mas também tão iguais. Afinal, todos eles anseiavam por algo que os fizessem se apaixonar e esquecer o quão difícil eram suas vidas nas ruas. Pirulito tinha o cristianismo, o Professor possuía os livros, o Gato saía toda noite para ficar com uma prostituta. E tinha o Sem-pernas, que invejava a todos eles por terem com o quê se agarrar para esquecerem de suas dores.

Há um trecho muito lindo do romance que descreve exatamente tudo isso:

"Todos procuravam um carinho, qualquer coisa fora daquela vida: o Professor naqueles livros que lia a noite toda, o Gato na cama de uma mulher da vida que lhe dava dinheiro, Pirulito na oração que o transfigurava, Barandão e Almiro no amor da areia do caes. O Sem Pernas sentia que uma angustia o tomava e que era impossível dormir. Se dormisse viriam os maus sonhos da cadeia. Queria que aparecesse alguém a quem ele podesse torturar com chicotes. Queria uma briga. Pensou em ir acender um fósforo na perna de um que dormisse. Mas quando olhou da porta do trapiche sentiu somente pena e uma doida vontade de fugir. E saiu correndo pelo areal, correndo sem fito, fugindo da sua angustia"

Além disso, também gosto de como a história e os personagens são muito reais. Jorge amado não teve aquilo de fazer personagens 100% bonzinhos e amáveis. Longe disso, todos eles falavam ou faziam coisas problemáticas, algumas que você não consegue sequer perdoar (Pedro Bala estrupando uma moça). Mas você entende que, afinal, esse é o fruto da realidade de jovens meninos brasileiros abandonados desde cedo a viverem nas ruas de uma cidade onde o capitalismo prevalece, sem o amor de um pai ou de uma mãe.

Esse livro certamente é uma pedrada de tão bom.

Ray.j 26/05/2024

Não consigo juntar as palavras certas para descrever este livro. Foram muitas emoções, eu estive com eles durante seus roubos, seus dramas, seu abandono e durante a partida deles. Essas crianças, que não puderam ser crianças, representaram e ainda representam uma realidade tão triste que é o abandono.
Nunca li nada parecido, apesar da triste realidade da qual muitas pessoas são conscientes ainda é difícil ler sobre, especialmente dessa forma tão íntima. Porém, acompanhar a trajetória dos Capitães da Areia me fez sentir a necessidade de saber mais, me senti parte deles, tomei suas dores e em especial as do personagem Sem-pernas, que foi mais uma dentre muitas crianças incompreendidas e abandonadas pela sociedade.

Rodrigo 25/05/2024

Capitães de areia
Li, talvez não tenha sido o momento. Não me atraiu, foi uma leitura até difícil de terminar. Talvez no futuro relendo se me despertar vontade tenha algo bom pra falar dessa leitura. Me limito a isso.