Resenhas - Capitães da Areia

SheoftheOintmentJar 20/05/2024

Esse foi um dos meus primeiros livros da literatura brasileira que tive acesso, ganhei de presente de uma pessoa que já havia o lido. o livro é muito real, o que torna uma experiência de leitura muito tocante e reflexiva.
conversa muito sobre o papel da sociedade no abandono e negligência infanto-juvenil no Brasil, principalmente em áreas mais vulneráveis. a dignidade - mais para a falta dela - na vivência desses meninos e meninas de ?rua? que todos vemos e ignoramos muitas vezes no dia a dia é crucial para o desenvolver da história. em suma, uma crítica e reflexão sobre esse sistema exploratório que em seu núcleo precisa que existam crianças famintas e sem teto para girar. é um livro a sua primeira vista interessante mas que pode desencadear gatilhos acerca da nossa própria vivência e papel na sociedade em responsabilidade sobre nossos ?irmãos?

gomesisa 19/05/2024

Capitães da areia, de Jorge Amado
Um grandioso clássico da literatura brasileira e meu primeiro livro clássico que eu li, tenho que falar que minha experiência foi ótima! Me apaixonei na escrita e palavras do Amado, como ele descreveu e ?filosofou? sobre o tema marginalidade infantil e abandono ou perca materna. Também gostei de como ele relatou a vida esses meninos, por que nós sabemos que a sociedade locar esses meninos como ?vilão?, mas a verdade é que eles são a maior vítima da nossa realidade cruel. Me apaixonei, novamente, pela cultura e a religião da Bahia!!

Cicero 19/05/2024

A liberdade é como o sol, o bem maior do mundo.
Como não amar o Amado.
Ler Capitães logo depois de ler Mar Morto é me fazer sentir, sentado no cais, acompanhando todo o seu desenrolar dessa obra magnífica. Nunca um livro me causou tanta reflexão/indignação ao mesmo tempo. Cada vez que leio algo de Jorge percebo o quão sensível e natural ele foi construindo cada personagem, cada história. Obrigado por tanto!

mxrilo 19/05/2024

CARTA
Amado, Jorge.

Você soube mostrar, de forma crua, as mazelas de uma população que tanto sofreu e tanto sofre. Retratou de forma visceral as lutas do povo brasileiro.

Lê-lo é como ler uma biografia do Brasil, é furar a bolha de uma criação onde nada faltou e ser confrontado com a dura realidade que muitos enfrentam diariamente.

Os capitães da areia buscavam desesperadamente o carinho e o afeto, encontrando-os das mais diversas formas - nos livros, nas camas das prostitutas, na oração, entre eles...

Amado, você nos instiga a agir contra a injustiça e a desigualdade.

O grande Antônio Candido falava que você tinha a responsabilidade social em sua literatura, consciente de sua aplicação na construção de uma cultura, da nossa cultura.

Você é a cultura brasileira.

Obrigado.

Bruna 19/05/2024

São muitos anos sendo uma leitora obstinada. Meu tempo livre é preenchido a muito tempo pelos livros e agora, terminado Capitães de Areia me perguntei?porque demorei tanto para ler esse clássico de Jorge Amado? Livro escrito em 1937 e que traz a construção da vida marginal, do destino dos excluídos, da criação de sentimentos e ideias dos abandonados com uma verdade que é quase como assistir a um documentário, um filme da vida real. É um tratado sociológico. Personagem como Sem Perna, Pirulito, Vida Seca tem uma complexidade comovente. E o que dizer de Dora? Nome da minha filha. Me pegou de jeito, ainda mais porque assim como os outros, era apenas uma criança, que precisou ser adulto muito antes do tempo. Isso sim é leitura obrigada!

thaiqx7 19/05/2024

Homens (meninos) valentes têm uma estrela no coração
Segunda releitura, primeiro término do livro. Como imaginei, acho que tenho um apego gigantesco com esse livro, por isso demoro tempos pra terminar, mas, finalmente terminei...
É assustadoramente gritante como em 1937, Jorge Amado consiga ser tão atual com questões sociais e políticas que nós encontramos no dia-a-dia, falhamos como sociedade, isso é fato.
Capitães da Areia é uma experiência tão intensa, interna e realista que se torna uma leitura tão necessária pra todos nós, para assim, sabermos o cerne das problemáticas que assolam crianças abandonadas, agentes que usam e abusam de suas posições e o que ou quem, de fato, parasita(m) a realidade.
Crianças, que são obrigadas a encarar a realidade com amadurecimento, devido o abandono, negligência e a violência, que embora, olham, vivam e convivam como homens, os diálogos e as ambientações, dolorosamente, sempre nos relembram que são apenas crianças ausentes de segurança, carinho e amor.
É uma leitura extremamente fluída, emocionante, atual e cativante. Espero que em cada um que leia o livro, acenda uma chaminha de humanidade e racionalidade sobre essas questões.
Com certeza um dos meus livros favoritos!

E não, esse livro não é uma propaganda comunista.
E sim, a revolução é uma pátria e uma família.

azevedogs 18/05/2024

Como pode um livro com quase 90 anos retratar algo tão atual?
A história de Capitães de Areia é totalmente cativante e envolvente. No início, a forma como o Jorge Amara escrevia era difícil de entender, mas depois de pouco tempo, devorei o livro.
Desde que iniciei a história, penso em quantos Capitães de Areia existem pelo Brasil.

alguem7 18/05/2024

"-Mas é a lei, filho... -Morrer?"
Capitães da Areia é brutal. É como receber um tapa na cara que revela a ainda atual e revoltante situação de tantas crianças no Brasil.
É claro que fiquei bravo e depcionado com os Capitães da Areia algumas vezes, principalmente na cena de estupro por Pedro. Mas me peguei pensando melhor sobre isso, e é certo culpar crianças que não tiveram carinho, lar, educação, nem instrução? É correto ter o mesmo olhar para com elas que eu teria para uma criança que teve tudo isso? Elas sabiam que eram criminosas, mas o que poderiam fazer?
A cena do carrosel foi a mais impactante. Essas mesmas crianças que tiveram a infância roubada, que matam, estupram e roubam, se divertindo com a música, brincando uma com as outros, rindo. Sendo apenas crianças, felizes durante o momento que esquecem o quão injusto o mundo é com elas e enquanto podem fazer isso.
Foi um prazer conhecer os Capitães da Areia e suas histórias, que com certeza ainda vão me render algumas horas de reflexão

Felps 18/05/2024

Capitães de areia
É cruel, triste e de uma realidade intragável.
Ao decorrer dos capítulos somos apresentados a crianças que perderam suas infâncias precocemente e são lançadas a marginalidade para assim lutarem por sobrevivência. Esses pequenos homens são estigmatizados e odiados, só possuem a companhia um do outro que é unida pela luta contra a miséria. Miséria essa que vai além da fome, é a do afeto, do amor e compaixão.
O estado os trata como delinquentes e usam da violência e exclusão como retratação social. Isso vira combustível para o ódio que já existe dentro dos capitães que se vingam tirando dos mais ricos para os mais pobres.
Os personagens são muito bem trabalhados, me chamou atenção a forma como o padre José foi retratado. Um homem devoto que via naquelas crianças uma esperança, que era capaz de ver além do estigma levantado pela sociedade, dava amor e os via apenas como crianças que eram, como vítimas de um sistema errôneo que os levou á criminalidade sem opções de uma segunda chance. No entanto, o padre era visto como um blasfemo e não como um bom samaritano, ele foi punido pela igreja por ajudar aos pobres. Nesse ponto autor expõe a hipocrisia da Igreja ao ser seletiva e preconceituosa.
Por fim, fui totalmente arrebatado por essa história de João de Deus, Pirulito, Sem Perna, Pedro Bala, Professor e Dora, fiquei emocionado muitas vezes por a vida difícil e penosa que levavam, e me peguei reflexionando muito. A realidade ali ambientada não se distancia muito da atual e isso me corta o coração.
Esse livro é necessário e recomendo muito.

Stella 18/05/2024

Uma história inesquecível
Capitães da Areia retrata a dura realidade de meninos órfãos, abandonados e negligenciados pelo Estado. A narrativa, rica em detalhes, nos leva ao trapiche onde essas crianças viveram, às ruas de Salvador por onde se aventuraram, e ao reformatório onde sofreram inúmeras violências.

Pedro Bala, Professor, João Grande, Gato, Sem-Pernas, Pirulito, Boa-Vida, Volta Seca, Barandão, Dora e muitos outros meninos formaram uma família forte, unida por suas dores, traumas compartilhados, ressentimentos e carências. Eles sofrem com a ausência de amor, educação, alimentação e outras necessidades básicas.

Infelizmente, essa realidade persiste mesmo após 87 anos do lançamento do livro.

belinha 17/05/2024

Companheiros capitães de areia
Me apeguei demais a cada personagem desse livro e o tempo inteiro me senti como se estivesse dentro do trapiche, acompanhando as aventuras de todos os meninos. Esse livro é maravilhoso, todo o mundo deveria ler essa obra de arte!!

ladyhugo 17/05/2024

Atemporal
Nao eh atoa que esse livro é um clássico. sem dúvida nenhuma foi acrescentado na minha lista de leituras obrigatórias para indicar. você chora, você ri, você sofre, você torce por eles, você TUDO!!!
foi um prazer conhecê-los, capitães. obrigada por terem me ensinado tanto. terei pra sempre um estimado carinho por essa obra, e claro, por todos os capitães da areia que estão espalhados pelo nosso Brasil.

?

Ana Paula FZ1 17/05/2024

Nem de longe se tornou um dos meus livros favoritos...

Escrito em 1937 não poderia ser mais atual

Nessa minha edição tem um Posfácio do Milton Hatoum e quando finalizei a leitura e fui ler esse Posfacio fiquei feliz porque o meu pensamento tava todo ali, escrito por ele.

O conto do Carrossel foi o que mais me deixou de coração apertado, e o final de alguns personagens que se tornam adultos ao longo da narrativa, mas foi só isso mesmo

Jorge Amado sempre me encanta por sua escrita e pelas lembranças de infância que alguns dos seus termos me trazem

Valeu a leitura, mas não amei !!!!

site: http://paixaoporleituras.blogspot.com/

Alice 17/05/2024

Menores delinquentes baianos
A historia vai passando e a gente se afeiçoa aos personagens e quer saber o que vai acontecer. é muito triste o fato de que ainda existem crianças que ainda vivem essa vida

Vitor 16/05/2024

Pura Arte
Li, ou melhor, tentei ler Capitães aos 13 anos. Achei rebuscado demais, não consegui. Depois de muitos anos a leitura retomada e a certeza de um clássico da literatura em sua forma mais plena. Jorge Amado consegue nos cativar a cada página em Capitães de Areia.

O poder de observação de Amado é reconhecido no momento em que o escritor consegue criar tipos impressionantes. Personagens tão bem delineados que saltam das páginas. Além da escrita episódica que sempre trás uma novidade a trama que se desenvolve ao passo dos acontecimentos.

Temos uma trama mais tradicional - no quesito literatura - com a chegada de Dora, mas antes disso, por conta dos episódios passados, já conhecemos a fundo os tantos Capitães e suas peripécias e defensores, e desafetos.

Impossível não se admirar da complexidade de Sem Pernas. Da maturidade, adquirida pela literatura de Professor. O que dizer de Volta Seca, Pirulito? leiam. Vale muito a pena