Luccal1 08/06/2024
Existe um Lucca antes e depois de ler o conto Escolhendo Deus, sinceramente ele me curou de diversas formas e varios outros contos desse livro me tocaram também. Ler Clarice foi olhar pra mim mesmo assim como ela olhava para o âmago de si, via a escuridão e a luz e sorria. Ela me ensinou a como começar e entender esse processo. Amar é aceitar o imperfeito de si e dos outros.
Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente.
É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria? e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele.
Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu imaginar que ?Deus? é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus.
Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.
Há os que se voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor.