bardo 27/01/2013
Resenha - On The Road - Jack Kerouac
Eis aqui um livro que me arrependo de ter comprador para ler, On The Road é um livro que conheço de vista já tem muitos anos muitos mesmo... Sempre me intrigou o fascínio que ele exerce sobre algumas pessoas, o fato de estar há anos nas prateleiras de qualquer livraria. Essas coisas de livro, ler tem muito haver com paixão sabem?? Pois bem ler On The Road foi bem como se apaixonar por alguém e durante o relacionamento ver que não era nada daquilo que se imaginou a princípio. Como disse o livro me intriga a anos, recentemente via Facebook numa conversa com amigos, foi na época em que estavam filmando o filme, comentaram muito bem da obra, enfim chegou o dia trágico, em que vi numa banca a edição da LPM com a obra “original” sem cortes e com quatro ensaios sobre o livro, na capa um comentário do Bob Dylan de como esse livro mudou sua vida. Ok eu não sou exatamente um leitor ingênuo, não acredito em contracapas e orelhas de livros cheios de opiniões de jornais jogando confete, tenho que ler para crer. E muitas vezes me falta o interesse e eu prefiro ficar na descrença mesmo, mas enfim a paixão falou mais alto e comprei. Por uma questão de não me influenciar, pulei os ensaios e fui ler a história, não queria entrar numa leitura com idéias pré-concebidas.
Foi aí que a coisa começou a ficar complicada. Para começar On The Road é oferecido como uma história real, o que pode ser produtivo ou uma tremenda encrenca, ao contrário da versão que muitos leram a minha está lotada de passagens que não existem na versão “amaciada” para ser vendida à época do lançamento. Ou seja, a versão que eu li é bem mais Sexo, drogas e rock n' roll do que a que vocês provavelmente conhecem. Problemático? Em termos, não sou nenhum falso moralista que não possa ler sobre uma boa cena de sexo, absolutamente, se tiver contexto ok, só não escreve porcaria pelo amor. Dito isto, ainda acrescento que conforme fui lendo os primeiros parágrafos, comecei a me defender do meu preconceito natural contra a juventude e suas imbecilidades, comecei a meditar sobre meu preconceito natural contra muitas coisas, para ler dentro do ambiente da época, não deixar que minha visão extremamente rigorosa do mundo não tirasse o sentido da obra. Por que fiz isso? Porque nas primeiras páginas percebi que o jovem Kerouac era pouco mais que uma anta, um parasita vivendo à custa da mãe que não sabia o que queria da vida. Isso me incomodou me incomodou muito, vejam automaticamente me senti remetido para um filme ao estilo do nada saudoso Porky’s ok para os mais novos algo como American Pie ou algo do gênero.
Mas segui adiante, ele começa a falar sobre alguns amigos, tudo boa gente, tão doidos ou estúpidos quanto ele, a galerinha que vomitava trechos de Nietzsche, idealismos e merda na cabeça. Ok ainda resisti...Mas como diz Murphy não tem nada ruim que não possa piorar, ele introduz na história o grande herói da vida dele o problemático Neal Cassady, não antes que vc diga a questão não foi o fato dele ser um delinqüente juvenil com amplo histórico de problemas, com um QI supostamente extremamente alto e outros dotes insinuados pelo autor. O que alias diga-se até onde eu consegui chegar não consegui entender qual era a do autor. Bom depois de mais bobagem, cervejas e histórias escrabosas a coisa parece que vai engrenar para algo coerente ou pelo menos entendível. Eles resolvem ir para o Oeste, Pensei irão “reviver” um momento extremamente importante para os EUA, tipo um ato de passagem. E sim a ideia é essa, mas aí a coisa descamba ladeira abaixo, segue uma farta descrição de caronas, trapalhadas, onde o que liga tudo é a tremenda estupidez coletiva, todos são pensam em diversão, para eles a viagem ao mesmo tempo em que com contornos místicos seus ritos são se embebedar, roubar e arrumar confusão. E não nos esqueçamos de Neal o ídolo de Jack é um confuso bissexual, que mais pensa em cama que qualquer outra coisa, com ares de guru profético, que se diverte com duas garotas ao mesmo tempo e nas horas vagas se diverte com o amigo gay comum, que o olha como se fosse um Adonis ou um Apolo, estão sempre “meditando” sobre a existência..ughhh Mas não se engane não tem nada de moderninho não, O tal de Alan é tolerado por ser um cara legal apesar de ser meio “diferente” E o deus Neal, bem ele pode tudo não é mesmo???. É nojento!!
Ao para por aí, vamos a cenas de “ménage a tróis”, festinhas, enfim ou eles estão bebendo ou na cama ou divagando sobre a existência, num dos pontos épicos Neal quer que Jack durma com a garota dele pq ele quer ver como seria, noutro estão os três pelados em cima da lataria do carro.. Num outro ponto eles estão numa casa e o “esteio” da casa e respectiva esposa, fumam e cheiram o tempo todo, a namoradinha de Neal, uma delas, também vive cheirando algum pó. Deu pra sentir o nível da coisa??
Foi até onde consegui chegar... e eu me pergunto com que objetivo o autor escreveu esse lixo, e outro mais grave o que faz a pessoas idolatrarem uma porcaria dessas??? Se alguém souber a resposta me avise, este está na fila dos indesejados E me desfarei dele tão logo seja possível, talvez eu o dê de presente para alguém que eu deteste..ou o queime sei lá se alguém merece esse suplício.