As intermitências da morte

As intermitências da morte José Saramago




Resenhas - As Intermitências da Morte


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LorenaFontes 10/02/2024

Saramago tem uma forma única de escrever sobre a sociedade, os temas são únicos, e deles Saramago transcreve tão bem como a sociedade se portaria a cada condição imposta. Apesar de cru, me senti menos desconfortável com esse tema. Mesmo assim não deixa de ser uma leitura que requer mais atenção e jamais indicaria para uma pessoa que quer conhecer as obras de Saramago. Senti bastante dificuldades em alguns pontos da leitura, principalmente na segunda parte.
O final também não me deixou muito satisfeita, mas no todo é uma obra brilhante e original.
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Leticia Arenhart Canal 04/02/2024

Saramago não decepciona
Uma fábula divertida, interessante e por fim reflexiva sobre algo tão natural: a morte. Vale a leitura.
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Mark 03/02/2024

Um grande desvio na rota do desfecho esperado!
Antes de qualquer desenrolar de escrita, quero pontuar que aqui neste texto não me debruçarei em escrever exatamente sobre a história do livro, com riqueza de detalhes, pois meu foco aqui será abordar minha experiência de leitura e tecer alguns comentários sobre pontos específicos que grifei durante este processo.

Que gosto dos livros do Saramago, não é novidade para aqueles que comigo convivem, no entanto, embora tenha apreciado outros livros do autor, este em específico me cativou desde a primeira página. Caso diferente do que me aconteceu ao ler o "Ensaio sobre a lucidez" que embora tenha sido uma excelente leitura, foi um processo de "paquera e conquista" até que me envolvesse de fato com a história.

Neste livro - que não me aterei em resumir, volto a destacar - Saramago cria um universo em que a morte resolve dar um pausa em seu trabalho, um país em que não se morre mais ninguém desde o dia primeiro de janeiro. No entanto, o que para muitos pareceu ser benção, torna-se um grande motivo de caos.

No que toca a isto, acho interessantíssimo que o autor nos traz problemas reais e pertinentes que assolariam qualquer sociedade em que tal caso se instalasse. Problemáticas como a questão dos hospitais, nos quais pacientes em estado terminal jamais morrem e acumulam-se aos corredores e demais salas, bem como questões previdenciárias, pois se ninguém morre, como poderá o governo sustentar infinitos aposentados no futuro? Ou até mesmo funerárias que agora se veem à beira da ruína por não terem mais clientes - e isto nos rende um hilário desfecho, que é a obrigatoriedade de enterros de animais de estimação, pois estes ainda morrem naquele país, para que se haja o sustento das empresas - e além disso, vem aqui um ponto muito interessante: a Igreja se vê desesperada diante da não mais existência da morte.

Isto me rendeu um bom trecho a ser observado pois tenho a característica de ser uma pessoa muito crítica à Igreja e seu sistema de governo. Desde menino, compreendo que o medo sempre foi uma das mais potentes armas que a religião - em termos gerais - usou contra aqueles que a seguem (e também aqueles que não a seguem). Sobre isto, Saramago (p. 36) denota

"As religiões, todas elas, por mais voltas que lhes dermos, não têm outra justificação para existir que não seja a morte, precisam dela como o pão para a boca."

Posteriormente, ainda na mesma página, o autor ao descrever sobre o medo e a morte, sob a abordagem da igreja, retoma que

"é para isso mesmo que nós existimos, para que as pessoas levem toda a vida com o medo pendurado ao pescoço e, chegada a sua hora, acolham a morte como uma libertação, O paraíso, Paraíso ou inferno, ou cousa nenhuma, o que se passe depois da morte importa-nos muito menos que o que geralmente se crê, a religião, senhor filósofo, é um assunto da terra, não tem nada que ver com o céu [...]"

No tangente a isto, creio que as palavras do autor, expressas pelo personagem, se bastem e não careçam mais explicações.

Para mais, acho muito interessante o modo como Saramago conversa com o leitor, por meio do narrador da história, fazendo comentários que explicam as curiosidades que ele mesmo, páginas antes, parece propositalmente nos evocar. Além disso, o autor também tem o hábito de se corrigir, de fazer notas e comentários sobre sua própria narrativa, o que traz ainda mais beleza ao escrito, pois sentimo-nos como quem ouve uma relato verbal, uma conversa à mesa.

Com o desenrolar da história, vê-se que a morte, outrora compreendida como a destruidora de futuros, agora é na verdade, como bem fala um dos personagens, aquela que, na verdade, promove a garantia de um futuro, quanto este comenta que "se não voltarmos a morrer não teremos futuro."

Embora saibas que isto nada tem a ver com a filosofia cristã, algo nesta frase me lembrou-a, uma vez que o Cristo, segundo os relatos dos apóstolos, destaca que - em síntese - devemos perder nossa vida para encontrar a verdadeira vida; devemos morrer (para o mundo) e renascer (para Cristo). Algo nesta relação me faz pensar um pouco que, embora o autor muito possivelmente não a tenha abordado, existe aqui no livro a lição de que é preciso morrer, é preciso que algo se finde para que algo novo se inicie. Quanto a este ponto não poderei guiar-lhes mais adiante, pois ainda é algo fresco em minha mente e sequer sei se virá a se sustentar em outras releituras deste livro. Deixo-lhes aqui a incógnita.

Já na altura da metade do livro, o autor parece resolver a questão central do livro - a "folga", assim digamos, da morte - e isto a mim gerou uma certa dúvida, pois, se o tema central do livro é solucionado, o que haveria de se desenvolver nas ainda outras mais de cem páginas restantes?

Bem, quanto a isto a resposta é simples: o autor parece nos inserir a uma história dentro da história. Agora vemos as dinâmicas, assim como os dilemas, da morte - agora retratada como um personagem propriamente dito do livro, e não mais como algo, uma ideia, uma filosofia.

A morte, com "m" minúsculo (aqueles que lerem o livro entenderão os motivos) agora, por meio das palavras do narrador, relata-nos com um certo tom engraçado, me permitam destacar, seu processo de matar as pessoas. No entanto, a ossuda depara-se com um teimoso, que insiste em não morrer e ela insiste em matá-lo. Esta rinha de gatos parece não ter outro fim senão a vitória da morte, mas algo completamente inesperado...

COMPLETAMENTE INESPERADO

... perdoem-me a interrupção gritante do texto, mas não poderia deixar de destacar meu espanto e ao mesmo tempo admiração pelo "desvio da rota esperada" que o autor nos encaminha, levando-nos a um desfecho jamais cogitado.

Este livro me deixou além de boas risadas, pois sim, trata-se de uma obra com um bom tom de humor, excelentes reflexões sobre a vida, sobre a morte, sobre a sociedade e, inclusive, sobre as palavras, pois como em mais de um momento o autor nos lembra: as palavras mudam, seus significados mudam, o que elas dizem, muda! e não devemos nos ater aos significados do passado apenas, mas compreender seus novos usos.

Com isto eu findo o meu relato desta leitura e espero deixar-vos com um leve desejo de ler e mergulha neste universo.

Um abraço e boa leitura.

site: https://umlinsqualquer.blogspot.com/2024/02/as-intermitencias-da-morte-jose-saramago.html
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Luana 02/02/2024

Pra mim foi uma leitura um pouco peculiar , a forma como ele escreve sem ponto final , sem exclamação, mistura os diálogos, às vezes torna difícil a leitura e é preciso reler para entender. A história em si é boa, sobre as consequências em um país em que a morte para de matar as pessoas, como isso afetou as funerárias, os lares de idosos , as famílias, a organização maphia que surgiu depois pra ajudar dar fim nas pessoas , o livro tem algumas partes arrastadas, porém um final muito bom.
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gibs28 01/02/2024

As intermitências da morte 01/02/2024
Nunca me senti tao burra lendo o livro,pensei em desistir diversas vezes porque os paragrafos imensos os dialogos sem marcaçao tudo me cansava,o livro começa a ficar melhor com a perseguiçao ao violoncelista,gosto muito das reflexoes filosoficas sobre como a morte é importante para viver,e tambem gostei de como ele relacionou a importancia da morte a igreja e crença,o livro é bom,mais cansativo
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Caroline457 31/01/2024

"No dia seguinte ninguém morreu."
Este foi o meu segundo livro do autor, tão complexo e bem escrito quanto ?Ensaio sobre a Cegueira?, por mais que não seja tão mórbido e pesado ao os compararmos. Nesta obra, conhecemos a morte sob a perspectiva criativa de Saramago, onde esta assume uma forma antropomórfica, fazendo com que todos inseridos naquele contexto se ponham a questionar sobre as implicações que a mesma gera enquanto a religião, filosofia, ética, entre outros campos de estudo.

As Intermitências da Morte foi uma distopia de altíssima qualidade, me fez refletir sobre o evento coletivo que aqui nos é apresentado através de uma bela escrita (por mais que difícil). Pretendo lê-la novamente para que, assim, possa ter uma experiência mais completa. 
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JuanComjota 31/01/2024

Das coisas que apenas Saramago seria capaz
Qualquer tentativa de descrever a força com que esse livro me atingiu seria inútil. José Saramago é dono de uma capacidade narrativa única, onde realmente se faz necessário esforçar-se para completar a leitura, mas a recompensa se não multiplicada, nunca ficaria abaixo do que se espera dele. Me causou uma grande ressaca literária, mas talvez seja proposital, preciso de alguns dias para refletir sobre a peça de arte que pude ter o prazer de conhecer.
Arte!
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Lili 31/01/2024

As intermitências do quase desistir, mas....
A morte fez valer o livro.

Não é o primeiro contato que tenho com o autor. Li Ensaio sobre cegueira e amei. O titulo do livro de "As Intermitências da morte" bem como a sinopse me chamou muito atencao. Fui com muito gás e expectativas ao livro e fui me decepcionando ate mais da metade com a história de uma forma exorbitante.

No início deste, em suma, na forma de relatos descritivos, com poucos diálogos ele mostra como os governos, as pessoas de forma geral e superficial, a igreja e sociedades criminosas foram lidando com o novo "normal".

Há um sarcasmo e crítica social que são ótimos de ler, questionamentos interessantes sobre as implicações das "férias " da morte em áreas q sequer imaginava como também o peso que a morte tem sobre aspectos do cotidiano de muitos, como da religião cuja base não vem de outro ponto senão da morte.

Estes aspectos te ajudam a prosseguir adiante na leitura. Pq no geral, "a primeira parte" do livro eu achei muito chata, morosa e pedante. E pensei em desistir várias vezes. Até mesmo pela linguagem rebuscada.

Mas eis que nos finalmente a história me prende com o retorno da morte, seu trabalho, sua personificação, o surgimento de um desafiante, de um violoncelista.

Parece que o livro são dois em um só, tamanha a diferença, ao menos para mim, de antes e depois deste fato. E com o aparecimento daquele que a morte não alcançou de fato, o envolvimento aconteceu. Rs e o livro me conquistou. Nós 45m do segundo tempo, fazendo-me dar as estrelinhas
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Wynny0 30/01/2024

Senhorita morte.
As Intermitências da Morte é um livro sobre como a morte simplesmente decide não "trabalhar" mais, é dia um de janeiro e ninguém morre no país. o que inicialmente é dádiva, aos poucos se torna desespero nos cidadãos.

adorei a proposta do livro, de fato o início instiga muita curiosidade sobre como a sociedade irá lidar com a ausência do morrer, Saramago trouxe pontos importantes sobre como o Estado, a Igreja, a Mídia e meio social como um todo, lidam com o desespero, o incerto, o atípico. por um lado vemos uma máphia se construindo as custas daqueles que precisavam levar os seus entes queridos à morte, por outro lado vemos o desespero da igreja com a ausência desta.

confesso que achei a leitura muito carregada, demorou um bom tempo para que de fato o enredo tivesse fluidez. mas, ao atingir essa fluidez com uma percepção mais particular da morte, quando ela anuncia que voltará e, com isso, encontra uma nova maneira de anunciar futuras mortes na nação, a leitura ficou melhor.

de fato, o final do livro é bem surpreendente, o autor fez sátiras bem diferenciadas sobre a morte encontrar um motivo inédito para vir à "vida", e achei isso de uma genialidade absurda. talvez o que ela precisava era de um desafio, de um opositor, ou melhor, de um alguém.

gostei do livro, adoro a escrita do Saramago, sua sagacidade ao escrever tramas sem protagonistas ou antagonistas são o que me fascinam! de fato, esse livro não foi o melhor dos melhores para mim, mas vale a pena a leitura.

"Porque cada um de vós tem a sua própria morte, transporta-a consigo num lugar secreto desde que nasceu, ela pertence-te, tu pertences-lhe." p. 73
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Nanatrib 29/01/2024

Muito bom!
Adoro como Saramago é crítico, adoro como ele humanizou algo completamente inimaginável para nós, adoro como ele escreve sem pontuações. Tudo isso faz com que seja uma leitura muito mais madura, exige muito mais atenção. Impecável esse livro!
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Bruna 29/01/2024

Saramago, seu danadinho
Quando a morte deixa, por vontade própria, de matar em um país específico, fica claro a sua importância para a sociedade e mostra o quão perverso somos por odia-lá tanto. Essa é a narrativa pela qual nos deparamos nessa obra, com um final surpreendente que me deixou com o queixo caído.
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Sara.Goncalves 27/01/2024

Algo sobre a morte
Não morrer? que fatalidade. Sim, fatalidade, pois o contrário disso seria impensável. Viver eternamente? Seria torturante. A boniteza está contida justamente em não viver intermináveis anos, e sim expirar em alguma terça-feira qualquer, num dia chuvoso.
Afinal de contas, morrer é a única certeza e a única verdade absoluta que temos em vida. A morte natural, decadente, essa que não avisa quando vai chegar, que nos vigia espreitando-nos pela passagem para o outro lado, essa vale a pena ter vivido intensamente cada dia por esperá-la.
Temer a morte também nos é natural, pois, observando ao longe, ela nos parece algo macabro, obscuro, silencioso, silêncio gritante, que observa-nos. (isso não passa de conjecturas).
Em contrapartida, a gente padece em vida quando alguém com quem temos laços, morre. Como explicar morrer enquanto vive? Por que tais pessoas levam metade de nós com elas?
Luan.NietzsChe 27/01/2024minha estante
perfeito!??


Sara.Goncalves 28/01/2024minha estante
obrigada, meu neném???


with Z 28/01/2024minha estante
dizem ser os vampiros, figuras sempre retratadas como soturnas, melancólicas; decorrendo, sobretudo, da imortalidade; assim sendo enfastiante e exaustivo, senão, tedioso, existir, dps de algumas tantas eras; alguns até, ansiando muitas vzs, por um tão pouco, desejado e mortal, ponto final.


with Z 28/01/2024minha estante
uma outra obra que trás reflexões parecidas, de forma mt criativa e interessante: "As viagens de gulliver". Leitura muito gostosinha. Eu amei a resenha, muito bom!


Sara.Goncalves 30/01/2024minha estante
with Z// Idem, amigo. Também amei o que você disse sobre os vampiros!




Gregory.Olegario 27/01/2024

When did it end, all the enjoyment?
Quarto livro que leio do zé, e posso afirmar?O CARA É MALUCO
Eu ainda estou de queixo caído com as coisas que eu li nesse livro.
Primeiro a estrutura, que é uma das mais diferentes que eu já vi: Não há uma jornada dos personagens, inclusive não há protagonistas, antagonistas ou algo do tipo. É um compilado de mini-crônicas todas guiadas pelo mesmo fio condutor: De um dia para o outro, ninguém mais morreu naquele país.
O cara escreve tão bem, que as vezes lendo eu me perguntava: ?Eu não sabia que dava pra falar isso aqui desse jeito, usando essa combinação de palavras, será que eu sou fluente em português mesmo? Será que eu entendi direito ou enlouqueci??
No mais, recomendo muito mas não como uma leitura pra iniciar em Saramago.
Acho que esse fica no top 3 saramago até agora, sendo O evangelho em primeiro lugar, O ensaio em segundo e esse em terceiro.
Quero ler mais e mais desse moço, ora pois!
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Edu 27/01/2024

ISSO AQUI É A ELITE!
A morte resolveu tirar umas férias ou pendurou as chuteiras? Sabe-se, apenas, que ninguém morreu no dia seguinte. Só por isso aqui, você já deveria comprar o livro.

Como funcionaria a sociedade se a morte parasse de acontecer? A igreja, o Estado, a economia, a sociedade civil, como atuariam? o que seria das pessoas?

Saramago pegou um dos temas mais temerários para se falar sobre e fez mágica. Distribuiu ironias, indiretas, piadas e ainda transformou a morte em personagem.


Palmas efusivas. Drop the mic.
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