Jessica 29/05/2024O livro é narrado em formato de cartas, escritas em um diário pela Nisha, no ano de 1947, endereçadas a sua mãe já falecida.
Nisha tem apenas 12 anos, e narra esse momento turbulento de sua vida para sua mãe em seu diário. É muito triste acompanhar essa história tão pesada pelo olhar inocente de uma criança, que não compreende de onde surgiu tanta violência, o motivo das pessoas estarem matando umas as outras só por serem de religiões diferentes. Ver como as crianças se sentem perdidas nesse cenário, com o pouco de informação que conseguem tirar dos adultos, é angustiante.
Ela, que é metade índu (pela família paterna) e metade muçulmana (pela família materna) não sabe onde se encaixa neste cenário turbulento.
Nisha conta um pouco sobre sua cultura, rotina, família antes da tensão eclodir, e como foi necessário deixar tudo isso de lado, inclusive alguns entes amados, para poder sobreviver e ficar em segurança. E nós sentimos toda sua dor, confusão, medo e angústia, em uma narrativa fluida e linguagem simples.
Ao final do livro, temos um glossário no final do livro a respeito de alguns termos normalmente utilizados na Índia e no Paquistão.
A história é triste, porém importante, e eu a recomendo a todos.