O Diário de Nisha

O Diário de Nisha Veera Hiranandani




Resenhas - O Diário de Nisha


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-Nyx 15/08/2022

- Que livro encantador!! ? '
- Adorei!! Que livro delicado e sensível!!
Em forma de diário, o livro retrata o dia a dia de Nisha e sua família enfrentando a divisão da Índia, se dividindo em Índia e Paquistão. Relata todo o conflito religioso e político, toda a violência, ódio e tristeza que essa partição causou.
Muito bem escrito e fluido, li rapidamente, não conseguia parar de ler.
Krishna.Nunes 16/08/2022minha estante
Amei que você gostou


-Nyx 16/08/2022minha estante
- Gostei muitoo!! ? '




Pandora 19/08/2019

Em 1947, Nisha vivia tranquilamente em Mirpur Khas, na antiga Índia britânica, com o irmão gêmeo Amil, o pai, a avó e o cozinheiro e melhor amigo Kazi. Tímida e calada, fazia um diário para a mãe, morta no parto dos gêmeos. Seu pai, médico, vivia para o trabalho; a avó administrava a casa e cuidava das crianças enquanto o pai estava fora; mas nenhum dos dois era realmente carinhoso com Nisha e Amil. Então ambos se apegaram a Kazi. Nisha de maneira ainda mais intensa, pois enquanto ajudava na cozinha, só se sentia à vontade para falar quando estava com Kazi.

Em agosto, a Índia se tornou independente dos ingleses; o país rachou. Muçulmanos, sikhs e hindus deixaram de conviver pacificamente e começaram a se atacar. Bem onde eles viviam tornou-se área muçulmana, o Paquistão. Ameaçados, tiveram que fugir para Jodhpur, área hindu. Detalhe: Kazi era muçulmano e teve que ficar.

A jornada de Mirpur Khas a Jodhpur é, na minha opinião, a melhor parte do livro. O êxodo do povo hindu é muito bem retratado por Hiranandani; me vi naquele longo percurso, senti o sol escaldante, as privações. Se é nas dificuldades que conhecemos as pessoas, é nas situações extremas que vemos do que realmente são capazes.

Porém, em relação à protagonista, achei-a muito infantil: ela tinha 12 anos, mas parecia ter uns nove. O que ela faz na casa do tio, por uma justificativa pueril, é tão idiota! Por outro lado, ela é meiga e protetora em relação ao irmão.

Uma coisa que adorei na narrativa foi a relação de Nisha com a culinária: são tantos pratos, especiarias e temperos que fiquei com água na boca! Se este livro tivesse odores, alguns seriam maravilhosos, com certeza.

Enfim, foi uma leitura fácil e rápida. Livros supostamente escritos por crianças em épocas de conflito são sempre bem aceitos e acredito que com este não será diferente. Embora no gênero eu tenha preferido “O diário de Myriam”, sobre a guerra na Síria, e “Meu pequeno país”, sobre o genocídio ruandês, este “O Diário de Nisha” também me trouxe informações valiosas sobre um país e uma época quase desconhecidos por mim.

A edição da DarkSide está, como sempre, de um capricho de detalhes: capa dura, bela folha de guarda, um pequeno mapa, uma fonte bem agradável aos meus olhos míopes, marcador de fita (amo bem amado) e um corte dianteiro que é simplesmente um desbunde de tão lindo.

Nota: A história é fictícia, mas foi baseada na travessia feita pelo pai da autora de Mirpur Khas a Jodhpur.
Lu 30/08/2019minha estante
Bom dia! Quer trocar?


Pandora 30/08/2019minha estante
Bom dia, Lu. Emprestei, não sei quando volta. :)




Su :) 29/03/2022

sensível e muito forte
é uma história linda, avassaladora e também muito delicada. os sentimentos da Nisha, a relação dela e do irmão Amil com pai e até mesmo o conflito que dividiu a Índia são sempre trabalhados com muitas nuances e despertam muita empatia no leitor. recomendo muito
Beka 29/03/2022minha estante
Foi uma ótima experiência?


Su :) 29/03/2022minha estante
sim, eu chorei e sorri na mesma medida ?




Jeronimon 16/02/2024

Minha maior surpresa literária até aqui
Querido Skoob

Quando terminei O Mar de Monstros eu estava pronto pra continuar a saga de Percy Jackson, mas aí minha namorada entrou com outra sugestão, O Diário de Nisha.
Pra mim foi uma mudança muito brusca, pois eu saí de fantasia para drama em questão de um dia (já que tenho que ler todos os dias no nosso desafio literário), mas com o passar do tempo eu acabei ganhando familiaridade com a obra.
As personagens têm grande influência nessa leitura, Nisha te ganha pela inocência e ingenuidade de uma criança que está vendo seu mundo mudar tentando entender o porquê das coisas enquanto seu cotidiano vai mudando aos poucos e sua família vai junto.
É uma história com uma carga dramática muito boa e com um vislumbre da realidade na qual a autora te insere como se você voltasse no tempo da partição pra imaginar 0,5% do que o povo viveu.
Uma surpresa boa que ganhou meu coração pelo diário de uma doce criança indiana.

Com amor, Gabriel
darci jones and the six 17/02/2024minha estante
?????? isso foi fofo ?


Jeronimon 18/02/2024minha estante
???




Tatá 11/01/2023

"Amil costumava ser o favorito do papai, acho que porque ele sempre foi mais barulhento, mais feliz e mais divertido que eu. Mas agora Amil não é mais bonitinho e pequeno, e papai está diferente."

"Falar é assustador porque,
quando as palavras são ditas, não podemos pegá-las de volta"

"Ela não tem muitos amigos porque não para de falar e nunca ouve. Eu não me incomodo. Sou uma boa ouvinte."

"Acho que somos hindus porque papai e dadi são. Mas você ainda é parte de mim,
mamãe. Para onde vai essa parte?"

?Às vezes o mundo que conhecemos decide se transformar em outra coisa."

"Gandhiji concordaria comigo. Além do mais, pensei que os dois lados fossem nós e os ingleses. Por que estamos brigando entre nós??"

"Ele diz que quando as pessoas são separadas em grupos, elas começam a acreditar que um grupo é melhor que o outro."

"Apesar de tudo queimar at é virar cinza, nós não ficaríamos tristes,
porque teríamos esse novo lugar."

"Cozinhar sempre une as pessoas"

"Muita conversa acontece sem palavras."

" Percebi que ele tentava se livrar de seus sentimentos. Não queria ficar com raiva. Eu adorava isso nele, a vontade genuína de ser feliz. Às vezes, eu gostava de me apegar às minhas perturbações, como se superá-las fosse admitir que não eram tão importantes, mas Amil não é assim. Quando brigamos, ele costuma ser o primeiro a pedir desculpas, o primeiro a nos tirar do sofrimento. Mas, nos últimos dias, vi a raiva sempre por trás de seus olhos, fumegando."

"Tentei engolir, mas os músculos da minha boca não funcionavam bem. ?Eu te amo?.
Ela balançou a mão para mim e balançou a cabeça. Estava cer ta. Eu não devia estar dizendo essas coisas. Mas precisava, por precaução. Nunca dissemos essas coisas uma para a outra. Mas isso não me entristecia, porque fazíamos coisas que traduziam o amor. "
"Você é a pessoa mais bonita aqui, neste caminho triste e seco."

"Ela amava vocês dois antes de nascerem, escreveu."

". Sou uma pequena e silenciosa gota de nada que atrai homens raivosos e quer ser amiga da menina errada, e que não consegue falar nem para salvar uma mãe e seus filhos."

"Como me atrevo a reclamar, quando tantos outros nem chegaram até aqui?"
Aryana 11/01/2023minha estante
A minha bixinha réia voltou ?


Tatá 11/01/2023minha estante
Voltei. Capenga, mancando, mas voltei kkk.




Patricia Lima 01/07/2020

O Diário de Nisha
O livro acaba sendo muito tocante e muito sensível por conta do que essa família passa, e mais comovente ainda pelo fato de crianças tentarem entender porque teve que acontecer essa repartição

A mãe da Nisha era mulçumana, então eles têm uma parte que é mulçumana também, e agora eles teriam que abdicar dessa parte que pertencia à mãe deles.

Então isso acaba te comovendo muito durante a leitura, eu me apaixonei demais por essa menina doce que em meio à conflitos políticos, ela só quer ter uma amiga, ela quer que o pai não seja tão rigoroso com seu irmão, e outras coisas de criança.

Isso me lembrou muito do menino do pijama listrado, que é outro livro que gosto muito, então eu amei demais esse livro.
Paty.Cardoso 01/07/2020minha estante
Tem vídeo de resenha lá no seu canal do YouTube também?


Patricia Lima 02/07/2020minha estante
desse livro não tem




Patty 30/03/2021

Emocionante.
?Palavras certas abrem corações. Gestos de amor, novos mundos.?

Nisha nos mostra através de anotações em seu diário a história de migração de sua família rumo a um novo país durante a Partição da Índia em 1947. Um relato triste mas cheio de esperança no futuro.
Recomendo a leitura.
Caroline1432 31/03/2021minha estante
Interessante!! Quero ler! ?




Livia Barini 13/03/2021

Bonzinho
Não sei o que está acontecendo com as editoras nos últimos tempos. Elas fazem uma capa linda, um projeto gráfico primoroso em um livro infantil e o vendem para adultos, achando que os leitores não vão notar a diferença.
Não tenho nada contra livros infantis, gosto muito e leio vários por ano. O problema é a falsa expectativa que é criada. Você fica ali esperando a história se aprofundar e se frustra, pois a autora fica "nadando no rasinho".
Não é um livro ruim, é bom, mas é infanto-juvenil.
Taina.Alexandra 26/06/2022minha estante
Ainda não terminei esse livro, mas estou tendo a mesma impressão, nadou nadou e não saiu do raso... ??




Glaucia153 18/04/2022

Obra de Arte!
Livro que conta a história de Nisha, uma garotinha indiana que tem que lidar com a Partição da Índia em 1947.

A escrita é leve e fluida, cheia de tristeza e dor. Sentimentos que a autora quis causar intencionalmente.

Sofri e sorri com Nisha e sua família o livro todo. Com certeza é um dos melhores que li este ano.

A edição da Darkside está linda e bem feita. Vale a pena adquirir este exemplar.
LetAcia 20/04/2022minha estante
Que bom q gostou ??




Jamille Michele 16/08/2020

Foi o primeiro livro do ano, mas que valeu super a pena. Nisha nos apresenta as dificuldades passadas por sua família, que de repente se vê fugindo para salvar suas vidas, em meio uma guerra da qual não querem compactuar. Narrado em forma de diário, vemos a vida através dos pensamentos de Nisha
lelê 16/08/2020minha estante
segue de volta?




debora 10/01/2024

Sensível e impactante
O diário de Nisha traz o relato sobre a divisão da Índia em 1947, separando hindus e muçulmanos em dois países.
Os textos escritos por Nisha em seu diário nos colocam diante das mais adversas situações pelas quais ela e sua família passaram para chegarem a Nova Índia.
Lindo, sensível e ao mesmo tempo brutal, esse livro consegue nos fazer imaginar um pouco as dificuldades e sofrimentos ocorridos nessa época.
Tamiris 10/01/2024minha estante
Gostei da resenha?




Rosangela Max 04/08/2023

Uma garota relatando o mal da intolerância religiosa.
A história retrata o terror gerado na separação da Índia e na guerra travada entre os muçulmanos, hindus e outros grupos religiosos.
A personagem principal é a Nisha, uma garota doce e sensível que vivencia momentos de tensão e perigo, ao fugir junto com a família de um país devastado pela ignorância e violência.
Gostei que a autora soube trabalhar bem o enredo ao contar esta história pelos olhos de uma criança. Ela foi cuidadosa nas partes mais dramáticas, mas sem ?aliviar? demais só porque a protagonista é uma criança.
Senti falta de uma maior explanação sobre o contexto histórico. Afinal, um tema como esse é difícil ser encontrado em livros traduzidos para o português.
Recomendo leitura.
Beka 05/08/2023minha estante
Esse livro é maravilhoso




Jhess 28/06/2020

Acho que li rápido demais !
Esse livro é daqueles que você começa a ler e nao quer parar. Simplismente, você devora cada palavra em busca de saber como a jornada de Nisha e sua família acabará.

Um pouco da história:

Nisha, ao completar seus 12 anos ganha um diário de presente do cozinheiro e grande amigo que trabalha em sua casa, chamado Kazi.
Ao começar escrever a primeira página, ela sente como se estivesse falando com sua mãe. Mas, o que Nisha não imaginava, era que esse diário seria seu melhor amigo e nele faria o registro sobre a grande repartição que haveria na Índia ao ser declarada a independência da Inglaterra.
A Índia, não seria um país para todos os povos hindus, mulçumanos e skhrs, a Índia seria partida e um novo país surgiu, o Paquistão.
Fazendo com que os povos entrassem em conflito, havendo dor, desistência de vidas e muita morte durante a travessia, para que cada povo estivesse em seu lugar de "direito".
E com essas mudanças a vida de Nisha, de irmão gêmeo Amil, sua Dandi (avó), pai e seu grande amigo Kazi seriam mudadas para sempre.
Com uma escrita simples, pura e cativante, O Diário de Nisha faz o leitor se emocionar, sentir dor, medo e esperança através dos olhos inocentes de uma criança.
Karol 29/06/2020minha estante
bixa tá arrasando nas leituras




Amiga Leitora 23/08/2019

DE TODAS AS MANEIRAS O LIVRO MAIS LINDO QUE JÁ VI
'O Diário de Nisha' é um recente lançamento da Editora DarkSide Books, através do selo DarkLove. Aqui a autora Veera Hiranandani, narra em formato de diário, o conflito político-religioso que libertou a Índia da Inglaterra e dividiu o país entre Índia e Paquistão, dando inicio a uma terrível guerra entre Hindus e Muçulmanos.

Nisha é uma garota Indiana que acaba de completar seus doze anos, ela tem um irmão gêmeo chamado Amil, sua mãe faleceu no momento em que deu a luz à eles dois, deixando a criação dos filhos por conta do pai e a avó paterna. Em sua casa vive também Kazi, cozinheiro e amigo da família. Ele presenteou Nisha com um diário, uma vez que a garota é muito reservada e não gosta de falar, Kazi viu no diário uma forma de Nisha se libertar da timidez através da escrita e relatar as coisas que estão prestes a acontecer.

É no dia 14 de julho de 1947 que Nisha faz seu primeiro registro no diário, ela decide que irá escrever para sua mãe que já morreu, narrando tudo como se fosse em um livro de histórias. Só o que Nisha não sabia é que tempos difíceis estavam por vir, e um diário que aparentemente seria algo sobre sua vida monótona, se tornaria o registro de uma terrível guerra.

"O diário tem capa de seda roxa e vermelha com pequenas lantejoulas e espelhinhos costurados nela. O papel é áspero e grosso, e tem cor de manteiga. Não é pautado, então eu gosto. Nunca tive um diário. - Página 11"

Através de sua narração vamos conhecendo um pouco mais de sua família, a relação que o pai tem com as crianças após a morte da mãe, o carinho com que tratam seu cozinheiro muçulmano e o fato do casamento entre seu pai e sua mãe ter sido algo que gerou muita polêmica, uma vez que ambas as famílias eram de religiões diferentes.

É em meio a isso também que Nisha nos fala sobre a libertação da Índia do governo britânico, o que deveria ser uma coisa boa, mas acaba por estar dividindo o país e criando o Paquistão, que agora abrigará todos os indianos de origem muçulmana. E estando Mirpur Khas, a cidade em que Nisha mora, dentro do Paquistão, sua família que é de origem Hindu, será obrigada a atravessar a fronteira se quiser sobreviver a esse conflito político-religioso que está tomando conta do país.

"Amil diz que é bom nos libertarmos dos britânicos, mas o que isso significa? Liberdade não é poder escolher onde se quer estar? - Página 40"

Quando peguei 'O Diário de Nisha' em minhas mãos pela primeira vez, fiquei encantada com a beleza da edição, uma das mais lindas e vibrantes que eu já tive, logo comecei a lembrar de algumas novelas que assisti alguns anos atrás e que me fizeram viajar por países, culturas e religiões tão diferentes do que eu já tinha ouvido falar. Esse foi o principal motivo que me fez dar incio na leitura, pois se foi algo tão interessante em uma novela, imagina nas páginas de um livro.

A narração de Veera Hiranandani através do olhar de uma criança de doze anos me conquistou a primeiro instante. Por se tratar de relatos do dia a dia dessa garotinha indiana, os capítulos são curtos, no entanto cheios de inocência e ao mesmo tempo muita emoção. Eu criei uma empatia gigantesca por essa garota de cultura tão diferente da minha, e em pouco tempo já me via envolvida na leitura de tal maneira que não conseguia mais me separar do livro.

A experiência dessa leitura não só me transportou para uma outra época, país e cultura, como também me trouxe um conhecimento gigante de um fato Histórico do qual eu não sabia quase nada. E eu adoro quando uma ficção é capaz de me agregar tanto assim. Por isso e pelo fato de ser um enredo totalmente comovente, capaz de despertar o melhor dentro de nós, que recomendo 'O Diário de Nisha' para todos vocês. Veera Hiranandani viu na história de sua família uma oportunidade de entender melhor o que seus parentes enfrentarem e lembrar a todos que os erros do passado devem servir de exemplo para criarmos um mundo mais tolerante e pacifico.

*RESENHADO POR THAIS TEIXEIRA DO BLOG AMIGA D ALEITORA*

site: http://www.amigadaleitora.com/2019/08/resenha-o-diario-de-nisha-darksidebooks.html
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Queria Estar Lendo 22/09/2019

Resenha: O Diário de Nisha
O Diário de Nisha, de Veera Hiranandani publicado por aqui pela editora DarkSide Books - que nos cedeu um exemplar para a resenha - conta uma história bastante atual sobre encontrar seu lugar em um mundo dividido pela guerra.

Nisha começa seu diário no dia do seu aniversário de 12 anos, escrevendo para sua mãe - morta quando ela e o irmão gêmeo nasceram. A garota indiana, filha de pai hindu e mãe muçulmana, leva uma vida calada, porém feliz. Nisha não fala muito - acha bem mais fácil escrever, porque pode apagar suas palavras se não saírem como gostaria - mas ama ir a escola, brincar com o irmão Amil e cozinhar com Kazi - o cozinheiro da família.

Até o dia em que ela descobre que a Índia está se libertando da Inglaterra, tornando-se um país independente. Mas o que deveria ser motivo para alegria, traz mais preocupações para a família da garota. Isso porque o ano é 1947, e junto da emancipação, a Índia acaba dividida em dois países: a Índia dos hindus e sikhs, e o Paquistão dos muçulmanos.

"A verdade mais verdadeira é que não conheço outras crianças cujos pais tenham religiões diferentes. Deve ser uma coisa estranha sobre a qual ninguém quer falar. Acho que somos hindus porque papai e dadi são. Mas você ainda é parte de mim, mamãe. Para onde vai essa parte?"

E a cidade onde Nisha mora, agora, com a família, faz parte do novo país, Paquistão.

Com a segurança da família ameaçada, a jovem garota precisa abandonar tudo que já amou - inclusive Kazi, uma vez que ele é muçulmano - e embarcar em uma perigosa jornada ao lado do pai, do irmão e da avó para cruzar a fronteira e encontrar a segurança.

O Diário de Nisha é uma história muito tocante e, infelizmente, ainda tão atual. Veera Hiranandani se inspirou na travessia feita pelo seu pai e a família dele na mesma época, e na dualidade de viver duas culturas tão diferentes - ela é filha de mãe judia e pai hindu - para contar a delicada história de Nisha.

"Por favor, lembrem-se de nós. Lembrem-se de como era quando a Índia ainda era uma só."

Confusa com os motivos que a obrigam a abandonar seu lar e as pessoas que ama, Nisha se vê obrigada a deixar a inocência da infância para trás e encarar a realidade do mundo, onde as pessoas são separadas por conta da religião, sem importar os laços de amor.

Constantemente Nisha se pergunta a razão dessa divisão, sendo que antes sua família vivia de forma harmoniosa ao lado de muçulmanos e sikhs na cidade. Além de não entender porque ser metade muçulmana e metade hindu seria uma coisa ruim.

Foi uma leitura bastante emotiva, que eu não estava esperando, para ser sincera. O Diário de Nisha me tocou como O Menino do Pijama Listrado já tinha feito, porque conta sua história pelo ponto de vista de uma criança que tenta fazer sentido com o que vê, o que sente e o pouco que os adultos lhes contam. O que acaba trazendo uma verdade e honestidade emocionante para o texto.

A meu ver, O Diário de Nisha é uma história atemporal, por lidar com o preconceito, a dificuldade em aceitar a diversidade, e as barreiras que surgem quando religião e política se cruzam. Um verdadeiro testemunho sobre a crueldade da guerra e paradoxo da liberdade.

"Vocês não podem nos separar. Não podem apartar o amor."

Ao mesmo tempo em que Nisha vê seu povo libertando-se do domínio inglês, essa liberdade vem a um alto preço: a separação dos países, de famílias, a eclosão na tensão secular entre grupos religiosos diferente e, por fim, a matança que acabou com mais de catorze milhões de pessoas foram mortas.

O Diário de Nisha foi uma leitura rápida, fluida e surpreendente. Uma imersão em uma cultura diferente, em um conflito que pouco eu conhecia, e uma viagem contínua, página após páginas. Uma leitura que eu definitivamente recomendo.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2019/09/resenha-o-diario-de-nisha.html
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