Os ratos

Os ratos Dyonelio Machado




Resenhas - Os Ratos


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helenaslodk 13/04/2021

Crítica social e ratos.
"Os ratos" tem uma história simples: um homem, funcionário público, tem uma dívida com o leiteiro e nenhuma perspectiva de pagar essa dívida. A obra conta o dia desse homem em busca do dinheiro para o pagamento da dívida, trazendo ao leitor reflexões sobre o sistema injusto, que é marcada pelo poder/dinheiro e que a sua única solução é se envolver com jogos ou agiotas. Os capítulos são curtos e o melhor da história é a neura do protagonista entre ir dormir e ficar escutando o barulho dos ratos (que dá nome ao título).
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Gabriel 04/04/2021

A angústia cotidiana de milhões de brasileiros.
Semana passada eu assisti no jornal uma notícia assustadora – 70% das famílias brasileiras se encontram em uma situação de endividamento em razão da pandemia. Os principais motivos para o endividamento são serviços básicos como energia elétrica, supermercado, gás e água. Por conta disso, milhões de brasileiros se sentem angustiados e sem saber o que fazer, e é exatamente essa angústia que é retratada no livro em questão.

Dyonelio Machado em "Os ratos" discute essa questão que perpassa a vida da maioria dos brasileiros - as dívidas. Naziazeno Barbosa é o personagem principal da narrativa e o seu conflito começa a partir do momento em que faz uma dívida com o leiteiro, e tem o prazo de um dia para pagá-la. A partir daí acompanhamos o dia de Naziano, e o modo pelo qual tentará conseguir o dinheiro para quitar essa dívida.

Esse livro demonstra como o dinheiro é algo determinante para as relações entre as pessoas. Fique sem dinheiro e você saberá realmente quem são os seus amigos...

Em alguns momentos Naziazeno demonstra que não sabe reagir ou se posicionar diante da situação, se sente completamente perdido. Às vezes ele quer apenas desaparecer, fugir. Eu me identifiquei muito nesse ponto, pois também não saberia o que fazer se estivesse em uma circunstância semelhante. Esse livro tocou em um medo muito profundo que eu sempre tive, crescer, assumir responsabilidades, cobranças... E agora José?

Nesse caos no qual estamos vivendo, milhões de brasileiros estão passando por esse drama, pais e mães de família que perderam os seus empregos, e se encontram desesperados e sem saber o que fazer. Por essa razão esse livro apresentou um contexto muito real e que, infelizmente, existe e existirá por muito tempo.

Em relação ao título do livro, ele se mostra muito sugestivo para compreendermos a narrativa. Assim como um rato que corre e gira naquelas rodas nas gaiolas, são os pobres trabalhadores com as suas dívidas, percorrendo um ciclo sem fim, pois ao fazer um empréstimo, paga-se uma dívida fazendo outra ainda maior. Talvez sejamos como ratos a roer as migalhas que nos dão.

Portanto, é um livro angustiante do início ao fim, o sofrimento de Naziazeno nos consome completamente. Chega uma parte da narrativa que é impossível abandonar a leitura, tamanha a vontade de saber o que acontecerá adiante.
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guibre 20/01/2010

Trata-se de uma narrativa que aparenta muitas vezes ser repetitiva, confusa e enfadonha, mas retrata efetivamente a angústia de um indivíduo diante da necessidade de resolver uma obrigação pecuniária sem que tenha condições para lograr êxito em tal intento por si mesmo.
As introspecções psicológicas são contínuas e potencialmente transmitem a angústia do personagem ao leitor.
O contexto em que se desenvolve o dia do protagonista é por vezes opressivo, mas bastante diferenciado do "clima" de O Processo, por exemplo. Sem dúvida, constitui-se em uma obra que retrata consistentemente o cotidiano daqueles que se veem diante de problemas financeiros.
Como observação final, deve-se observar a proclamada ineficiência e corrupção do serviço público, especialmente na "célebre" menção ao fato de Naziazeno estar com "meros" dez meses de serviço atrasado.
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Andre.28 30/11/2020

A angústia da classe trabalhadora
Na vida da classe trabalhadora os problemas são frequentes. Problemas, orçamentos, dívidas, uma família para sustentar, contas para pagar e uma luta pela sobrevivência. Na esperança de que dá a escritos, reflexos de uma realidade reproduzida, cria-se uma forma equivalente ficcional de uma obra. Em “Os Ratos” obra escrita em 1935 pelo psicólogo e literato Dyonélio Machado, nós temos a reprodução da luta pela sobrevivência da classe trabalhadora em meio a angústia da incerteza de um futuro. A luta pela sobrevivência de numa nascente metrópole nos idos dos anos 1930 no Brasil.

O livro retrata a vida de Naziazeno Barbosa, um escriturário da cidade que vaga pelos recantos de Porto Alegre em busca de um empréstimo com agiotas para pagar as dividas e dar alimento a sua família. A narrativa de caráter psicológico apresenta um panorama de 24 horas na vida de Naziazeno, as suas angustias de conseguir algum dinheiro para pagar o leiteiro e dar de comer a esposa e ao filho. Nesse ínterim, vemos a mudança de seu animo, entre a esperança e as frustrações de não conseguir dinheiro, ele apresenta todas as características psicológicas de um trabalhador em busca de sobreviver ao caos da metrópole nascente e a pobreza gerada pelas desigualdades sociais.

Em termos gerais o livro é bem fluído. Dyonélio Machado obtém uma construção de uma análise psicológica das angústias e desafios de seu personagem Naziazeno, de uma forma que envolve o leitor. É importante ressaltar a sagacidade do autor em expor liricamente uma crítica à sociedade influenciada e dependente do dinheiro, num construção dramática da angústia de um trabalhador, que batalha pela sobrevivência, numa relação da busca pelo dinheiro e pelos recursos para pagar dívidas, e ainda assim sendo forçado a recorrer de forma a sobreviver a empréstimos, num misto de sentimentos, entre as angústias e humilhações. O autor também critica a forma como as instituições públicas são relapsas em relação aos seus trabalhos, a vida em uma repartição pública e a inação (ou estado ocioso) de alguns trabalhadores que servem ao Estado. Em resumo, o livro apresenta simplicidade, narrativa fluída, lirismo, uma análise psicológica e uma critica social inteligente.
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helenunesss 04/11/2020

Um dia na vida Naziazeno, o podre diabo dos pobres diabos, correndo como um rato em um labirinto para conseguir o dinheiro do leite. Um dia inteiro em função da necessidade, um dia inteiro de angústia. Angústia também para quem lê, aquela que só os bons livros provocam.
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Brenda | Literatura Difusa 13/07/2020

Crítica social
O livro aborda a história de Naziazeno, um homem simples e de vida difícil, tentando sustentar seu filho. A obra traz a difícil luta dos trabalhadores comuns para colocar comida em sua mesa, esses que muitas vezes se veem envolvidos em diversas dívidas para garantir uma vida razoável a sua família.
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Luciano 01/06/2020

Conheci o livro por acaso. Estava jogado numa pilha de livros para doação que temos no prédio onde moro. Pesquisei rapidamente sobre a história, achei atrativa, peguei pra ler.

Dois dias depois, devolvo o livro à pilha com um sentimento de tranquilidade incrível.

A trama inteira é extremamente envolvente, estressante, angustiante. A resolução parece nunca chegar, uma tensão se apoderou de mim em cada página e, olha, como é bom ler com tantas emoções assim!

Recomendo a todos.
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Betânia 15/09/2021

Os ratos
Comprei esse livro por acaso e foi uma boa surpresa. Possui uma narrativa simples, envolvente e instigante, fazendo com que o leitor queira chegar logo na resolução do caso. Um livro rico em emoções com uma história que se passa em somente 24h. Marcante e atual, essa obra deveria ser melhor valorizada.
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Gabs 24/03/2020

Angustiante de um jeito bom
Escrito na primeira metade do século Xx, é aquele tipo de leitura na qual você se conecta de tal forma com o personagem enquanto ele perambula pela cidade, que a angústia dele torna-se a sua.
Achei uma leitura instigante e ao mesmo tempo me senti tensa. É o tipo de sensação que eu adoro, pois me transporta à realidade do livro.
Recomendo!

Obs: a pontuação média do livro aqui no skoob quase me fez desistir dele. Não se intimidem, pois eu me surpreendi muito.
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Pedróviz 08/02/2020

Forte simbolismo
Os Ratos, de Dyonelio Machado, conta o drama vivido por Naziazeno Barbosa, funcionário público, casado, pai de um filho doente e que recebe um ultimato do.leiteiro, diante da vizinhança, de que teria o fornecimento de leite suspenso se não o pagasse até a manhã seguinte. Uma situação de tensão se cria entre o casal. Ao ritmo das horas, numa peregrinação pelos agiotas da cidade, preocupado, cansado e sem comer, o protagonista tem um único objetivo: retornar para casa com o dinheiro do pagamento lo leite. Finalmente chega em casa com o dinheiro, come algo e vai dormir. Meio dormindo, meio acordado, Naziazeno sonha com ratos comendo o dinheiro sobre a mesa.
A obra é uma crítica ao valor que o homem dá ao dinheiro em detrimento do seu semelhante. Os ratos simbolizam o excessivo apego ao dinheiro, a falta de solidariedade.
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Luciano Otaciano 13/01/2020

Livro muito bom!
Olá queridos leitores e leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra.

Nesse livro de título "Os Ratos", primeiro romance de Dyonélio Machado, recebeu um dos prêmios importantes da literatura brasileira há oitenta anos. Muito legal esse fato, pois a obra é marcante e muitíssimo qualificada para tal premiação. O autor recebeu a notícia do prêmio quando estava preso, num porão de navio, à caminho do carcere no Rio de Janeiro. Era o tempo do Estado Novo, da ditadura de Vargas. Aqui "Os Ratos" mantem o mesmo frescor e força do que quando foi lançado. Frases curtas, sintéticas, tensas, uma psicologia apurada dos personagens e o centro de Porto Alegre como um personagem à parte, um labirinto por onde trafega o desesperado Naziazeno em busca dos cinco mil réis do leiteiro. A primeira de uma série de obras primas como "O Louco do Cati" e também "Desolação", Dyonelio tornou-se injustamente um autor praticamente esquecido, poucos leitores (as) o conhecem, ou já leram algum livro de sua autoria. É realmente um fato lastimável, mas infelizmente é real!
Dyonélio Machado, aquele que, com certa propriedade, é chamado de "o Kafka brasileiro"? "Os Ratos", sua obra-prima, é uma pérola esquecida da literatura brasileira, um clássico "menor" que, se justiça lhe fosse feita, deveria estar lado a lado com Machado de Assis, Lima Barreto, Raul Pompéia, Aluísio Azevedo e companhia nos livros-textos escolares.

Com tons genuinamente kafkianos, "Os Ratos" narra um dia na vida do funcionário público Naziazeno Barbosa, um cidadão comum que acorda com um sério problema: o leiteiro ameaça cortar-lhe o fornecimento de leite caso ele não pague na manhã seguinte os 53 mil réis que lhe deve. Durante todo o dia, Naziazeno, um dos mais marcantes representantes da galeria de personagens desvalidos que povoam a literatura brasileira modernista, perambula pela cidade de Porto Alegre do começo do século XX em busca de algum dinheiro para saldar a dívida. A trama se passa em aproximadamente vinte e quatro horas e descreve em detalhes as perspectivas, angústias, esperanças e desilusões do personagem durante este tempo. Recomendo a leitura! Se você não conhece Dyonélio Machado esse livro é uma excelente porta de entrada, para o leitor (a) aprofundar-se e deleitar-se em sua maravilhosa escrita e também em suas estórias.
Em resumo a obra é mais que indicada. Finalizo por aqui, espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!
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Henrique Fendrich 10/09/2019

Um daqueles livros que li sem deixar minhas impressões à época, então registro apenas o sentimento que ele ainda me provoca. De maneira geral, eu estive bem envolvido com a história e gostei da forma como ela foi construída, não se limitando ao seu final.
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Eduarda Graciano do Nascimento 26/03/2019

Um desespero contido
Naziazeno Barbosa é funcionário público e não ganha muito. Ele é a única fonte de sustento de sua casa, onde vive com a esposa e o filho pequeno. Quando o leiteiro, certo dia, bate à sua porta e ameaça cortar o fornecimento do leite, Naziazeno inicia uma jornada pela cidade em busca do dinheiro necessário para quitar a dívida, que é só mais uma entre tantas outras.

O enredo é esse mesmo, minha gente, completamente simples e muito realista. Ainda que você não se identifique com os personagens, o livro faz refletir sobre o quão atual é essa história e quantos Naziazenos existem e passam por nós todos os dias.
Dyonélio Machado constrói uma narrativa tão básica, que parece incrível o fato de o leitor ficar tenso como se estivesse assistindo a um filme de suspense. E eu juro que é assim que você se sente, pois é muito difícil não ser dominado pela curiosidade quanto ao desfecho.
É um tanto desesperador, mas também muito agradável acompanhar a trama que se passa em apenas 24 horas e é regada de descrições de locais e personagens tão bem construídos e de reflexões e lembranças tão belamente narradas.

Eu recomendo demais a leitura desse clássico nacional que num primeiro momento parece simples, mas que é extremamente reflexivo no melhor estilo “tapa na cara”.

site: https://cafeidilico.com/blog/2019/03/resenha-do-livro-os-ratos-dyonelio-machado.html
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Adilson Simonis 24/01/2019

Quando o leiteiro não aceita mais desculpas para a dívida, a roleta mesmo com capital inicial inesperado não colabora, vemos umas ruelas de uma Porto Alegre do início do século XX, e suas gentes, trazendo a velha ideia de procurar alguma salvação. Quem sabe os trocados para o entregador do leite. Dyonelio Machado, Editora Planeta, primeira edição 1935, 207 páginas com posfácio, apresenta ratos reais e imaginários. Sem querer contar o final do livro, saibam que os mil-réis irão aparecer, de uma forma ou de outra.
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