spoiler visualizarSoph â¡ 30/05/2024
"Eles são só maridos, a Evelyn Hugo sou eu"
Esse livro é perfeito em todos os aspectos: os personagens, a histórias, os plots, as críticas sociais, os diálogos... TUDO! Eu não aceito que ninguém fale mal dele perto de mim e te garanto que quem fala mal ou leu de olhos fechados ou não entendeu a mensagem que eu livro quis transmitir (e tá tudo bem não gostar também)
A história começa com uma notícia de que Evelyn Hugo, uma atriz super famosa que fez muito sucesso nas décadas de 50, está fazendo um leilão de todos os seus vestidos para arrecadar dinheiro em benefício à uma campanha de câncer de mama. A jornalista Monique Grant é repentinamente escolhida para fazer uma exclusiva (e suspeita) entrevista com a atriz, que tem o interesse de contar toda a sua história de vida e sua tragetória para a fama, que guarda muitos segredos e várias revelações.
Sobre os personagens, vamos começar com a divônica Evelyn Hugo. Ela é uma mulher forte, ambiciosa, inteligente e muito complexa. Ela deixa claro várias vezes que não se arrepende das coisas que fez no passado e que se pudesse, faria de novo a mesma coisa, e cá entre nós... Você simplesmente não consegue odiá-la por causa dessas ações, em certos pontos você até entende o por quê dela ter feito o quê fez e acaba passando pano na maioria das vezes (o meu é verde-esmeralda com brilhinhos dourados). Se eu falar detalhadamente sobre TODOS os ex's da Evelyn, vou ficar aqui até amanhã, então vou dar uma grande resumida. Ernie Diaz: bem qualquer coisa, até porque a Evelyn deixa claro que só se casou com ele por questões de "sobrevivência", então não tem muito o que dizer sobre ele, a não ser que tenho uma pequena dó dele; Don Adler: um completo escroto, um verdadeiro machista (o que não me surpreende, considerando o machismo gigantesco que existia na época); Mick Riva: um vagabundo desgramado que tá em qualquer lugar, menos com os filhos, e olha que ele engravidou a Evelyn também, se tivesse vingado, ia ser mais um pra ele sustentar (quem leu Malibu Renasce vai entender melhor); Rex North: bem sem graça, só se casou com ele por marketing; Harry Cameron: SIMPLESMENTE MARAVILHOSO, um exemplo legítimo de "alma gêmea"; Max Girard: não sei quem é o pior, ele ou o Don Adler (adicionando que o Max é homofóbico); e o último, Robert Jamison: nada a reclamar, foi um bom marido. E não menos importante, temos Celia St.James. Assim como a Evelyn, ela é complexa e muito intensa, um pouco imatura no começo. As duas se invalidam o tempo inteiro e não parecem chegar a um acordo definido, mas ao decorrer do livro, dá pra perceber que as duas amadureceram muito. Do começo até o fim, eu cadelei o relacionamento das duas e torci muito que tudo desse certo entre elas. A Monique é a personagem menos interessante do livro. Tenho a impressão que a autora não soube desenvolver a personagem em si, então só deixou ela reclamando da mesinha de centro que o ex-marido levou e não procurou evoluí-la no decorrer do livro, então o arco dela se tornou algo meio monótono e muito desconectado da história, eu simplesmente pulava essas partes e ia para as mais interessantes. Apesar disso, não dá pra negar que a Monique foi importante pro plot-twist e pro final do livro.
O final... Meus amigos... Pode ter certeza que você vai chorar, vai sentir raiva, vai ter surtos e de brinde vai ter a cabeça explodida. Fiquei triste demais com a morte do Harry e da Celia. Parece que quando finalmente elas se aceitam e começam a de fato a viver juntas como sempre queriam, isso tudo vem de uma vez só e te deixa completamente sem chão. Confesso que senti um tiquinho de raiva da Evelyn quando ela negligenciou o pai da Monique, mas que acho que ela no desespero só quis salvar o melhor amigo e poupar a sua filha de saber que o seu pai era um alcoólatra e foi o responsável pa morte do seu amante (outra coisa que explodiu a minha cabeça). E no fim de tudo, a Evelyn revela toda essa bomba nuclear pra Monique porque ela queria mostrar que o pai dela (o James Grant) realmente a amava e que ele poderia simplesmente abandonar a filha e a esposa pra viver junto com o amor da sua vida em outro país, mas não fez isso em consideração à elas (e novamente passamos pano para a nossa querida Evelyn, até porque ela errou, mas foi tentando acertar). A morte dela foi bem triste também, mas você entende a decisão da Monique de não impedí-la de tirar a própria vida, até porque não havia sentido nenhum pra ela viver em um mundo onde as pessoas que ela mais amou se foram (e também tem a questão do câncer de mama avançado que ela tinha, então acho que pra ela, dava no mesmo).
Li esse livro umas três vezes e não preciso ler a quarta pra comprovar que ele é uma obra-prima!
Nota: 5.0 ?