Tamara 10/12/2020
Há muitos anos, tive uma primeira experiência bastante positiva com Lisa Gardner, quando li o livro Viva para contar. Porém, depois parei de ler livros policiais e retomei só recentemente, mas a autora não vinha estando no meu radar de leituras próximas, uma vez que eu gosto de ler as séries na ordem e a série dessa autora não está toda lançada aqui no Brasil. Mas, quando procurava um suspense interessante, tive uma grande vontade de ler esse livro em especial e aquilo não saiu mais da minha cabeça, então me joguei na leitura, mesmo fora da ordem.
Esse livro é realmente um suspense impactante, daqueles que conseguem nos angustiar, nos deixar nervosos e por vezes fiquei até observando os barulhos da casa e os arredores, de tanta tensão que o livro consegue causar no leitor. Além disso, a autora tem uma escrita muito boa e consegue misturar o conceito de protagonista boa e má, nos fazendo por vezes querer abraçá-la mas em outras nos leva simplesmente a desconfiarmos dela, e isso deixa tudo mais interessante.
Nesse enredo, acompanhamos Flora, uma mulher que passou anos raptada, e quando consegue se livrar carrega muitos traumas. Mas, de certa maneira, ela se torna uma justiceira, indo em busca dos sequestradores de outras meninas, e para isso se coloca o tempo todo em perigo. É óbvio que esse é um resumo bem básico da história toda, mas não cabe a mim contar mais do que isso ou querer entregar pontos cruciais. Também, posso dizer que o livro se passa em dois momentos distintos, sendo o primeiro quando Flora estava sequestrada, e confesso que as descrições foram fortíssimas, claustrofóbicas e por vezes eu me sentia lá, no cativeiro dela e sofrendo junto. Já o outro momento se trata do presente, onde Flora começa a investigar um perigoso sequestro e então se põe na mira de pessoas muito perigosas, que talvez dessa vez não a deixem escapar.
Com esse enredo, o livro não deixa um minuto para tédio, e ora passamos tensão devido ao que Flora passou em seu sequestro, ainda que saibamos que ela conseguiu se libertar, e ora passamos muita agonia pelo presente. Também, como já mencionei, em alguns desses momentos nos perguntamos se Flora quer ajudar ou passou a ser uma vilã, e esses questionamentos nos movem e impulsionam para chegarmos logo ao final do livro para desvendarmos todos os mistérios.
Um outro adendo importante é que esse livro faz parte da série D. D. Warren, então acompanhamos vislumbres dessa detetive, partes de sua vida pessoal, e confesso que isso foi o que mais me incomodou em ler fora de ordem, porque embora o caso policial se inicie e acabe nessa obra, eu gostaria de compreender melhor a detetive D. D através de sua história apresentada de forma coadjuvante nos outros livros.
Assim, essa questão de conhecer melhor a detetive do caso se tornou o ponto negativo para mim, e embora eu já tenha gostado demais dela, acredito que viraria uma grande fã caso conhecesse tudo sobre essa mulher, seu filho e seu marido, algo que achei bem interessante porque em boa parte das vezes não encontro detetives com filhos pequenos.
Enfim, A garota desaparecida é um thriller de tirar o fôlego, que nos prende do início ao fim, nos passa as sensações dos personagens e nos deixa apavorados e para quem gosta do gênero suspense, pode ser uma boa leitura. Sobre a minha recomendação, é difícil falar para as pessoas lerem livros de séries fora de ordem já que eu mesma não gosto disso, mas se o leitor estiver disposto a ignorar isso, eu recomendo a leitura e torço para que alguma editora com boa disposição traga para o Brasil todos os livros.