Onassis Nóbrega 09/05/2024
Uma deliciosa (!?) surpresa!
Escolhi ler Drácula despretensiosamente para relaxar depois da Ilíada e Odisseia de Homero. E fui agraciado com uma deliciosa narrativa que me surpreendeu demais e já está entre os meus livros favoritos.
Meu primeiro romance epistolar. E como funcionou bem. A narrativa através de diários, cartas, matérias de jornais, telegramas, etc nos permite acompanhar a história quase sempre em primeira pessoa, mas sempre por pontos de vistas diferentes dos ?mocinhos?. Jonathan Haker, Mina Haker, Lucy, Dr Seward, Qujncey Morris, Arthur Holmwood e o especular Dr Van Helsing vão construindo uma trama de suspense, investigação e fortalecimento de laços de amizade como poucas vezes encontramos. O Conde tb é um personagem interessantíssimo, muito melhor com todos os que foram adaptados para o cinema até hoje, junto com o paciente do Dr Seward. Fico imaginando uma narrativa pela ótica destes dois personagens. Acho que ficaria curioso. Uma coisa que fiz e recomendo fortemente foi colocar a trilha sonora excelente do filme de Coppola como background. A atmosfera de leitura nos transporta para a narrativa. Não vou comentar detalhes da trama, que aparentemente é muito conhecida, mas nenhuma adaptação popular foi totalmente fiel ao livro. Nem a de Coppola.
Quanto a edição da Darkside Books: escolhi a amarela que simula a primeira edição original. E é um espetáculo. Chamou atenção em todos os cantos enquanto estava lendo. Muito material extra. Temos a participação do neto de Bran, que fez um pequeno texto especialmente para esta edição. Quanto ao texto introdutório da tradutora (que também tem outro texto no final do livro), recomendo ler no final, pois tem muito spoiler (na verdade tenho adotado esta estratégia como regra ultimamente. Tem o conto ?O Hóspede de Drácula ?, que foi lançado postumamente pela esposa de Bran e é um grande acréscimo a obra, com o mesmo clima do início do livro. Fora resenhas de época, uma entrevista com Bran. Cartas trocadas com grandes nomes, um artigo da Enciclopédia Britânica sobre vampiros, um artigo sobre as adaptações do livro da Cinema e outras artes e, para finalizar com chave de ouro (ou sangue?), o excelente poema de Baudelaire ?O Vampiro?. Um verdadeiro colosso esta edição.
Só posso parafrasear o saudo Tim Maia na época racional: ?Leia o livro!?