Anna Kariênina

Anna Kariênina Leon Tolstói




Resenhas - Anna Karenina


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Evy 24/09/2021

Não a toa este livro é um clássico da literatura. Foi considerado "impecável" por ninguém menos que Dostoievski e quem sou eu na fila do pão para discordar. Impecável é uma palavra perfeita para descrever essa obra tão bem construída e tão cheia de nunces por Tolstoi. Impossível não se encantar pela narrativa, uma das mais belas que já li até hoje.

Apesar de levar o nome da personagem Anna, o livro trata, falando bem resumidamente, de dois núcleos familiares que são o cerne de toda a história: os Kariênin e os Liévin, e vai abordar seus costumes, vivências, desventuras e dissabores. A frase icônica do início do livro faz todo sentido nessa perspectiva: "Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira".

É um livro ficcional, mas a narrativa realista de Tolstoi nos faz questionar a veracidade da história como se de fato tivesse acontecido. Seus personagens são tão bem construídos em detalhes e movimentos que saltam das páginas. Não há vilões e heróis, apenas uma miríade de personagens essencialmente humanos e complexos, o que me fez dar cinco estrelas a obra por esse aspecto.

Tolstoi traz à luz discussões importantes sobre classe social, política, religião, machismo, e relacionamento familiar ao longo de toda a narrativa através das vivências de seus personagens, em especial Anna, que representa a aristocracia e a vida efêmera nas capitais e Liévin, que representa a vida simples no campo e o que realmente importa.

"Toda a diversidade, todo o encanto, toda a beleza da vida é feita de sombra e de luz". A genialidade da escrita de Tolstoi está em justamente não deixar espaço para vilões e heróis, mostrando a essência da natureza humana em toda sua beleza e horror. Anna causa furor na sociedade por ter um caso extraconjugal e decidir abandonar marido e filho para viver essa aventura. Liévin, apesar de ter idéias avançadas à época, muitas vezes é bastante resistente e não dá ouvidos à razão.

Uma obra que merece ser lida e conhecida por todos e que faz juz à sua fama.
Douglas Finger 24/09/2021minha estante
Que espetaculo! Parabens pela leitura


Matheus 30/09/2021minha estante
Esse livro é brilhante!




Cleber 22/01/2024

Tolstói
O tipo de livro que eu não queria parar de ler e ao mesmo tempo não queria que acabasse. Tolstói tem uma forma de escrever que prende o leitor e a leitura dirigida com a Maria Camila Moura foi essencial para compreender melhor a obra, o autor, a época em que se passa história e as partes filosóficas do livro.
Aline Oliveira 22/01/2024minha estante
Adorei esta leitura! Ansiosa pela última aula. ??


Silvia Schiefler 22/01/2024minha estante
Amei ler este livro!




Lane 06/02/2012

Acabei de ler Anna Karenina, e já sinto uma saudade imensa dos
personagens, da história, das descrições dos ambientes, dos
sentimentos, dos dialogos inteligentes, e acima de tudo, da narrativa do autor.

Tolstói me encantou, fascinou e me inquietou.

A sensação que tenho após ler esse clássico é de pertubação, dos sentimentos e pensamentos. Tolstói mostrou, nesta obra, os
comportamentos e sentimentos em relação a familia e aos amores.

É um clássico, sem dúvida! E, se não fosse, seria um erro abominável.

Intenso, envolvente, cheio de dilemas, Tolstói, nos apresenta uma

abordagem da alma humana.

Vários temas são discutidos: adultério, politica, filosofia, religião,
agricultura, aspectos sociais, educação, guerra, casamento, situação
social da mulher, aristocrácia, moral, familia, algumas teorias, como por exemplo a de Darwin e outros.

Neste contexto complexo, escrito numa época complicada [final do século XIX], Tolstói, extravaza a imagem de uma Rússia, precedente ao
comunismo. E mesmo, o livro sendo escrito há vários anos atrás, sua
essência é real e nada tem a ver com ficção.

Muitas situações familiares encontradas no roteiro, faz o leitor refletir, avidamente sobre esta instituição, chamada familia.

A obra é escrita em partes, e confesso que teve momentos que fiquei
impaciente, e queria logo saber o desfecho da história. Contudo, apesar de ter ficado ansiosa, não consegui deixar de desfrutar deste romance dramatico.

O enredo, engloba sempre em paralelos contrastantes: a cidade e o
campo, o homem e a mulher, a aristocracia e homem simples, o bem e o
mal, a ciência e a religião, filosofia e praticidade, etc...

No entanto, há sempre um ponto comum, os embates se cruzam de
forma singular e justificada.

A primeira parte, é nos apresentado os personagens e suas
caracteristicas. Engana-se quem pensa que por ter a obra o nome de
"Ana Karenina", está será sempre a centralização do roteiro.

Há dois personagens principais: Ana e Levine, que no decurso de um
pouco mais de 800 páginas, estes, se encontram uma vez somente, e nem por isso, suas vidas não são interligadas.

Ana, mulher da alta sociedade, possui uma beleza singular, um
encanto natural, inteligente e bondosa, casada com um homem de alto
escalão público, que é vinte anos mais velho que ela. Mãe devotada,
entregue a rotina de uma vida social ao qual pertence seu status, se vê envolvida num caso extra- conjugal com um homem mais novo, o
conde Vrosnky.

Inicialmente, Ana me impressionou, por sua coragem como mulher e
diversas vezes compreendi suas atitudes, no entanto, no final, ela me
decepcionou. Em colapso consigo mesma, atormentanda pela culpa e
pela hipocrisia da sociedade e suas malediscencias, Ana mostrou-se
infantil e superficial. Diante da análise psicologica que autor atribuiu ao desfecho da personagem, foi contraditório pra mim entender.

Apesar de ter ficado estupefata com o final, tanto que não consegui
interromper a leitura até compreender, percebi que o romantismo, pode
ser o obstaculo para a felicidade.

E percebi a intencionalidade do autor, em deixar o leitor como
expectador de vidas humanas na obra, ao comparar com o desfecho de
Dolly.

Dolly, esposa do irmão de Ana, e ao contrario desta, é ela quem é
traída, se submete ao desprezo por si mesma e agarra ao amor dos
filhos como justificativa a sua anulação de romantismo.

E entre, essas duas personagens, o autor aborda um tema que tem
como objetivo a reflexão: Quem é mais feliz Ana ou Dolly? É preciso ler para descobrir.

Levine, outro personagem principal, foi o que mais me agradou. Sua
simplicidade, seus pontos de vista, sua crise existencial, sua timidez, seus conflitos, seus receios e medos. Definitivamente, Levine, é o "ser fora da casinha"...rs.

Proprietário rural bem sucedido, Levine busca respostas aos seus
infortunios no amor, e é atraves dele que temos questionamentos
profundos.

O autor, atraves de Levine, coloca toda a beleza e poesia a
trama. É inegável e imprensidível entender este personagem, para a
compreensão do final da história.

Outros personagens trazem sua contribuição ao drama:

Kitty, irmã de Dolly, que inicialmente enamora-se de Vrosnky, a qual
Levine é apaixonado, sofre uma decepção ao ser literalmente trocada
por Ana. Seu crescimento e amadurecimento é muito interessante na
obra.

Oblansky, irmão de Ana, marido de Dolly, despreocupado com a
familia, que incialmente vê seu casamento condenado [ que Ana o
salvou deste destino], apesar disso, não sofre nenhuma consequencia
em sua vida familiar e nem em sociedade. Leva-nos a refletir sobre o
dilema homemX mulher e seus direitos. Será que hj em dia, as
mulheres são tratadas da mesma forma que os homens?

Alexie, marido de Ana, finge não ver a traição da esposa, por receio de julgamentos da sociedade e pelo cargo que exerce. Vê seu amor
transformado em ódio. E, incialmente eu não gostei dele, mas teve
momentos que ele me despertou pena.

Mas, como Tolstói sempre levanta uma questão polêmica. Será ele capaz de perdoar Ana? Suas atitudes e decisões são pautadas no amor sincero ao proximo?

Eventualmente, deixei de citar aspectos desta belissíma obra, afinal são mais de 800 páginas, que merecem ser desfrutadas por aqueles que
amam analisar um bom livro.

Simplesmente, não é uma obra de amor romantica e de ficção. Seus
personagens são expostos nus e de carne e osso. Tolstói nos envolve
numa atmosfera realista, cheia de questionamentos.


Até onde eu sou capaz de ir por amor?
A opinião dos outros, até que ponto é importante pra minha felicidade?
Eu sei compreender o sofrimento do outro, entender e perdoar?
Casamento, é ou não uma instituição falida?


Recomendo muitíssimo, mergulhem nesta obra com Tolstói!!!


Avaliei com 5 estrelas.
L.Abreu 09/07/2021minha estante
??


Sol 62 06/06/2022minha estante
Perfeito! Como se eu estivesse revendo todo o romance em suas poucas (muitas) linhas. Parabéns!




mat 14/10/2020

Uma narração perfeita
Eu acho que não podia deixar de falar desse que é o melhor livro que li esse ano: perfeito, sublime, extraordinário, é pouco para a profundidade dessa obra. Acompanhar as duas famílias protagonistas pelas mais de 800 páginas foi uma experiência única, uma viagem a Rússia czarista e aos processos políticos que culminaram na revolução de 1917. Tolstói é o grande escritor russo, e esse livro é prova irrefutável disso, uma narração envolvente, e muito bem feita, que insere muito bem o leitor no mundo da aristocracia bem como no dos Mujiques. Além disso é um livro que permite várias interpretações, dependendo individualidade de cada pessoa que entra em contato com a obra. É um livro sobre política, religião,  família,  classes sociais, cultura, filosofia e vários outros temas e onde não existem mocinhos, nem vilões,  mas seres humanos que "são feitos de sombra e luz".
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Lilian.Cava 28/06/2021

Aquele clássico que vale a pena encarar
Eu já havia lido 3 novelas do Tolstoi e já tinha ficado admirada com a forma que ele aborda temas relacionados a vida e liberdade das mulheres. E gostado muito da sua escrita.

Mas aqui nesse livro o amor se consolidou. É incrível como ele consegue te prender na história, mesmo falando de assuntos que muitas vezes não tenho o menor interesse.

Pra mim é muito importante refletir sobre como era organizada a sociedade da época. E mesmo sendo do outro lado do mundo, muitos aspectos se repetem ao redor do globo. Também acho importante ressaltar o quanto as coisas mudaram desde lá e o quanto ainda precisamos mudar.

Perfeito!
Gabriele.VitAria 28/06/2021minha estante
Vou ler ???


Jess 28/06/2021minha estante
É um livro maravilhoso ???


Lilian.Cava 28/06/2021minha estante
Lê sim guria, a escrita dele é super acessível. ?? Maravilhoso mesmo!




Craotchky 10/11/2021

Breves impressões informais (Só pra constar)
(Uma opinião totalmente pessoal e nada aprofundada.)

Anna Kariênina foi mais um grande título russo que não me encantou. Com isso não quero dizer que não gostei; longe disso. No entanto, acontece que, por ver tanta gente que ama intensamente os livros russos, sempre me perguntei a razão para nenhum deles ter me cativado de forma tão profunda (salvo a exceção, Lolita, que sequer foi escrito em russo...) quanto parece ser com tantos e tantas, a julgar pela profusão de manifestações bastante entusiásticas de inúmeros(as) leitores(as) a respeito dessa literatura. Assim, toda vez que leio um livro proveniente da terra das noites brancas, sinto-me perseguindo aquilo que de tão especial e único tanta gente diz encontrar nas suas páginas. Bem, ainda não foi dessa vez.

O livro até a página 500 me agradou muitíssimo. Sem erudição em demasia, mas com uma elegância calculada e um domínio enorme da escrita por parte do autor, a narrativa não é difícil, sendo mesmo agradável apesar dos temores que pode causar por se tratar de um clássico absoluto. Os personagens são tão bem trabalhados que não me confundi entre eles (como já aconteceu em outras leituras com os nomes próprios russos). Penso que o enredo é o ponto principal e de maior destaque, e Tolstói o desenvolve em ritmo rápido, o que me surpreendeu já que, alguns acontecimentos que eu achava que iriam ocorrer somente lá na frente, acabam se antecipando.

Com esses acontecimentos tão cedo na história me peguei pensando o que aconteceria lá na frente. Pois então, a partir da página 500 senti que o enredo começou a ficar um pouco de lado quando Tolstói começou a inserir assuntos, que imagino, foram relevantes no seu momento histórico, mas que, do meu ponto de vista, não participam do enredo. Temos discussões acerca dos métodos de produção agrícola, a relação com os trabalhadores, o jogo de interesses em eleições para cargos administrativos, as disputas relacionadas ao povo eslavo... Todas essas partes me foram cansativas. Para mim o livro declinou a partir da página 500 (mais ou menos).

Com essas ressalvas, no geral o livro muito me agradou, tanto a narrativa (tecnicamente), quanto os personagens bem detalhados e as relações entre eles que constituem o enredo, propriamente. Após ler mais um clássico indiscutível, sinto o que sempre sinto nesses casos: uma enorme satisfação de conhecer e me apropriar de mais uma obra de referência tão consagrada no universo literário.

EXTRA:
Não poderia encerrar meu parecer sem antes trazer o resultado final do meu caça-palavra pessoal. Tal como eu trouxe no meu terceiro histórico dessa leitura, fiquei tão impressionado com o número de vezes que, até a página 190, li personagens ruborizando-se, que a partir dela resolvi anotar toda a vez que o termo "ruborizou-se" ou alguma variação que o valha aparecesse (Pena não ter anotado desde o ínicio do livro). O balanço final foi o seguinte: a partir da página 190 o termo apareceu no corpo da história 111 vezes (salvo engano). Fazendo um recorte, só entre as páginas 190 e 760 foram 110 aparições! Entre essas páginas a média de aparições é de uma vez a cada 5,18 páginas! Abaixo deixo a lista com o número da página e a respectiva linha em que há aparições (na edição primeira da Cia das letras, 2017):

(Ressalto que contabilizei apenas as vezes que o termo mencionado e/ou suas variações de mesmo radical apareceu. Em outras palavras, não contei, por exemplo, expressões como "tornando-se vermelho" (P236 L6), "corou" (P722 L26), "corado" (P755 L36), embora todas elas contenham o mesmo sentido no contexto.)

P191 L12 / P194 L23 / P196 L22 / P213(x2)L6-L16/ P225(x3)L7-L15-L24 / P227 L25 / P228 L23/ P232(x2) L1-L8 / P235 L27 / P252 L2 / P274 L26 / P275 L32 / P293 L36 / P294 L15 / P297 L11 / P305 L8 / P306(x2) L8-L30 / P314 L26 / P318 L13 / P321 L36 / P324 L19 / P334(X2) L16-L38 / P347 L1 / P370 L15 / P376 L3 / P379 L35 / P388 L16 / P389(x2) L4-L5 / P396 L22 / P402 L25 / P403 L15 / P411 L11 / P414 L21 / P416 L32 / P427(x2) L16-L19 / P433 L17 / P434 L37 / P446(x2) L3-L12 / P454 L27 / P465(x3) L11-L12-L30 / P466 L9 / P467 L12 / P490 L27 / P493 L38 / P494(x2) L1-L2 / P501 L34 / P516 L10 / P522 L5 / P543 L6 / P549 L15 / P555 L6 / P556 L8 / P559 L21 / P564 L30 / P567(x2) L34 / P568 L2 / P574(x3) L17-L22-L26 / P575 L16 / P601 L3 / P602 L2 / P613 L35 / P618 L12 / P634 L33 / P635 L6 / P636 L38 / P642 L3 / P653 L36 / P659 L30 / P663(x2) L23-L24 / P668 L19 / P673 L36 / P674(x5) L20-L27-L30-L32 / P679 L30 / P685 L14 / P697 L9 / P698 L30 / P702 L13 / P703(x3) L29-L32-L36 / P708 L21 / P722 L25 / P723 L12 / P726 L31 / P727 L4 / P741 L4 / P743 L14 / P747 L13 / P759(x3) L2-L7-L29 / 810 L31.
Ari Phanie 10/11/2021minha estante
Kkkk adorei teu caça-palavra. E talvez o fato de tu não te sentir "encantado" pela literatura russa seja simplesmente pq qnd a gente pega um livro de autor russo e ver as críticas, a grande maioria é positiva. Todo mundo parece amar e parece cobrar q o resto do mundo goste tbm, e vc se sente quase obrigado a tbm ficar encantado e coisa e tal. Parece q o errado é vc se n gosta de um livro assim kkk mas isso é bobagem. Um livro precisa ser inspirador, despertar sentimentos em ti, provocar reflexões, se n aconteceu, paciência. Eu n gostei tanto de Os Irmãos Karamazov e dessa vez, n me senti tão chateada por isso como me senti com outros grandes clássicos que eu deveria supostamente gostar.


Craotchky 10/11/2021minha estante
Ye. Acontece que as opiniões sobre os grandes livros russos com frequência são bastante entusiásticas, cheias de elogios efusivos, o que faz com que se crie uma expectativa proporcional.


Ari Phanie 10/11/2021minha estante
Verdade.




Juliana 25/05/2021

Que livro !!!
Depois de ler a morte de Ivan ilitch e me apaixonar pela escrita de tolstoi, me senti compelida a ler Anna Karenina e se tornou um dos meus livros da vida.
É arrebatador do início ao fim ( com poucas partes chatas como achei sobre a agricultura e etc), mas é uma típica novela, que vc não consegue parar de querer saber o que vai acontecer ( mesmo que o livro não seja de reviravoltas ), é simplesmente a melhor junção de amor, política, religião, vida em sociedade

Impressionante como um livro de 1877 seja tão atual, tem muitíssimas lições valiosas.
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Bunig 28/10/2021

Dualidades
Primeiramente, gostaria de esclarecer que dei 4 estrelas porque, apesar de ser um clássico muito bem escrito, eu não curti muito a leitura. Então menos 1 estrela pela experiência de leitura que, para o meu gosto pessoal, não foi tão legal assim. Dito isso, vamos às minhas impressões do livro.

Durante a narrativa acompanhamos principalmente Anna K. e Liévin. Duas pessoas distintas, que participam de círculos sociais convergentes. Ao longo do enredo vamos nos deparando com situações que nos fazem refletir sobre dualidades, sendo que as principais são: morte e vida; o papel da mulher e do homem na sociedade; a diferença entre a vida no campo e a vida na cidade, em meio a sociedade; diferença entre quem vê o campo como principal fonte de renda, depende da terra, e quem só tem contato com o campo para fins de descanso. Várias outras discussões são apresentadas, mas essas são as que mais chamam a atenção.

Sobre os personagens, eu não consegui gostar do Liévin de jeito nenhum. Ele é raso, julga todo mundo sem nem conversar com as pessoas antes, está nem aí para o bem comum e ainda é bem escroto com relação à Kitty. Essas são características de uma pessoa até que bem normal, afinal, quem nunca julgou os outros que atire a primeira pedra, mas acompanhar os pensamentos dele me deixaram bem nervosa. Só que a escrita do Tolstói é tão boa, que mesmo detestando o personagem, era interessante acompanhar as reflexões que ele levantava. Os capítulos dele eram sempre os que mais me deixavam pensativa.

Quanto a Anna, eu gostei do arco dela, é um arco de desespero. Foi interessante ver o que ela enfrentou na sociedade por causa de sua escolha. É compreensível o desfecho dela, como ela se perde de si mesma, mas ainda assim fiquei com pena da situação. Além disso, gostaria de ter visto mais sobre como seus atos finais afetaram as pessoas próximas a ela. Entretanto, o autor resolveu finalizar o livro com outras discussões.

Eu queria mais da Dolly. Foi a personagem que mais gostei. Concordei muito com vários pontos de vista dela e eu gostava muito do seu modo de pensar. O arco dela também é muito bom. No começo a vemos como uma mulher passiva, mas ela vai percebendo várias coisas e mesmo que seu desfecho seja contado em não mais que 6 linhas, fiquei muito feliz pelo que aconteceu e pela tomada de atitude.

No geral é um livro impecável, muito bem construído, mas que pra mim não foi uma leitura "gostosa". Do início até a parte 4 é muito envolvente, mas depois começa a ficar difícil manter o mesmo nível de interesse do começo. Queria ter curtido mais. Contudo, não deixa de ser uma boa experiência, ainda mais que foi meu primeiro contato com uma obra do Tolstói.
Alê | @alexandrejjr 28/10/2021minha estante
Perfeita a tua argumentação, Bruna! Conseguiu passar pra outros usuários aqui do Skoob como foi a tua experiência e por que não foi uma leitura inesquecível. Dá pra entender perfeitamente as quatro estrelas finais. Baita texto!


Cristhian.Gomes 29/10/2021minha estante
Eu nem li o livro e adorei a resenha


Cristhian.Gomes 03/11/2021minha estante
Ela é perfeccionista ela. Errada não tá


Cristhian.Gomes 03/11/2021minha estante
A escrita desse moço é mt difícil?


Bunig 04/11/2021minha estante
Eu não achei difícil não viu. Considerei bem fluida, o que pega é só algumas coisas do contexto que tu pode não estar muito familiarizado, mas mesmo assim dá pra entender tudo muito bem.




Jessica.Castagnara 26/06/2022

Uma história interessante com algumas revira voltas e muitos personagens, são acompanhados a vida de duas famílias que se entrelaçam então Anna não é a única personagem principal. O livro discorre bastante sobre política e tramas familiares,o final deixa um pouco a desejar mas a história é boa num todo.
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Dani 17/01/2022

Antes de começar a ler esse livro, pensava que seria bem desafiador e uma leitura que impedia o avanço das páginas. E apesar de ter algumas partes densas e que de fato parecia que o enredo não evoluía, no geral, é uma leitura muito fluída e bem envolvente! Encerro com uma das melhores frases de Tolstói "Toda a diversidade, todo o encanto, toda a beleza da vida é feita de sombra e de luz".
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Thamiris.Treigher 24/07/2023

Definição de PERFEIÇÃO
Anna Karênina simplesmente roubou meu coração pra sempre! Nesse clássico primoroso, temos uma grande e maravilhosa fofoca russa. ?

Apesar do nome do livro, outro grande personagem divide a importância da história: Konstantin Lióvin que, inclusive, é o alter ego do autor. Ele prefere a vida rural e está sempre em busca de respostas para as suas indagações existenciais.

O livro traz diversos personagens com aqueles nomes que, no começo, parecem um trava-línguas ?, mas que a gente vai se acostumando. Além disso, Dolly e Kitty se juntam à Anna para fazer parte do entrelaçar das histórias pessoais de três mulheres russas do século XIX, montando assim um verdadeiro espelho em que se refletia a Rússia inteira.

Dolly, casada com Stiva, é o retrato da mulher que é uma exemplar dona de casa, mãe dedicada, que sempre perdoa os erros do marido, mesmo que o casamento esteja em ruínas. Kitty é aquela moça jovem, inocente, que sonha com o príncipe encantado, mas que teve o coração partido.

Aparentemente uma história cotidiana dos personagens, a narrativa vai além do óbvio, em que Tolstói é ousado para os padrões recatados do século XIX, trazendo a história de Anna, uma mulher casada que se apaixona perdidamente pelo Conde Vrônski, e abre mão de tudo para viver e gritar para o mundo o seu amor. Ela é uma mulher que ama, e que sofre uma cruel punição pelo seu amor.

O leitor pode aprovar ou não a conduta de Anna, mas é impossível tratá-la com indiferença. Essa mulher desafia as convenções da época. Ela poderia viver seu amor proibido em silêncio, se assim quisesse, mas decide mostrar a todos seu amor, mesmo em meio a uma sociedade conservadora e machista.

Para além da história de Anna em si, a narrativa expõe as restrições e opressões que impactavam apenas a mulher, mas que não mudavam em absolutamente nada a reputação do homem (podemos ver alguma semelhança com a atualidade? ?); o aprisionamento em relações sem amor e sem felicidade; o que se perde quando se opta pela liberdade individual e por seguir os próprios sentimentos; a ausência de direitos das mulheres e o abismo que as separa dos homens.

Não por acaso, a publicação de Anna Karênina provocou reações negativas. Afinal, Tolstói não disfarçou o indisfarçável, mas trouxe um panorama nu e cru da época e, "nenhuma sociedade humana, por menos retrógrada que se pretenda, gosta de ver seus defeitos de perto, sobretudo se não for possível corrigi-los de imediato".

Enalteço, mais uma vez, a escrita e a maestria de Tolstói. Apesar de ser um calhamaço de mais de 800 páginas, a leitura não foi nada cansativa, pelo contrário. A forma como ele conduz a história, intercalando com discussões sobre assuntos pertinentes da época e do país, como o desenvolvimento capitalista da Rússia; a gradual substituição da antiga classe de fazendeiros pelos novos proprietários rurais; conflitos espirituais entre o pensamento conservador e as ideias progressistas, entre outros, faz com que narrativa ganhe um fôlego e nos deixe ainda mais curiosos pelos próximos acontecimentos.

É impossível transmitir aqui toda a dimensão e impacto dessa obra, que virou uma das minhas favoritas da vida. Nunca vou esquecer dessa história. Trágico, magnífico, inteligente, genial e arrebatador! ??
dosesdeliteratura_ 24/07/2023minha estante
amei sua resenha!!


Thamiris.Treigher 24/07/2023minha estante
Muito obrigada, Laura. Fico feliz ???


Brasil 24/07/2023minha estante
No imaginário ler Tolstoi parece algo complicado. Nem sabemos de onde vem esse imaginário,mas é justamente ao contrário. A leitura é muito fluida e de fácil compreensão. Uma novela agradável demais de ler. Ótima leitura Thamiris ?


Thamiris.Treigher 24/07/2023minha estante
Exatamente, Elton. A escrita é maravilhosa, fluida, acessível! Um livro realmente brilhante ??


Michele Boroh 24/07/2023minha estante
Que maravilha! É um dos meus preferidos da vida também. E parabéns pela resenha que ajuda a destravar esse mito horroroso de que a literatura russa é para escolhidos. Necessária!


Fabricio268 25/07/2023minha estante
Uma resenha de peso.


Thamiris.Treigher 26/07/2023minha estante
Ai, Michele. Muito obrigada! ?? Realmente é um mito horroroso e totalmente sem fundamento!


Thamiris.Treigher 26/07/2023minha estante
Muito obrigada, Fabrício ?


Carolina.Gomes 28/07/2023minha estante
Anna tem meu ??


Thamiris.Treigher 30/07/2023minha estante
O meu também, Carol ???




Krishna.Nunes 14/02/2022

Infelizmente não é Dostoiévski
Considerado por Nabokov uma das maiores histórias de amor da literatura mundial, por Faulkner um dos maiores romances de todos os tempos e por Mann o mais poderoso romance social, a expectativa criada para a leitura de Anna Kariênina é de uma trama arrebatadora com personagens profundos e cativantes.

A verdade, entretanto, é que se trata de uma história tola sobre pessoas fúteis, dignas de uma novela das 21h. É traçado um panorama muito bem elaborado da sociedade russa da época, porém os protagonistas são a burguesia das grandes cidades, com cujos interesses, dramas e anseios é muito difícil nos conectarmos. Enquanto os protagonistas dos grandes romances de Dostoiévski estão sempre em crise financeira e emocional, envoltos em uma situação que os deixa permanentemente à beira de um colapso, as grandes preocupações dos protagonistas de Anna Kariênina são os chás, saraus, que roupa usarão para ir à ópera e fofocar sobre a vida pessoal de quem comparece à corrida de cavalos.

Aquela pungência e sensação de imediatismo que permitem nos aprofundarmos nas psicologias das personagens de Dostoiévski está completamente ausente nesta obra de Tolstói. Nesse aspecto, Anna Kariênina é superada largamente por Ivan Ilítch, um livrinho curto porém muito mais profundo.

O título dessa obra bem que poderia ser Konstantin Lióvin, já que a maior parte do livro é sobre ele, e ele é o único personagem que chegamos a conhecer intimamente e com profundidade. Apesar de ter uma personalidade insuportável no início, os sentimentos e conflitos de Lióvin (supostamenta um alter ego do próprio autor) são muito mais interessantes do que os da personagem que dá título ao livro.

Dizem que tanto Anna Kariênina quanto Madame Bovary são exemplos precoces do feminismo. Enquanto Flaubert foca nos detalhes e minúcias, Tolstói prefere se dedicar aos questionamentos sobre o sentido da vida, e é isso que me impede de dar uma nota ainda menor. Já a vida da mulher insatisfeita que trai o marido e decide enfrentar a todos por amor enquanto literalmente enlouquece não me atrai. Não me considero capaz de julgar o aspecto feminista da obra, mas sei que existem melhores inspirações para protagonistas femininas do que mulheres transtornadas por causa de suas próprias escolhas. O destino de Anna na trama poderia ser completamente outro, não fosse uma cadeia de decisões erradas, junto com comportamentos absolutamente inexplicáveis que ela apresenta em quase toda a extensão do romance.

Dessa forma, duas tramas alternadas, ou até paralelas - a de Anna e a de Lióvin, são desenvolvidas de maneira que uma seja espelho e contraponto da outra. O que o autor parece querer demonstrar é que a felicidade conjugal só pode existir quando há uma sincera comunhão espiritual entre os cônjuges, e quando a relação é baseada na amizade e na fé. Ao mesmo tempo, os relacionamentos estão condenados à infelicidade e à falência quando há infidelidade ou separação. (Notadamente da mulher, a traição do homem pode ser facilmente perdoada.)

Ainda que o livro tenha algumas cenas memoráveis como a corrida de cavalos, a morte de Nikolai e o parto de Kitty, a maior parte dele é composta de amenidades, dramalhões, cotidiano ou cenas tediosas como as caçadas e as eleições.

Tolstói é considerado o criador do fluxo de consciência, mas neste livro a técnica de monólogo interno aparece poucas vezes e por pouco tempo, ao contrário de outras grandes obras do realismo russo do mesmo período. Ela vem a ser bem utilizada somente na última parte, onde mais uma vez são os questionamentos de Lióvin que merecem destaque.
Likah 15/02/2022minha estante
Anna Kariênina me marcou como uma das personagens femininas mais sórdidas da literatura universal. De um caráter tão gratuitamente repelente, que me foi difícil não abandonar a leitura. A fala final da Condessa Vronskaia é um bom resumo do livro.
Se tiver estômago, recomendo o 'Sonata a Kreutzer'. É nele que Tolstói expõe seus pensamentos sobre o casamento.




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Codinome.Beijaflor 07/02/2022minha estante
Tive essa impressão também, mas acho que talvez esse seja o pulo do gato.
Na época em que foi escrito as mulheres não tinham muita voz, então o livro se chama "Ana Karenina" para demonstrar a vida dela, mas e como se ela agisse como segundo plano na própria vida (pelo fato de ser mulher).Na real, ela não tinha poder nenhum, tudo foi tirado dela.
O livro todo me fez sentir uma bosta, pq teve homem que traiu no livro, mas isso não é aceito quando vindo de uma mulher.


Codinome.Beijaflor 07/02/2022minha estante
Ou talvez não, talvez eu esteja divagando demais.


Manu 07/02/2022minha estante
Também pensei bastante nesse negócio sobre a época que o livro foi escrito, mas o drama de Ana poderia ser tão bem tratado e descrito em todas as páginas que o Levin tá se perguntando o que ele deve fazer depois da Kittu rejeitar a proposta de casamento. Até a relação Ana-Vronsky poderia ter sido melhor explorada


Manu 07/02/2022minha estante
O livro começa com uma traição de um homem, 10 capítulos depois tá perdoado




Ana 17/04/2022

Obra maravilhosa de Tolstói, a qual através de duas famílias aristocrata russa, ele traça um panorama político, social, cultural e religioso da época.
comentários(0)comente



Lu Couto 21/05/2020

O poder de uma releitura...
Sempre gostei de reler livros. Alguns releio para revisitar uma história já conhecida e amada. Outros, como foi o caso de Anna Kariênina, releio porque sinto que deixei passar coisas importantes na primeira leitura.
Quando li Anna Kariênina pela primeira vez, senti que tinha nas mãos algo grandioso. Porém minha ansiedade para chegar logo ao final me fez ler com pressa, tomando muitas partes como boas, mas muitas outras como monótonas. O final, que é extremamente impactante e também reflexivo, me fez fechar o livro com aquela sensação de: esse livro foi muito bom, pena que não aproveitei o bastante. E daí surgiu minha vontade de reler a obra, o que veio a se concretizar agora, pouco mais de um ano depois.
Nessa releitura, sorri, me apaixonei, tive raiva, saboreei cada segundo, aproveitei cada parágrafo, refleti, me desafiei a entender coisas que antes não havia entendido (e que agora me tocaram profundamente) e, sobretudo, aprendi. É assim que tenho certeza que as palavras são capazes de fazer mágica e por isso amo tanto os livros.
Sempre tive certo receio de fazer resenhas. Pensava (e ainda penso) que beira o impossível traduzir em palavras todos os inúmeros pensamentos e sentimentos que uma leitura nos proporciona. Mas dessa vez não me contive e senti a necessidade de extrapolar minhas sensações nesse pequeno texto, não coube tudo em mim!
Mas, no fim das contas, isso não é uma resenha. É apenas o conjunto de alguns dos meus sentimentos. E um conselho: façam um favor a vocês mesmos e leiam esse livro (mas leiam com calma Rs).
Fecho com uma das minhas frases favoritas:
? - Penso - respondeu Anna, brincando com a luva que despira -, penso... se há tantas cabeças quantas são as maneiras de pensar, há de haver tantos tipos de amor quantos são os corações. ?
Duda 22/05/2020minha estante
Aiiii, amei!!!!!! Vou ler, pronto!!!


Lu Couto 22/05/2020minha estante
Acho de verdade que você vai gostar Duda!!




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