rperesperes 04/01/2020Tudo sobre o livro + Resumo + Minhas consideraçõesRESUMO
Em busca de entender como algumas empresas e pessoas são mais bem-sucedidas que outras, Simon Sinek por meio de sua pesquisa baseada em um estudo neurológico, descobriu que existe um padrão pelo qual todas as pessoas e empresas bem-sucedidas utilizam, mesmo que de maneira inconsciente. O nome dado por ele para este estudo se chama círculo dourado, onde analisa a relação do neocórtex com o sistema límbico cerebral, ou seja, a relação entre a razão e as emoções na tomada de decisão de cada ser humano. Para o autor, o que motiva uma pessoa a adquirir ou identificar-se com o que é oferecido está totalmente ligado a crença desta pessoa, ou seja, se a crença pelo qual determinada empresa professa está de acordo com a crença individual desta pessoa, o resultado será a lealdade. De acordo com esta filosofia o autor criou um método simples dividido em 3 perguntas: O que fazemos, como o fazemos e por que fazemos. Resumidamente, o indivíduo ou organização que responder a estas três perguntas de maneira verdade e objetiva será muito mais propenso ao sucesso naquilo que empreenderem.
MINHAS CONSIDERAÇÕES
- O segredo de um empreendimento de sucesso começa quando entendemos o porquê do que fazemos. Pouquíssimas pessoas e empresas têm clareza do propósito de seus negócios.
- A lealdade de seus clientes não é construída a partir das características e benefícios oferecidos e sim se as crenças pessoais dos seus clientes estiverem alinhadas as da sua empresa.
- Encontre um parceiro ou facilitador que esteja disposto a ajudar, e de maneira objetiva faça a declaração do seu porquê em uma frase sucinta.
- Não basta identificar o porquê, é necessário colocar em prática todos os dias e realizar ações que estejam alinhadas com o que você diz.
A partir daqui, tudo sobre o livro...
!Entendendo o propósito do porquê.
Toda organização e a carreira de todas as pessoas opera em três níveis. O que fazemos, como o fazemos e por que fazemos. Todos sabemos o que fazemos: os produtos que vendemos, os serviços que oferecemos ou as tarefas que realizamos. Alguns de nós sabem como o fazemos: o que achamos que nos torna diferentes ou nos destaca na multidão. Mas muitos poucos de nós conseguem articular com clareza por que fazemos o que fazemos.
“Espere”, você pode dizer. “Sejamos honestos: a maioria das pessoas trabalha para ganhar dinheiro, certo? Esse é o ‘porquê’ óbvio.” Em primeiro lugar, o dinheiro é um resultado. Embora seja parte do quadro mais amplo, não é o que inspira nenhum de nós a levantar da cama de manhã. A questão é que não é o dinheiro que motiva as pessoas. O porquê vai muito mais fundo para compreender o que nos motiva e nos inspira. Ele é o propósito, a causa ou a crença por trás de toda organização e da carreira individual de cada um. Por que a sua empresa existe? Por que você levantou da cama hoje de manhã? Por que deveríamos nos importar com isso?
A primeira coisa que dizemos quando conhecemos novos clientes é o que fazemos. Depois, explicamos como o fazemos ou como somos diferentes. Acreditamos que isso será o bastante para fechar um negócio, mudar o ponto de vista deles ou convencê-los a agir de determinada maneira. Afirmar claramente o que a empresa faz e tentar convencer potenciais compradores a escolherem seu produto com base em suas características e nos benefícios que oferece, é um discurso muito racional. Embora uma abordagem desse tipo funcione de vez em quando, na melhor das hipóteses ela resultará em algumas transações recorrentes. Assim que o comprador encontrar uma oferta melhor, ele desaparecerá, pois o discurso de venda não estabelece uma diferença significativa entre esse vendedor específico e as outras companhias. A lealdade não é construída a partir de características e benefícios. Características e benefícios não inspiram ninguém. Lealdade e relações duradouras se baseiam em algo mais profundo.
Se as crenças pessoais do seu cliente estiverem alinhadas com aquelas expressas em seu discurso, por exemplo, se ele também acredita na disseminação de ideias ele ficará muito mais propenso a fazer negócios com você, não apenas uma única vez, mas várias vezes.
Empresas que inspiram, que impõem confiança e lealdade a longo prazo, são as que nos fazem sentir que estamos realizando algo maior do que apenas economizar um pouco de dinheiro.
O porquê é uma ferramenta que pode proporcionar clareza ao que é indefinido e tornar tangível o abstrato. Usado adequadamente, ele pode ser empregado para contratar, desenvolver estratégias e se comunicar com mais clareza. O porquê pode ajudar a definir uma visão para inspirar as pessoas e pode nos levar a agir com propósito, de propósito.
CÍRCULO DOURADO
Todo o conceito do porquê se baseia nos princípios biológicos da tomada de decisões. O modo de funcionamento do Círculo Dourado mapeia perfeitamente a maneira como nosso cérebro funciona.
A parte externa do Círculo Dourado (Definida como: o quê) corresponde à parte externa do cérebro (neocórtex). Essa é a parte do cérebro responsável pelo pensamento racional e analítico. Ela nos ajuda a compreender fatos e números, características e benefícios. O neocórtex também é responsável pela linguagem.
As duas partes no centro do Círculo Dourado (Definidas como: o porquê e o como) correspondem à parte intermediária do cérebro, o sistema límbico. Essa é a parte responsável pelo nosso comportamento e pelas decisões que tomamos, além de responder também pelos nossos sentimentos, como a confiança e a lealdade. Porém, ao contrário do neocórtex, o sistema límbico não tem habilidade para a linguagem. É daí que vem a “intuição” a sensação que temos diante de decisões que precisamos tomar e que temos dificuldade em explicar.
Essa separação de poderes é a razão biológica pela qual, às vezes, achamos difícil colocar nossos sentimentos em palavras, porém, podemos aprender a expressar esses sentimentos em palavras. E as pessoas que fazem isso são as mais capazes de inspirar ação em si mesmas, entre os colegas e nos clientes.
DESCOBRINDO SEU PORQUÊ
1. Selecione histórias e compartilhe-as:
Faça um esforço de memória para lembrar as histórias que fizeram diferença na sua vida. Algumas recordações podem ser especialmente relevantes, mas muitas não serão. O que importa é a qualidade da memória, os detalhes específicos dos quais você se lembra e a emoção forte que sente ao contá-la a outra pessoa.
2. Identifique temas:
À medida que você peneirar a memória em busca das suas histórias e as compartilhar, temas começarão a surgir, insights sobre si mesmo ou sua equipe que você talvez nunca tenha expressado. Os temas que parecerem maiores e mais importantes, se tornarão os alicerces de sua Declaração do Porquê.
3. Faça um rascunho e refine uma Declaração do Porquê.
Resuma seu porquê, em uma frase, que seja simples e clara, executável, focada no efeito que você provocará nos outros e expressa numa linguagem afirmativa que evoque suas emoções.
Dica: Escolha alguém que vai estimulá-lo a pensar além da superfície, a sair da sua zona de conforto e a descobrir as memórias e experiências que são a fonte do seu porquê. Muito provavelmente, será seu parceiro ou facilitador, e não você, quem conseguirá olhar objetivamente e ver os temas nas suas histórias.
Encontrar o parceiro certo é parte importante do processo. Isso não significa que você precisa encontrar um psicólogo ou um coach. Basta que seja alguém que genuinamente queira ajudá-lo a encontrar seu porquê. O papel do parceiro será tomar notas enquanto você compartilha suas histórias e fazer perguntas que o ajudarão a encontrar um sentido mais profundo e alguma relevância nelas.
INSTRUINDO SEU PARCEIRO
Instrua-o na conversa a manter o contato visual, oferecer confirmações verbais e não verbais de que está ouvindo, e pedir mais detalhes sobre o que aconteceu ou o que o outro sente a respeito. Diga a ele para que preste atenção especial a deixas não verbais. Expressões faciais, linguagem corporal e até mesmo pausas longas servem como pistas para indicar o que a pessoa sente em relação a cada história.
Utilizar perguntas como:
- Como você se sentiu?
- O que você mais amou nessa experiência?
- Provavelmente você já sentiu isso antes. O que torna essa história especial?
- Como essa experiência afetou você e a pessoa que se tornou?
- Qual lição tirou dessa experiência e carrega consigo até hoje?
- Provavelmente você já tinha se sentido frustrado antes. Por que esse sentimento específico de frustração foi tão diferente que ainda lhe vem à mente tantos anos depois?
DESCOBRIND O PORQUÊ PARA GRUPOS
Uma organização tem um porquê. E, dentro dela, há equipes que existem dentro do grupo maior. Cada uma dessas partes do todo terá o próprio porquê. O autor chama isso de porquê Aninhado, o propósito, a causa ou crença que define um subgrupo dentro da organização maior. E dentro de cada uma dessas equipes há pessoas que também possuem um porquê único, seu porquê individual. O objetivo é que cada indivíduo trabalhe para uma empresa em cuja cultura se encaixe compartilhando seus valores, acreditando em sua visão e se sentindo reconhecido e valioso na equipe de que faz parte.
O motivo para articular um porquê Aninhado é o mesmo pelo qual uma organização desejaria articular um porquê abrangente, pois ele oferece às pessoas um senso de identidade e de pertencimento. Ele permite que equipes e grupos se identifiquem com as pessoas com as quais trabalham todos os dias, ajudando-os a compreender sua contribuição única como um grupo distinto da visão maior.
DECLARANDO OS COMOs
Eles não expressam quem queremos ser, mas a maneira como realmente nos comportamos, as coisas que realmente fazemos quando estamos em nossa melhor forma. Eles são ações que podemos escolher realizar diariamente para assegurar que estejamos criando o tipo de ambiente no qual desejamos. Eles se originam dos temas que listou no processo de Descoberta do Porquê. Os temas que não entraram na sua Declaração do Porquê servirão como o alicerce dos seus comos que nos levam da teoria à prática.
- O processo dos comos:
1. Limite os temas restantes. Ao passar pelo processo de Descoberta do porquê, você identificou uma série de temas nas histórias que contou. Um ou dois desses temas os que geraram mais identificação foram incorporados à sua Declaração do Porquê. Os outros ficaram aguardando para que você fizesse algo com eles depois. Pegue sua lista de temas e limite a lista de temas restantes até que você tenha não mais do que cinco. Exclua os temas similares.
2. Declare seus comos. Transforme os temas em comos tornando-os executáveis.
3. Forneça contexto. Desenvolva uma descrição curta que ofereça algum contexto e sugira como eles podem se apresentar na prática.
ASSUMINDO UMA POSIÇÃO
Dedicar tempo a descobrir seu porquê e articular seus comos é apenas o início da jornada. Depois vem a parte difícil. Precisamos agir em função deles. Precisamos lhes dar vida. Precisamos compartilhá-los.
Depois de conhecer o seu porquê, você tem a escolha de vivê-lo todos os dias. Viver seu porquê significa realizar consistentemente ações que estejam alinhadas com o que você diz. Se disser uma coisa e fizer outra com muita frequência, perderá a confiança dos outros. Nossas ações reforçam ou prejudicam a confiança e a lealdade que as pessoas sentem em relação a nós. Quando o que dizemos e o que fazemos estão alinhados com aquilo em que acreditamos, estamos vivendo plenamente o nosso porquê.