Resenhas - Com Armas Sonolentas

ericadavila 03/09/2022

Me deu sono
O livro é sobre três mulheres que tem as vidas interligadas. Estava com grandes expectativas, mas acabou me decepcionando. Quase abandonei. Não me cativou, achei muito arrastado, monótono. Não curti a escrita da autora. Ela tentou expressar a turbulência dos pensamentos das personagens, mas acabou ficando muito cansativo, não tem diálogos, tudo se passa na cabeça delas. Não entendi o final e fiquei com preguiça de tentar entender. Não recomendo.

Inspirações Literárias 03/09/2022

RECOMENDADÍSSIMO!
Um livro intenso que demonstra a transgeracionalidade da vida de 3 mulheres que se entrelaçam em afetos, desafetos, encontros e desencontros.

Apresenta uma escrita fluída que ressoa em nosso psiquismo e sentimento.

Proporciona reflexões interessantes sobre as heranças das relações interpessoais familiares.

LeonardoGS89 01/09/2022

Muito bom, bem escrito, envolvente.
Absurdamente lindo, belo e triste na mesma proporção.
Fiquei muito envolvido com as histórias das três mulheres e pelos fios quase invisíveis que as conectam ao longo da trama, a trama da avó foi a que mais me chamou atenção e ao mesmo tempo a mais triste, ela vive uma vida sendo explorada, abusada, abandonada a solidão e é muito triste pois casos assim ocorrem com muita frequência.
No entanto, por mais belo que seja o final do livro, saí dele com uma sensação de incompletude, que acredito ser intencional, mas que afetou negativamente minha experiência, senti falta do encontro físico das três mulheres na casa amarela, não sei, senti que ficou alguns pontos em abertos e somente por isso minha experiência não foi mais satisfatória, contudo, ainda assim super recomendo esse livro, vale muito a pena sua leitura.

Rick Shandler 01/09/2022

Com armas sonolentas - Carola Saavedra
Armas Sonolentas é um gotejar de insinuações. A força desse livro é fascinante. Carola Saavedra enriquece nossa literatura com seu realismo onírico, apresentando três gerações de mulheres procurando se encontrar em meio a um mundo hostil, onde sonhar é um ato de resistência.

A matriarca da família não é nomeada. Como já vimos aqui na Tag curadoria com Casas Vazias, não dar nome a uma personagem é uma afiada alegoria à violência que essa personagem sofre. Não só o nome lhe é negado, mas sua identidade, seus direitos, sua importância. Vemos com essa personagem inominada a velha história do quartinho da empregada, quartinho este símbolo da falência moral da nossa sociedade. A mãe de Anna tem um vida muito sofrida, é explorada, estuprada e descartada. Sua vida segue como em um transe, lhe é negado qualquer poder de decisão sobre si mesma. Sua mãe a corre de casa, sua patroa a explora, o filho da patroa a estupra. Até mesmo sua relação com a filha é pautada pela vontade de seus patrões. Seu transe só é interrompido pelo encontro com sua falecida avó.

Anna também segue seu transe. Decidida a mudar de vida ela segue com um homem que não ama até a Alemanha. Perde as rédeas da situação e acaba seguindo no automático. Vive uma vida que não é a dela, longe de seu país, longe de sua cultura, longe de sua língua. Heiner não está nem aí para ela, Anna é mais um objeto, mais uma conquista. Então, vem a gravidez e as coisas só pioram. Anna cai de cabeça no seu transe e só sai dele com a aparição de uma Capivara.

Maike, como não poderia ser diferente, também segue seu próprio transe. Assim como suas ascendentes, um transe imposto. Criada em uma família abastada e tradicional ela se vê obrigada a viver uma vida que não é a sua. Mergulhada em seu transe ela chega a se matricular na faculdade de direito para seguir os passos de seus pais, os quais não aceitam suas decisões contrárias, muito menos sua sexualidade. No entanto, Maike segue sendo apunhalada para fora de seu transe por Max.

A avó, a capivara, o Max. A intuição, a alma, o sonho, tudo aquilo que não é físico, não é palpável. Essas são as armas sonolentas que permitiram que cada uma dessas mulheres saíssem de seu transe imposto. Baaaita livro. Tem que ler.

mclaport 01/09/2022

É um livro com bons momentos, a escrita da autora é envolvente até, mas por algum motivo, pra mim não funcionou. Fiquei com uma sensação de promessa não cumprida, mas de fato deve funcionar pra algumas pessoas.

Giovana.Cofferri 01/09/2022

história que deixa intrigado e faz querer ler cada vez mais pra descobrir a conexão entre as mulheres, entretanto achei o final meio em aberto, nada que chocou tanto

Cristian Monteiro 31/08/2022

Maravilhoso trabalho da Carola Saavedra, num romance que flerta com formação e abraça temas como feminismo, maternidade e ancestralidade, questões que permeiam a vida das três personagens principais da obra.

Elegante a forma com que a autora estrutura o romance, abrindo mão da linearidade e o dividindo em duas partes: o lado de fora, onde conhecemos (?) as personagens como elas são vistas, e o lado de dentro, quando a realidade já não é suportada e o onírico surge para dar conta não só de como elas são, mas do que desejam, da culpa, de como se vêem.

É lindo a forma que essas histórias se desencontram, mas também convergem.

Monique Rochneski 31/08/2022

Uma história cativante que parece uma cobra tentando engolir o próprio rabo.

A vida da diversas voltas e no fim sempre nos encontramos onde devemos estar.

Juliana 31/08/2022

Com armas sonolentas
O livro conta a história de três mulheres, cuja conexão só será melhor evidenciada ma segunda parte de cada história. Com utilização de elementos fantásticos, a história se desenrola em tempos diversos.

Eva 30/08/2022

Encantada com essa escrita, com a historia das personagens e de como a ancestralidade é abordada, fiquei completamente envolvida nessa leitura.

Caroline Vital 30/08/2022

Virou favorito
Genial! Extremamente autêntico, novo, criativo. Me remeteu os ensinamentos de Clarissa Pinkola Estés.

Como as histórias são entrelaçadas, é muito bom! Como Gabo e outras viagens. Maravilhoso.

carol 30/08/2022

o onírico e o fantástico
?[?] representação do ato invocando o próprio ato, feito palavras mágicas, ou um mundo mais primitivo ainda, no qual as coisas ainda não tinham nome e se misturavam umas com as outras, ela continuou pensando, e se o início fosse uma palavra?, o surgimento do mundo a partir de uma única palavra, alguém pronuncia "mundo" e o outro que ouve "mundo" e ambos comungam desse significado, e se envolvem nele, e o vestem como quem veste uma capa que recobre o vazio [?]?

QUE livro. nossa, sinto que tô digerindo ainda, e vou seguir digerindo por muito tempo. a mistura do onírico e do fantástico pra falar de temas tão difíceis de colocar em palavras caiu como uma luva. amo livros que me fazem sentir, e esse aqui meu deus? me fez sentir muita coisa. simplesmente maravilhoso

Guilherme.Dabul 29/08/2022

Quem são as personagens
Livro conta história de 3 personagens:
Uma mulher que foi retirada de sua família para ser empregada doméstica e é abusada pelo filho da patroa;
Sua filha, que renega a mãe; e
Uma alemã que não sabe o que fazer de sua vida.

Monique | @moniqueeoslivros 28/08/2022

Com armas sonolentas
{Leitura 42/2022 - ?? Brasil}
Com armas sonolentas - Carola Saavedra

Todos sonhamos. De acordo com Freud, uma das funções do sonho é permitir a satisfação de um impulso reprimido. O que você tenta esconder, o sonho realiza. Em outras palavras, o sonho surge para dar conta. E funciona assim também no livro de Carola Saavedra.

Com armas sonolentas é, de acordo com a autora, um "realismo onírico". A história discorre sobre a vida de três mulheres: Anna, Maike, e uma terceira personagem sem nome, chamada de Avó. Anna é uma atriz que deixa sua vida no Brasil para viver na Alemanha, Maike é uma alemã tentando se encaixar no mundo, e a Avó é uma empregada doméstica que mora na casa dos patrões no RJ.

Essas três mulheres, ligadas e ao mesmo tempo distantes, tentam dar conta do seu desejo. Todas as três vivem uma espécie de exílio: Anna casa com um diretor de cinema alemão e muda de país, Maike entra pra um curso de Português e decide fazer intercâmbio no Brasil, e a Avó, ainda criança, deixa a casa dos pais pra trabalhar em outro estado.

O fato é que as três personagens, envoltas em muitas questões de gênero, maternidade, ancestralidade e feminismo, em determinado momento de suas vidas não conseguem mais dar conta. Nem do passado, nem do desejo que carregam. Nesses momentos, surge na prosa totalmente real de Carola Saavedra o onírico, o que vem do sonho. São as armas que essas mulheres possuem.

E o sonho dá conta, quando elas encaram o que desejam. Esse livro é um romance de formação sim, mas diferente. Há três vozes narrativas totalmente independentes uma da outra, que se entrelaçam e se soltam, mostrando que o lado de fora é também o lado de dentro. E que as coisas não são menos reais quando acontecem apenas do nosso lado de dentro. Pelo contrário.

Victor Vale 27/08/2022

O quanto do nosso destino temos controle? Vivemos de acordo com a nossa vontade ou vivemos como sonhamos, seguindo uma rota incontrolável de acontecimentos sem o menor controle como expectadores do destino. Somos o que queremos, o que nós construímos ou apenas somos o que somos? Carola aborda sobre controle e sobre destino. Sobre prisões impostas e falsas liberdades, principalmente dentro da vivência da mulher que já habitam um mundo onde o controle pertence a homens.