O Poder

O Poder Naomi Alderman




Resenhas - O Poder


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Nay Botelho | @Umsonhodeleitura 30/03/2020

Quase um livro religioso.
Uma coisa que eu odiei nesse livro foi o tanto que foi falado de deus, eu quando leio uma distopia espero saber sobre um governo totalitário e etc, se eu quisesse ler sobre deus eu não procuraria esse tipo de leitura.
Infelizmente isso estragou todo o resto pra mim, a ideia de feminismo e empoderamento passou longe, eu não tava nem aí se todo mundo ia morrer ou não eu só queria parar de ler sobre deus, sério, a cada 2 páginas, 1 fala sobre isso.
Bre 15/10/2020minha estante
eu me incomodei um pouco com isso também, mas se formos analisar a crítica do livro é justamente essa. nossa sociedade cresceu em torno de crenças em um deus homem, que coloca figuras masculinas como dignos de adoração. a proposta do livro é inverter essa ordem, então precisa ser falado em uma religião em que a figura mais poderosa é mulher. afinal, a religião é usada há muito tempo para ditar caminhos e controlar os rumos que a sociedade deve seguir, certo?


mccarvalh0 08/09/2021minha estante
nossa sim! concordo total!


Brenda 12/05/2022minha estante
Uma experiência ao mesmo tempo avassaladora cativante e viajante. Achei sinceramente que o livro é perfeito e levanta questionamentos MUITO sensatos. Quanto a questão religiosa eu nem reparei muito nisso (e olha que sou militante de Tweeter rsrs); achei que a questão é perfeitamente abordada, adorei a sensação de não saber se a Allie era esquizofrênica, uma profeta ou uma puta estrategista que se perdeu no jogo. Achei incrível como o poder é encarado como algo fixo e imutável mas que se torna tanta coisa na mão de diferentes pessoas. Senti falta da Roxy numa pancadaria com seu poder, mas entendi a que o final dela prestou ao conjunto da obra (além de que tornaria algo totalmente previsível). Livro lindamente desenvolvido e que valeu cada palavra.


Brenda 12/05/2022minha estante
Interessante também como tudo que mais gostei parece ser criticado, mas acredito que assim como o poder a leitura se tornou o que cada um precisa e está aberto a receber.




Lia Azambuja 21/01/2021

Denso e estressante
Comecei esse livro tantas vezes, nem acredito que li até o final.

Esse livro fez minha cabeça fritar, foi difícil se acostumar com tantos pontos de vistas, isso combinado com a trama me deixou com uma dor de cabeça enorme. Curiosamente, o livro tem apenas um ponto de vista masculino, e ele foi o meu favorito durante toda leitura.

Uma ideia muito interessante, questionamentos que fizeram minha cabeça fritar e personagens completamente criveis.
Lena e Seus Mil Hobbies 21/01/2021minha estante
Resumindo, passei tanta raiva e eu até entendi a ideia da autora mas até na parada "invertida" tinha vários pontos machistas como o lance do abuso com homens e tal, sla, não colou pra mim


Lia Azambuja 21/01/2021minha estante
isso e as cenas envolvendo religião me irritou muito durante a leitura, eu lia e revirava os olhos.


Lena e Seus Mil Hobbies 21/01/2021minha estante
Nossa muito kkk




Marcella.Martha 02/08/2018

Eu tenho duas opiniões distintas e opostas sobre The Power e, por incrível que pareça, elas conseguem coexistir. The Power não é um livro qualquer, não é só uma coisa. Dependendo de como você olha, pode ser um ótimo livro ou um livro bem mais ou menos.

A primeira opinião diz respeito a The Power enquanto um espelho da nossa sociedade. No universo distópico do livro, um belo dia, (quase) todas as meninas ganham um novo órgão no corpo capaz de sintetizar e manipular eletricidade tal qual uma enguia. Essas mesmas meninas passam então a ser capazes de despertar o mesmo poder em mulheres mais velhas e, assim, no que foi chamado O Dia Das Garotas, todas as mulheres do mundo ganham uma força física impossível de segurar. Realiza a bagunça.

The Power é um relato, do ponto de vista de quatro personagens diferentes, sobre como esse poder inverte completamente as relações de poder na sociedade. As mulheres se libertam em massa da opressão, tomam o poder (a força ou não) no mundo inteiro, o exército passa a ser formado quase que exclusivamente por elas. Surgem as milícias femininas, os grupos criminosos, os países independentes governados exclusivamente por mulheres onde homens precisam de permissão de uma "guardiã" para sequer saírem de casa, sob o risco de serem atacados na rua. Revoluções acontecem a torto e a direito de um lado a outro do planeta, desde mulheres muçulmanas vivendo uma espécie de primavera árabe feminina, até vítimas de tráfico sexual se libertando das prisões caseiras onde eram violentadas diariamente. A religião muda de rosto, com mulheres como figuras proeminentes e Deus ganhando artigos femininos. Os grupos de homens que se revoltam e se levantam contra as organizações femininas são tratados como terroristas e extremistas radicais. Tudo isso porque um gênero ganha superioridade física sobre o outro.

Eu não sei se chamaria isso de distopia exatamente porque não deixa de ser a nossa realidade atual, só que ao contrário. No mundo de hoje, mulheres vivem com medo, acuadas, violentadas, exploradas, subjugadas simplesmente porque, do ponto de vista físico, os homens quase sempre levam vantagem. Desde que o mundo é mundo, a história é contada - e ditada - pelos homens. A mulher, sempre tratada como uma coisa frágil e facilmente manipulável, foi, durante a maior parte da nossa existência, e continua sendo em muitos lugares, relegada à uma classe inferior de cidadania. Privada de educação formal, de acesso ao conhecimento, de liberdades básicas, de independência. The Power retrata essa realidade exatamente como ela é, mas ao contrário. Nada do que acontece aos homens a partir do Dia das Garotas é novidade para uma mulher.

Mas nada disso vem sem crítica ou em tom de vingança merecida. A autora rebate as noções de que o sexo feminino é naturalmente gentil, caridoso e maternal, enquanto homens seriam naturalmente mais raivosos e violentos. Mostra os absurdos para os quais essa superioridade física e o status geram, a forma como tudo acaba descambando para o caos só porque, de repente, pode. Homens como criaturas fragilizadas, domésticas, bebês do sexo masculino sendo abortados porque quem é que vai querer um filho homem? O poder corrompe e molda, dita as construções sociais, não tem nada a ver com gênero.

Desse ponto de vista, The Power é incrível. Extremamente realista e até deprimente, mas ainda assim importante. Todo homem deveria ler esse livro, aliás.

Minha segunda opinião tem a ver com o livro enquanto uma narrativa em si. A história contada. E aí eu já tenho minhas dúvidas. O começo é bastante promissor, os personagens bastante interessantes e diversos entre si. O desenrolar das coisas cria uma expectativa para ver onde vai dar. Mas é fraco. O arco narrativo, em si, não é grande coisa. Os personagens acabam muito rasos. E a conclusão é bastante qualquer coisa. Enquanto uma obra de ficção, eu diria que The Power é decepcionante.

Na hora de colocar as duas coisas na balança, eu acho que o primeiro aspecto pesa mais. Mesmo se você desconsiderar todos os pontos da história que poderiam ter sido melhor trabalhados, The Power ainda carrega uma força absurda só pelo tema. Eu raramente tenho vontade de sublinhas e fazer anotações e colocar post-its nas páginas dos livros, mas esse eu queria marcar o tempo inteiro (só não fiz isso porque eu tenho muito apreço pelos meus livros, dá licença).

Se você quer uma narrativa maravilhosa, provavelmente esse não é o livro pra você. Mas se quiser ler uma metáfora bastante forte para a nossa realidade, então vai fundo.
Priscila.Jardim 08/11/2018minha estante
Exatamente isso!!!


Bruh 01/01/2019minha estante
Que resenha Excelente! Você conseguiu descrever os meus sentimentos pós leitura!


Sarah (: 01/03/2019minha estante
Concordo demais, principalmente com o seu segundo ponto. Vi as notas das outras resenhas por aqui e até me surpreendi.




Gustavo | @guh_santtoos 03/05/2021

A Subversão do ?sexo frágil"
Ambientado em um futuro próximo em que as mulheres desenvolveram a capacidade de dar choques em outras pessoas. Temos pontos de vista de quatro personagens (e, eventualmente, outros também têm capítulos dedicados a si), e iremos acompanhando as mudanças que essa descoberta causam nas estruturas de poder.

O livro vai te dando uma contagem regressiva sobre o ?grande momento" e já deixa o leitor esperando por um grande clímax.

Temos algumas semelhanças com a sociedade que vivemos hoje, com a diferença de que o comando agora está nas mãos das mulheres, e isso gera mudanças radicais em absolutamente tudo; exércitos formado apenas por mulheres, a religião, que agora passa a enxergar Deus como uma figura feminina, países sendo governados apenas por mulheres... E assim os homens acabam sendo subjugados a sentirem e vivenciarem tudo o que as mulheres já passaram na vida.

O livro deixa bem claro para os homens todos os absurdos que eles praticavam contra às mulheres, mas também mostra que a construção de uma sociedade ideal não depende de gênero, porque o poder acaba ditando, influenciando e sendo fundamental nessa construção. Ambos quando se tem um poder em mãos se esquece dos seus valores morais, e até mesmo abandonando o próximo.

Enfim, é um livro super bem construído com várias reflexões para botarmos em pauta.

Tenho algumas ressalvas sobre a obra, que são as quantidades de págs, mesmo os capítulos se alternando entre personagens, acaba cansando um pouco, ainda mais quando vai chegando o clímax. E o final acaba deixando pontas soltas como se a autora deixasse resquícios de uma continuação! Mas o livro acaba valendo a pena pelas questões/críticas que são abordadas na trama.
@ka_and_books 03/05/2021minha estante
Gostei ???


Gustavo | @guh_santtoos 03/05/2021minha estante
Tem o selo de aprovação do Gustavo ?


@ka_and_books 03/05/2021minha estante
Eitaaa??. Então tá bom!




Joyce585 28/05/2024

Um universo fantástico mas com muitas personagens irritantes
Esse livro é uma grande piração no bom sentido. Fala de um universo distópico em que as mulheres ganham poder e o mundo inteiro tem que mudar as estruturas por conta disso. Eu gosto da premissa como um todo, mas é muita coisa acontecendo, então sentia que se parasse a leitura por dois ou três dias, perderia toda a linha de raciocínio. A maioria das personagens femininas que narraram, me irritavam profundamente (é com muita pesar que eu digo isso), então as vezes lia para saber como aquela visão dela se encaixaria no todo, mas a minha cabeça tava o tempo todo pensando: ?fala logo, chata!?. Esse não é o melhor dos mundos, mas não todos os livros estão aí para nos fazer sentir confortáveis. Inclusive esse tem muitos momentos desconfortáveis de violências gráficas. Acho importante avisar isso a quem se interessar pela leitura. No mais gosto muito do personagem Tunde e da personagem Roxy. Quando eu via que era o capítulo que um deles ia narrar, ficava até mais animada.
supostaleitora 28/05/2024minha estante
Eita kkkkkkkkkk opiniões fortes. Será que eu iria gostar? Vou adiantar ele na lista


Joyce585 28/05/2024minha estante
Amiga, talvez sim. A gente geralmente discorda das coisas kkkkkkkk


supostaleitora 28/05/2024minha estante
Muitas vezes sim? Em breve trarei minha opinião ?




Laura Brand 05/07/2018

Nostalgia Cinza
O Poder é um livro que chama a atenção desde a sinopse. Em meio a tantas lutas em busca da igualdade de gênero, esbarrar com um livro que narra um mundo onde as mulheres detém o poder é extremamente instigante. O enredo já começa de forma eletrizante (perdoem o trocadilho) e Naomi já começa a estabelecer as bases da história desde o começo. Os personagens são apresentados logo de cara e, apesar do estranhamento inicial devido às histórias paralelas, é fácil se acostumar à proposta da autora.

A história é contada por meio da trajetória de quatro protagonistas; três mulheres e um homem, e todos têm papéis bem diferentes, mas igualmente importantes para a construção da narrativa. Allie é uma jovem que, ouvindo uma misteriosa voz interior, se torna Mãe Eva, a líder espiritual e política das mulheres de todo o mundo e responsável por guiar a população rumo à revolução. Margot é a prefeita de uma cidade norte-americana que começa a ascender na carreira política para propagar sua ideia para essa nova ordem mundial. Roxy é filha de um mafioso que, com a descoberta do poder, passa a se tornar a chefe da máfia. Tunde é um jovem que se descobre repórter ao gravar o primeiro vídeo do uso do poder por parte das mulheres e que se torna um ícone no que diz respeito à documentação dessa revolução e influenciador jornalístico.
O Poder narra uma realidade em que as novas mulheres já nascem com o poder de emitir choques elétricos. Apesar das mais velhas não manifestarem esse poder, as mais novas podem ajuda-las a despertar esse tom que, de alguma forma, sempre esteve presente. Saber que aquele poder sempre esteve dentro delas é uma bela metáfora para a luta que atualmente está ganhando cada vez mais força por causa do movimento feminista e que vem dando cada vez mais confiança e estrutura para que meninas e mulheres do mundo todo se imponham e busquem seus direitos. Os direitos conquistados daqui pra frente sempre pertencerão a todas as mulheres, independente de qual idade elas tenham ou de onde elas vieram.
O final de cada capítulo é composto por ilustrações de aparatos ou ferramentas usadas durante a ditadura das mulheres. São instrumentos e relatos que imitam escavações arqueológicas com ilustrações e descrições bem explicativas. Assim como a própria história, esses instrumentos invertem o papel opressor e oprimido, sendo a mulher a opressora. Atualmente, em algumas culturas a mulher tem os órgãos genitais mutilados de forma a não sentir prazer durante o ato sexual. Um dos objetos descritos no livro, por exemplo, faz referência a uma ferramenta capaz de cauterizar terminações nervosas do órgão genital masculino para que ele só tenha ereções quando uma mulher usar o poder para estimulá-lo.
O livro é um belo tapa na cara e, nas palavras de Pam Gonçalves, uma paródia do patriarcado. Toda a narrativa é elaborada de forma a construir o momento final, o confronto que define de forma irrevogável a nova origem mundial. A própria divisão de capítulos é feita com base em uma contagem regressiva que leva ao clímax da revolução das mulheres.

O livro todo é baseado em traumas e vinganças. As principais motivações dos protagonistas envolvem revanches e escolhas feitas com base em traumas passados. Quando as mulheres se descobrem fisicamente mais poderosas que os homens, uma nova realidade se torna uma possibilidade concreta e, com a união das mulheres de todo o mundo, começa uma ditadura matriarcal em que os homens têm seus direitos retirados, direitos como o voto, permissão para dirigir e emprego. Direitos que as mulheres viveram séculos sem poder usufruir e que precisaram lutar por anos e anos para conquistar são retirados dos homens.

O Poder é um exemplo de livro com uma boa caracterização e contextualização do momento histórico em questão sem precisar de descrições excessivas. Naomi escreve de forma objetiva, sem muitas delongas e tendo a trajetória dos personagens como foco principal. Cada um deles contribui de alguma forma para a revolução e seus pontos de vista representam de forma bem inteligente as visões de diferentes estruturas dessa sociedade, indo desde uma pequena menina que nasceu com esse novo poder e precisou usá-lo para sobreviver à violência, buscando refúgio em abrigos, até mulher adulta com um cargo político importante que precisa se acostumar a essa nova e inquietante realidade. O fato de ter um homem como um dos protagonistas também ajuda a enriquecer a narrativa, ainda mais colocando-o como um repórter que vê de perto todo esse processo de mudança.
O começo do livro é um pouco confuso, Naomi não segue uma narrativa completamente linear e isso acaba causando certo estranhamento no começo da leitura. O livro começa com uma troca de mensagens entre Neil e Naomi e não somos apresentados a essas personas. Neil fala para Naomi que gostaria que ela lesse seu manuscrito sobre um mundo onde os homens detinham o poder e explica que houve uma reviravolta que colocou as mulheres no topo da pirâmide hierárquica. Ele descobre isso com base em descobertas arqueológicas e registros históricos que descrevem uma era pré matriarcado. A história de O Poder é, na verdade, o manuscrito de Neil, mas isso só fica claro ao final do livro, quando Naomi escreve seus comentários a respeito da leitura.

O nome da autora e o final da troca de mensagens sugere que ela tenha roubado o original do homem ou que a autora tivesse feito uma brincadeira fingindo que um homem alterou o nome dele e colocou como de uma mulher para ser mais aceito em um mundo dominado por mulheres. Fato que acontece com frequência na nossa realidade, não é mesmo?

Naomi Alderman cria uma história que mostra da forma mais crítica possível como o poder corrompe e como o ser humano está fadado a se corromper. Um ponto muito interessante e que gera reflexão é apresentado em meio a um diálogo em que duas personagens discutem o porquê de terem cometido um ato de violência e a resposta é “porque podemos”. Ao longo da história somos levados a refletir sobre igualdade, sobre poder, sobre empatia. Somos obrigadas a pensar “o que faríamos se tivéssemos tamanho poder? Buscaríamos igualdade e justiça ou seríamos corrompidas e tentadas a inverter os papéis?”. Uma das reflexões propostas no livro se destacou com o título. O título do livro pode ser entendido de duas formas: o poder de emitir choques elétricos e o poder como estado de poder, como o fato de ter o poder em relação a outra pessoa.
O Poder é uma narrativa extremamente inteligente, construída nos detalhes e com cenas que rendem reflexões infinitas, tanto no que diz respeito ao patriarcado quanto à corruptividade do ser humano. Um dos diálogos mais marcantes do livro resume bem a força de impacto dessa narrativa: “Não importa que ela não dava fazer, que ela jamais o fará. O que importa é que ela poderia, se quisesse. O poder de machucar é uma espécie de riqueza.”

O Poder é um livro que merece uma segunda e terceira leitura, Naomi constrói uma narrativa extremamente crítica nas nuances de seus personagens. É difícil absorver tudo apenas com uma leitura uma vez que várias críticas se tornam mais explícitas e duras ao longo da leitura. Como é um livro diferente de tudo, o estranhamento inicial pode prejudicar uma visão mais atenta à narrativa. Não é um livro com uma narrativa toda mastigada. Suas críticas são construídas nos detalhes e cada um terá uma experiência única lendo essa história. São críticas sutis, mas poderosa. É difícil encontrar um livro que trate de uma temática tão atual de forma tão inteligente e impactante.

O Poder é um livro exatamente interessante para ser lido pelos olhos de um homem também. Enquanto as mulheres sentem que, de certa forma, é uma justiça ver as mulheres tomando o poder e buscando seus direitos, os homens, ao lerem a história de Naomi Alderman, poderão sentir um pouco o que é ser uma mulher, o que é estar no lugar do oprimido e não do opressor no que diz respeito à busca pela igualdade de gênero. É um livro que tira todos os leitores de um lugar comum ao apresentar uma poderosa e extrema inversão de papéis. O Poder é um livro que me fez ficar arrepiada em diversos momentos da leitura e é um livro que tem tudo para virar um clássico.

site: https://goo.gl/bAZPvr
Gustavo 05/07/2018minha estante
Super interessante as reflexões abordadas ... creio que inevitavelmente, com a ascensão do poderio feminino, chegará o momento em que as mulheres tomarão uma posição mais ativa do que os próprios homens no comando da sociedade a nível global. Porém, como isso será? Já estaremos em um nível de consciência de unidade, pensando apenas no bem de todos, ou as mulheres repetirão os mesmos erros cometidos pelos homens através dos séculos?? É de se refletir ...


Laura Brand 06/07/2018minha estante
Sim! Esse livro propõe exatamente essa reflexão! É bem polêmico pensar isso e acho que a autora aborda essa questão de forma bem inteligente e impactante. É um livro extremamente atual e, ao mesmo tempo, bem atemporal. Recomendo muito a leitura!




Ratinha de Biblioteca 03/09/2019

As sinopses dos livros deveriam ser como as dos filmes...
Sabe quando lemos a sinopse do filme, num serviço de streaming ou na caixinha do DVD/Blue Ray (para aqueles das antigas! Ou VHS! Vixi!) e há uma frase explicando qual o gênero e o conteúdo? Pois é, gostaria que nos livros viessem na capa também indicando o gênero e o conteúdo.
Por exemplo, em "O Poder" o gênero seria: ficção científica e distopia. Melhor que dizer "Jogos Vorazes encontra O Conto da Aia", como está na quarta capa! Porque não explica nada para quem, por acaso, não tenha lido esses livros e, falta a parte da ficção científica! Afinal, neste livro as mulheres soltam raios pelas mãos por meio de uma "trama" eletromagnética na clavícula!
Já o conteúdo seria: violência física, sexual e psicológica. Ou: contêm descrições de estupro, tortura e demais violências extremas. Para aqueles que têm estômago fraco para múltiplas violências, evitem esse livro. Não é o meu caso, ainda bem, pois ela está do início ao fim da história e não se tem essa noção ao se ler a sinopse. Mas a violência não é gratuita: é parte primordial do enredo, quase uma personagem, como o "poder" do título também o é.
Fazendo um resumo de forma bem simples: um dia as adolescentes verificam que conseguem emitir energia eletromagnética pelas mãos. De repente, todas as meninas começam a nascer com esse poder e as mais jovens podem despertar "o poder" nas mulheres adultas. A história é contada como se fosse um livro. O "autor" aparece no início e no final da história, trocando mensagens com uma amiga dele, que leu o livro e irá opinar sobre o mesmo.
Acompanhamos os fatos por meio dos depoimentos de Roxy, Tunde (a personagem masculina mais representativa da história), Margot, Allie, Jocelyn e Darrel (irmão de Roxy). Por meio desses relatos, temos a visão de mulheres que eram humilhadas, espancadas, estupradas, seviciadas e que, agora em uma posição de superioridade física, vingam-se a ponto de seus antigos maus tratos, sofrimentos e torturas serem considerados "leves".
Diferente do livro "O Conto da Aia" em que não se explica como a "mudança" ocorreu ou com é a religião existente, aqui temos todas as explicações. O surgimento da nova religião é relatado desde o seu início, destacando a personagem Allie, que irá focar nas forças femininas de todas as religiões existentes (Judaísmo: Moisés é substituído por Rute, Islamismo: Maomé é trocado por Fátima, Cristianismo: Maria é venerada no lugar de Jesus, etc.) e Deus passa a ser uma entidade feminina; Mãe ao invés de Pai. As citações e referências bíblicas permeiam todo o livro. Já ouvi mais de um canal literário dizer que, para compreender melhor algumas obras da literatura ocidental, a leitura da bíblia poderia ser considerada uma "leitura de apoio". Nesse livro, já se inicia com uma longa citação do Velho Testamento.
Assim temos o poder político passando das mãos masculinas para as femininas; as expressões religiosas focando no feminino e não mais no masculino; a mulher passa a ser a "chefe" de família, etc. Com essas transformações, nas ocorrências de violência doméstica o homem passa a ser a vítima; eles agora são os prostitutos; em um país de maioria feminina, eles não podem sair sem a companhia delas, não podem dirigir, não podem possuir bens... E então percebemos que, tirando o fato de os homens não terem um poder eletromagnético, é esse o mundo em que vivemos! Só que são as mulheres que só puderam votar e serem votadas em meados do século XX; no Brasil, por exemplo, as mulheres não podiam ter conta em banco e abrir um negócio próprio em seu nome, sem a autorização do marido ou pai, até a década de 60! A Arábia Saudita só recentemente liberou as mulheres para dirigirem, irem aos estádios sozinhas... Mas as sauditas ainda precisam da autorização de pais e maridos para deixar o país. E se esse pai ou marido for o seu agressor, estuprador, torturador?!
Então você percebe que está lendo um livro de ficção científica e distopia, mas os fatos narrados nele parecem tanto com a sua realidade! É de embrulhar o estômago.
Francis Ferraz 04/09/2019minha estante
Parabéns pela resenha. Vc é expôs sua opinião de forma fundamentada.

Não vou ler, porque sou uma daquelas pessoas que não tem estômago/estrutura para temas tão fortes.

Agradeço o aviso.


Ratinha de Biblioteca 05/09/2019minha estante
Obrigada, Fran! ?




Souza250 20/03/2023

O que eu achei de "O Poder"
Eu fiquei decepcionada com o livro. O foco da história era claramente o empoderamento feminino e o feminismo, abordando como todo o mundo é controlado de forma extremamente patriarcal. Passou longe de ser uma crítica social por simplesmente não seguir a linha de coerência já pré-escrita para o desenvolvimento da história, tratando assim as mulheres no poder como loucas, fanáticas e estupradoras. Abordou de forma inconsciente o famoso lema de que "o poder corrompe" esse não era o intuito do livro. Trataram as mulheres como histéricas obtendo poder e de forma extremamente generalizada e o que me decepciona mais ainda é o fato da escrita ter sido desenvolvida por uma mulher.
ganso.hostil 20/03/2023minha estante
essa crítica foi tão bem escrita.


Gabi Rosemberg 29/03/2023minha estante
Concordo! Pra que tanta violência né? A ideia é ótima, poderia ter ido pra um outro caminho do poder




anicca 02/12/2020

Uma distopia protagonizada por... Pikachus!!
Te convido para um exercício... Pense em uma realidade na qual às mulheres é concedido o poder de irradiar e manipular eletricidade. Agora um pouco adiante: imagine, dentre inúmeras possibilidades, nunca mais sentir medo ao andar sozinha à noite, já que ninguém se atreveria a te importunar, afinal você guarda dentro de si um grande poder. Parece bom ter a chance de se proteger? Mas e se algumas mulheres vissem nisso uma ferramenta para sobrepujar homens? Eis aí uma das facetas deste livro.

A estória desenvolve temas contundentes e que ganham força na contemporaneidade, sobretudo quando considerada a ameaça (ou até supressão) da liberdade: 1) no direito de ir e vir sem temer pela própria integridade; 2) na dissolução de vontades pessoais, como realizar descobertas sexuais ou mesmo utilizar adereços que não sigam a norma binarista; 3) na violência dirigida a pessoas LGBTQIA+; 4) na manipulação midiática e consequente selvageria das pessoas; 5) no impacto que ideologias têm sobre nossas decisões; 6) nos problemas decorrentes de haver uma figura central em movimentos políticos; entre outras infelizes ramificações.

A dicotomia entre os gêneros é reforçada o tempo inteiro durante a leitura (principalmente por um dos narradores ser um jornalista, o que proporciona o ponto de vista da minoria vulnerabilizada no seio dessa sociedade futurista), mas é executada de tal modo que torna-se cansativa e monótona. A não ser por fragmentos em que evidencia suavidade, gentileza, egoísmo, violência e ódio como características inerentes a pessoas diversas e não condicionadas por gênero, como exclama o senso comum.

É um fator importante na manutenção dos papéis exigidos pela sociedade: homens potentes e malignos, mulheres frágeis e dissimuladas. O caso do delegado Paulo Bilynskyj é um exemplo que explicita como o sexismo atua na mente das pessoas. Desacreditaram que ele poderia ter sofrido violência doméstica por ser um homem, afinal "é impossível que seu porte físico e o treinamento profissional lhe tornem acessível a agressões de uma franzina e despreparada mulher". Não obstante, ainda o ridicularizaram nas redes sociais e suspeitaram que fosse a pessoa violenta da relação.

"O poder" poderia ter sido um livrão, porque a personalidade e o contexto em que se inserem Allie, Tunde, Margot, Roxy e Tatiana (5 dos 6 narradores) são radicalmente diferentes, o que por si só traz diversidade e constrastes para a trama. Sem falar em como é interessante pensar sobre o que leva à inversão de valores que ocorre naquela sociedade e o quão brutais alguns indivíduos se tornam diante do poder, além do desconforto causado pelas cenas brutais e pela subversão dos papéis. Impunidade, valores culturais e enfrentamento entre nações também são temas discutidos aqui e questões sólidas para se investigar.

Na verdade, o poder realçado no livro nada mais é que uma sátira do mundo atual. E é incrível como a alternância na balança de poder gera uma sensação de horror e absurdo, quando, na realidade, é só uma ilustração de algo que já vivenciamos em diversas partes do mundo. Nesse sentido, é muito fácil transpor para o contexto atual, porque é extremamente visível, apesar de grotesco. Contudo, é o único aspecto em que se assemelha a "O conto da aia", mesmo que a capa prometa um sucessor. Por isso, tenho uma dica: não comece esperando por algo avassalador como Atwood fez.

Enfim, a sensação mais constante durante a leitura foi de superficialidade, apesar da premissa densa e brilhante. E de estar carregando um peso imenso, por não me conectar aos eventos. As discussões em potencial acabaram sendo comprometidas pela estrutura mal articulada, que conjugou narrativa prolixa, personagens nada carismáticos e parco desenvolvimento. A progressão é sofrível, a história não consegue se elevar. O formato é até promissor, porque o livro funciona como um resgate histórico, com documentos e obras (ilustradas!!) que dão sentido à existência dessa sociedade, e sua temática segue provocante: o mundo seria um mar de rosas se dominado por mulheres e não homens?

No fim das contas, o material poderia ter se desdobrado de modo fantástico, mesmo porque o pano de fundo é impressionante, só que a mão que o conduziu não extraiu tanto quanto tinha a oferecer. Soa triste pensar nisso.

Mas é bom que tenhamos opiniões variadas, pois onde eu não me dei bem você pode arrasar, e talvez a partir da discordância nós consigamos discutir e chegar a algo bem maior e mais produtivo.
Hügø 14/07/2021minha estante
>?


anicca 14/07/2021minha estante
Kkkkkkkkkk foi bem assim que eu fiquei com a premissa, talvez esteja mais para: ? minha nossa, que coisa doida




Thayane Andrade 28/03/2023

Tinha achado a premissa bem interessante, mas acabou que me decepcionei com esse livro. Não gostei muito em como foi desenrolando a história, não achei os personagens cativantes, não me importei com nenhum. A leitura eu achei muito arrastada. Não foi o que eu esperava.
Gabi Rosemberg 29/03/2023minha estante
Concordo muito! E tbm não gostei das mulheres serem tão abusivas com o poder! Não acho que seria assim


Thayane Andrade 29/03/2023minha estante
Pois é, achei exagerado!




Mhery 01/08/2020

"O Poder" é um livro cujo enredo inicia no surgimento do Poder nas mulheres. A princípio acompanhamos Roxy, filha de um chefe do tráfico, Margot, prefeita de uma cidade dos EUA, Tunde, um jovem aspirante a jornalista, e Allie, uma adolescente adotada que tem problemas em casa. Com o surgimento do Poder, vemos como a vida de cada um deles muda, e como as narrativas de cada um começam a se entrelaçar. Essa escolha de personagens feita pela autora a meu ver é interessante, pois vemos como o Poder influencia a vida de pessoas totalmente diferentes. Mais pra frente, na história, vamos acompanhando outros personagens que tem relação com esses primeiros.

Política, jornalismo, religião, tráfico, violência doméstica, relações diplomáticas... todos esses elementos da sociedade são afetados com o surgimento do Poder. Um ponto que achei sensacional é o capítulo que contém um fórum conspiratório na internet. A meu ver, essa foi a cereja do bolo, é realmente bem próximo do mundo real.

No final, tudo aponta que ocorrerá uma guerra, mas a história termina antes desse ponto. Assim como "O Conto da Aia" e "O Homem do Castelo Alto", nos resta pensar no que aconteceria. Além disso, "O Poder" na verdade é um livro escrito por um autor fictício, criado pela Naomi Alderman.

Eu, particularmente, gostei da premissa e do desenrolar da história, mas gostaria que o final estivesse com algumas pontas mais fechadas. De qualquer forma, é um livro que nos faz pensar no outro lado da moeda da nossa sociedade, onde atualmente temos os homens como sexo mais forte, dominante sobre as mulheres. Eu recomendo o livro, não esquecendo de reforçar que o final não é fechado.

Por fim, encontrei poucos erros de digitação na minha versão, o que obviamente é algo que eu não gostaria de ter encontrado. Quem sabe em futuras versões haja uma nova revisão.
Bruno.Rafael 01/08/2020minha estante
Esse é o livro da leitura conjunta né
Gostei da resenha e me interessei


Mhery 02/08/2020minha estante
Sim, li por conta dela, mesmo! É bem legal, recomendo :)




Mila F. @delivroemlivro_ 08/12/2018

A MELHOR DISTOPIA QUE LI NA VIDA
O Poder vai girar em torno de quatro personagem principais, isto é, os capítulos são alternados entre: Allie, uma adolescente norte-americana que vive em uma família adotiva onde é estuprada e violentada de inúmeras formas; Margot, a prefeita de uma cidade norte-americana que tem duas filhas e sempre tem seus projetos contrariados pelo governador do estado; Roxy, uma adolescente inglesa cuja família é composta por mafiosos e pessoas inescrupulosas; e Tunde, a única voz masculina do livro, que é um jovem jornalista nigeriano.

A narrativa do livro se passa ao longo de dez anos onde acompanhamos como a sociedade vai mudando pouco a pouco, como vai surgindo uma nova conjuntura social onde o poder vai ser invertido entre homens e mulheres, como as novas relações de poder interferem na vida de todos e como tudo desencadeia numa nova forma de viver da humanidade.

Tudo se inicia quando algumas jovens garotas começam a desenvolver um estranho poder de criar correntes elétricas de várias intensidades apenas com com as mãos. Poder este, que é capaz de subjugar e matar outras pessoas se não for controlado. Pouco a pouco começam uma nova forma de lidar com este poder: os meninos são separados das meninas para que não sejam machucados. As meninas começam a despertar o poder nas mulheres mais velhas e a cada dia que passa o "sexo frágil" se torna mais e mais temido.

Logo, tudo o que está acontecendo são coisas inexplicadas e o inexplicável assusta a todos. Cientistas buscam, religiões e políticos buscam explicações e procuram por algo que possa igualar este poder. De repente, toda a sociedade muda e isso é assustador: ver o mundo que conheciam mudar tão drasticamente.

Com essa nova habilidade desenvolvida apenas pelas mulheres se estendendo para todos os lugares do mundo, os homens que sempre estiveram no poder, passam a ser subjugados e, em determinados lugares, as mulheres assumem o poder e os homens passam a ter medo de andar sozinhos, de serem violentados, torturados, mortos, etc. Detalhe: medos que nós, mulheres, sempre tivemos e passam a assustar a vida dos homens. Sim, os papeis se inverteram!

No começo da leitura de O Poder cheguei até a ponderar que um mundo em que as mulheres não fossem mais subjugadas poderia ser algo mais humano, contudo, com o desenrolar da narrativa e o passar dos anos no livro, isso vai se tornando perturbador, pois as mulheres passam a ser tão (ou mais) cruéis quanto os homens. Ou seja, Alderman, não nos poupa de cenas de estupros, mortes, torturas que os homens sofriam nesse universo distópico. É aterrorizante e tão cru que chega a dar náuseas. As mulheres desse universo estão com sede de vingança e, só querem os homens para reproduzir ou lhes dar prazer. Os homens sofrem repressão, são vigiados e devem sempre ter uma mulher por perto para que Elas tomem as decisões.

O fato é que O Poder escancara para todos os homens todos os absurdos que eles praticavam contra as mulheres (e isso serve também para o leitor e para a nossa sociedade, não?), mas também temos uma grande crítica social que mostra que a construção de uma sociedade ideal independe do gênero, pois o que corrompe e o que destrói qualquer igualdade e justiça são as relações de poder, onde o poder, naturalmente, corrompe as pessoas. Em outras palavras: homens ou mulheres, quando detém "poder", acabam se esquecendo de valores básicos e prevalecendo mais o egoísmo, a individualidade e a ambição.

No entanto, vale frisar que o livro tem um começo estranho e, até conseguirmos nos situar, é um pouco confuso, mas cada detalhe é de suma importância para toda a narrativa e para o plot twist super incrível e ao mesmo tempo assustador.

Sem dúvida alguma, O Poder, é um livro chocante, trágico, pessimista e bem desanimador, que contem, sim, boas doses de verdade. Basta que olhemos aos nosso redor para percebermos que, no fim das contas, o egoísmo, a ambição, a ânsia por ter e ser mais que os outros não tem nada a ver com gênero, classe social, opção sexual ou mesmo raça, parece-me ter muito mais a ver com a natureza do ser humano.

É inquestionável que tudo o que foi exposto nesta obra nos lança a uma dicotomia de valores enormes e que o medo e a violência apresentadas, nada mais é do que fruto de relações de poder que a mulher estando num escalonamento mais abaixo que os homens (fato que aconteceu por questões culturais e histórias que, aliás, devemos lutar para não serem perpetuadas) vem sofrendo diariamente dentro e/ou fora de casa. Ver os homens passando pelo mesmo no livro choca, mas por que parece que quando é a mulher passando por estas mesmas situações a sociedade passa a culpá-la e não vitimá-la?

São tantos questionamentos que este livro proporciona com essa inversão de papeis sociais, as dicotomias de valores e as relações de poder que é enormemente difícil expor e tentar explicar tudo isso numa simples resenha. Provavelmente precisaria de uma tese ou uma monografia para conseguir chegar perto das discussões e reflexões que esse livro jogou na minha cara.

O Poder deveria ser leitura obrigatória.

site: www.delivroemlivro.com.br
Helder 23/03/2019minha estante
Camila, esta leitura pra mim foi quase insuportável, mas adorei sua resenha. O livro é tudo isso mesmo, mas acho que a autora pegou tão pesado que tive muito asco. Comecei achando que ia ser um livro pra enaltecer as mulheres e de repente neste livro " feminista " o melhor personagem era um homem . Mas só no fim consegui entender que a ideia era outra.


Mila F. @delivroemlivro_ 24/03/2019minha estante
O título do livro já é bem claro, o assunto é o poder, independente de quem o detém: é completamente corruptível, manipulador e o poder transforma as pessoas... Não tem nada a ver com gênero, tem a ver com a natureza humana. Achei sensacional e o que mais gosto é poder encontrar pessoas que foram tocados, pela leitura, de forma diferente da minha - que é o seu caso.




Lindsey 28/03/2019

Esperava mais
O tema é ótimo. Debate sobre a diferença entre homens e mulheres na sociedade. É quase um livro simbólico sobre a desigualdade de gênero, mas achei a forma de escrita muito primária. Não prendeu minha atenção, apesar da história ter um bom enredo e um ótimo fundo moral. Decepcionou.
Melissa.Silva 07/06/2019minha estante
me irritou um pouco tbm a escrita; ele, ela, ele, ela. fui com expectativa alta e to parada no começo




Kenia 09/05/2020

"Ensinaram a vocês que vocês não são puras, não são sagradas, que seu corpo é impuro e jamais poderia abrigar o divino. Ensinaram vocês a desprezar tudo o que são e a ter um único desejo, o de ser homem. Mas o que ensinaram a vocês são mentiras."

Em O Poder, a poluição causou uma mutação, principalmente nas mulheres, que lhes permite direcionar cargas elétricas potentes através dos dedos. Então, meninas adolescentes descobrem que têm uma força eletrostática devastadora em suas mãos que podem usar para dar choques, torturar e matar. Esse poder vem de um músculo estriado perto de suas clavículas que alarmou os cientistas e que eles podem observar através de ressonâncias magnéticas de meninas recém-nascidas. As adolescentes podem ajudar mulheres mais velhas a ativar o seu poder, também.

No início do livro somos apresentados a Allie, que usa seu poder para matar seu padrasto abusivo e fugir da cidade. Roxy, filha de um poderoso chefe da máfia londrina, que eletrocuta o agressor de sua mãe. Margot é uma política ambiciosa que vê sua filha adolescente lutar para controlar seu poder, e consegue tirar vantagem do que está acontecendo. E há Tunde, um jovem nigeriano que tem interesse em se tornar um jornalista fotográfico, presta atenção no que está acontecendo e percebe que isso vai mudar o mundo.

Começando na Arábia Saudita, e se mudando para outros países, as mulheres tomam o controle político, e se vingam violentamente dos homens que as escravizam e abusam delas. Elas usam o Poder para se defender e se libertar, e isso muda a visão de si mesmas.

"O poder tem um comportamento próprio. Ele age sobre as pessoas, e as pessoas agem sobre ele."

Mas o Poder rapidamente corrompe, e algumas mulheres se tornam predatórias e cruéis. E os homens revidam com ainda mais brutalidade; eles tentam destruir e/ou roubar o Poder cirurgicamente, para cegar e confinar as mulheres, para usar armamento pesado contra elas. No entanto, apesar das consequências, a escritora acredita que ser capaz de machucar e matar seria transformador para essas mulheres.

O livro contém algumas cenas gráficas de violência sexual, mutilação e humilhação que são perturbadoras por si só, mas talvez ainda mais quando o leitor percebe que são descrições do que as mulheres de todo o mundo historicamente experimentaram. A cena em que um bando de mulheres estupra um homem está entre suas partes mais difíceis de ler.

O Poder é relevante hoje à medida que mais mulheres estão encontrando suas vozes, se unindo e apoiando a experiência uma da outra de atravessar esse mundo como mulher. É também um conto preventivo sobre o que fazer com nossas vozes à medida que elas se elevam, pois não somos imunes à atração do poder e à corrupção que ele pode convidar.

Eu não tive uma boa experiência de leitura pelos seguintes fatos: não consegui me conectar com os personagens e achei as mulheres de um comportamento muito extremista. Eu quase abandonei a leitura por não concordar com diversas das atitudes tomadas por elas para resolver seus conflitos. Mas acredito que é isso, o livro precisa te incomodar e te fazer refletir sobre tudo que é abordado. E até acho super importante o que é abordado no livro, mas penso que a escritora se perdeu em determinados momentos na trama que me deixou confusa e sem motivação para me engajar na leitura.

Eu recomendo a leitura, pois acredito que cada um tem uma experiência diferente de leitura. Tirei alguns pontos relevantes da história, mas não foi uma leitura interessante para mim, infelizmente.
isabelle.araujo 13/05/2020minha estante
Amei a sua resenha!




Giulia.Goncalves 27/01/2022

Entrega o que promete e faz isso muito bem
O livro é contado pelo ponto de vista de várias pessoas que vão se cruzando e interagindo ao longo da história, então no início é um pouco confuso mas nada que atrapalhe a leitura. A trama dá várias reviravoltas, todas muito bem construídas. Gostei bastante do prólogo e do epílogo. Me deixou muito presa á história e ansiosa pra saber o desfecho. É uma ótima ficção e ouso dizer, uma ficção feminista.
leticiaoliverw 27/01/2022minha estante
Me deu até vontade de ler




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