Ro_ 12/06/2021Ainda estou perplexaVamos iniciar com o óbvio: é um livro bom? É, no sentido de nos prender na leitura. Poderia ter sido melhor? Com certeza!
Se eles tivessem feito terapia, poderíamos terminar a leitura com umas 50 páginas a menos
Esse é o terceiro livro da autora que leio e percebi uma constante em suas narrações: casal se conhece, tem um conflito, ficam juntos, têm outro conflito, terminam e voltam a viver felizes para sempre. Assim como qualquer outro livro de romance que você for pegar para ler, e não vou mentir e dizer que não gosto dessa fórmula pronta, porque admitindo ou não eu amo clichês.
Mas vamos às problemáticas da história que me deixaram louca. Pelo amor de Deus a Olívia merecia muito mais para ela. No fim do prequel "como num filme" ela dá as caras e confesso que adorei ela, achei forte e sensata. Mas nesse livro ela me parecia uma criança dependente de aprovação, medo de qualquer possível rejeição e alguém que aceita qualquer migalha de afeto. Para mim, o Paul Langdon mostrou tanta bandeira vermelha de que esse relacionamento não é NEM UM POUCO saudável que me choquei ela permanecer com ele por tanto tempo. Por mim, o livro terminava na página 222 onde ela vai embora como a grande gostosa que é e deixa o babaca para trás, mas a vida não é perfeita e o final é "feliz".
Outra coisa, acho que o tema da história é incrível: mostrar as dores de um ex-fuzileiro que foi torturado na guerra e agora tem transtorno pós-traumático. Mas senti que faltou um pouco de tato da autora para falar sobre o assunto. Paul é grosseiro, arrogante e não aceita quando está errado (mesmo que isso seja para ajudá-lo). Me pareceu infantil e em grande parte vitimista (acho que foi nesse ponto que a autora poderia ter desenrolado melhor seu aspecto mental totalmente destruído, além de alguém que grita e se tranca toda hora). Para ele, usar de sua força assediando a Olívia em várias páginas foi o que mais me irritou (porque para mim beijar alguém para que a pessoa cale a boca, mesmo estando certa no que diz, não me perece muito consensual), e não é porque a pessoa foi traumatizada que ela pode agir como quer. Mas uma coisa sobre que ele que amei foi quando conseguiu correr de novo (o que era seu maior sonho), nessa parte eu genuinamente senti meu coração quentinho por sua pequena vitória!!
Além de que foi ridículo o pai dele ter contratado a Olívia puramente por ser uma garota jovem e bonita, para fazer com que Paul volte a sentir desejo e se sinta vivo. Sinceramente, vsf ???
É uma leitura rápida? Sim. E confesso que foi até gostoso de ler (se eliminarmos tudo o que mencionei acima kkkkkk), principalmente quando Paul conta de sua tortura no Afeganistão, nessa cena a autora escreveu tãaaao bem que senti ânsia. Mas é um livro que eu releria ou recomendaria? Não!