Fernanda631 31/07/2023
Herança (Ciclo da Herança #4)
Herança (Ciclo da Herança #4) foi escrito por Christopher Paolini.
O livro Herança, a finalização da história de Eragon é um livro que podia ser metade do seu tamanho? Sim, mas não me entenda mal. O fim da história de cavaleiro e dragão é boa e termina como deveria ser, mas a quantidade de histórias intercaladas com os momentos realmente importantes do enredo chega a ser perturbador.
temos aqui: humanos, elfos, anões, e as criaturas mais amadas do universo mágico: Dragões. Seres poderosos, leais e inteligentes. Os dragões da história são mais do que montaria e sim reais companheiros de seus cavaleiros de dragões e personagens que impactam diretamente no destino desta jornada.
Eragon, mesmo agora depois de tanto tempo se preparando para esse momento, ainda não sabe como irá lidar com Galbatorix. Nem ele e seus companheiros tem muita esperança de que derrotar o rei seja, no mínimo, possível.
Esse é o tom da narrativa de Herança: um lugar de medo e insegura. Uma busca por uma resposta ou uma chave final que irá tornar possível entrar na cidade de Uru’baen e derrubar o rei do trono.
O desespero está literalmente na cabeça de todo mundo: o rei é forte demais, e a gente só está aqui porque ele quis que fosse assim.
E Eragon, que nem mesmo consegue derrotar Murtagh, ainda sim precisa tomar decisões e tornar isso possível. Em Herança, nome aliás muito perfeito para o livro temos a luta final. E poderemos conhecer se tudo o que Eragon se tornou vai ser suficiente para derrotar Galbatorix que pode ser um monstro, mas tem um poder infinito em suas mãos e ainda manipula cruelmente Murtagh e seu dragão Thorn que foi o antagonista principal do livro 2 e 3.
Então, de certa forma, ele ainda precisa descobrir muitas coisas.
E aí que vem o problema. Ao tentar trazer essa ansiedade dos personagens e lentidão de acontecimentos, por assim dizer, a narrativa ficou focada em detalhes muito pequenos.
É claro que a guerra também possui momentos de calmaria. Cercos, por exemplo, levam tempo e as coisas ficam meio paradas mesmo. Mas não há necessidade de impor esse mesmo ritmo entediante no leitor também.
O final poderia ter sido bastante resumido, na minha opinião.
O último livro de um ciclo deve ser aquela edição que tudo se encaixa e te despede do universo e dos personagens de Alagaesia.
E é isso que o livro promete e cumpre. O final “geral” é bastante previsível, mas os detalhes do enredo deixam esta despedida um pouco triste. O próprio Eragon se sente assim, já que é ele que precisa lidar com as consequências e a responsabilidade do que está a diante.
O autor nos apresentou personagens complexos: Nasuada, a jovem que assumiu o manto de liderança do pai e lidera a revolução, Arya a elfa que poderia ter sido apenas o interesse romântico de Eragon, mas vai muito mais além, com sua sabedoria e coração partido, Roran, primo de Eragon, que sem poder algum se mostrou um herói.
Murtagh, cuja vida nunca teve alegrias até ser escolhido por Thorn como seu cavaleiro de dragão, mas isso o deixou aprisionado a Galbatorix. Glaerd e Oromis e muitos outros.
Eu só queria que todos sobrevivessem e fossem felizes, mas é um livro que fala sobre a necessidade de pessoas não se esconderem e lutarem contra o mal. E guerras não poupam pessoas de bom coração!
Posso dizer que apesar de nem tudo ter sido felicidade, a história se encerra de forma brilhante.