LT 03/07/2018
Uma perfeita mentira! Sensacional!
Preparem-se, pois tudo o que lerão nesta resenha é uma perfeita mentira, que foi magistralmente arquitetada pela autora Lisa. Vamos conferir?!
Eu não conhecia a autora e devo confessar que não sou muito fã desse gênero, Thriller. No entanto, confesso ainda que fui procurar algumas opiniões sobre o trabalho da autora antes de escrever essa resenha, mas abandonei tudo o que li, simplesmente por ter achado perfeito tudo o que ela nos induz a acreditar.
Tudo, ou quase tudo, é posto às claras no primeiro capítulo, salvo por alguns detalhes que vão sendo revelados no decorrer da história.
Lisa nos leva pelo caminho que sempre fica oculto durante os thrillers tradicionais, neste, ela nos faz entender o caminho até o desfecho e não só descobrir o mistério. Essa é a diferença entre o thriller de tribunal e o thriller emocional, que é onde “Uma mentira perfeita” se encaixa. Aqui temos drama, sofrimento, surpresas, cenas de ação e o terrorismo domestico, que é um ponto bem importante na literatura estaduniense, e aqui nós acompanhamos todo o plano sendo executado.
Chris é o protagonista que narra à história em primeira pessoa e apesar de nos mostrar o que é, ele ainda assim consegue nos distrair com opções que não são necessariamente verdadeiras e assim, quando o plano é finalizado, nos batemos por parecermos idiotas achando que aquele caminho seria realmente seguido. É muito louco, gente, não sei se essa impressão que tive se dá pelo fato de não estar acostumada com a narrativa, mas acontece que foi justamente isso o que me deixou com os olhos brilhando de emoção.
O livro é dividido em alguns passos, o primeiro passo e seus capítulos é dedicado a nos apresentar ou “revelar” a trama. Sim, dá uma enorme vontade de abandonar o livro, mas, putz... Eu queria muito saber o que aconteceria ali, portanto, prossegui e foi a escolha correta.
No segundo passo, os alunos da escola vão se revelando e temos um grande plot twist que eleva o nível do livro, então o enredo passa a ganhar mais autenticidade e as emoções vão se aflorando fazendo com que a narrativa fique novamente atrativa. O protagonista, Chris, ganha clareza e entendemos mais suas ações.
No terceiro, tudo o que você concluiu no segundo ato é derrubado e a gente se sente reiniciando a leitura, com novas informações e um desfecho um tanto clichê, porém apropriado ao que a obra oferece.
E é ai que entra a questão do terrorismo doméstico, que por definição: é um termo que classifica atentados terroristas cometidos por cidadãos ou residentes permanentes de um Estado contra o seu próprio povo ou governo, sem influência estrangeira, em um esforço para instilar o medo em uma população ou nas autoridades como uma tática para alcançar objetivos políticos, ideológicos ou religiosos.
Chris nos faz repensar nosso conceito de vingança e justiça, que, aliás, andam por um limiar muito paralelo, onde nós sabemos o que é certo, todavia executamos o errado como uma convicção.
Minha experiência com o livro durou duas noites, a leitura foi fluida, mesmo com os pontos repetitivos e os momentos de marasmo. Lisa consegue ligar tudo o que coloca no papel. Os amigos, Evan, Jordan e Raz, que aparentemente tem em comum o baseball, mas que na realidade não é bem assim, desde já começar o livro dizendo que o protagonista é uma fraude, mas só revelar de fato que tipo de pessoa ele é depois.
Junte tudo isso a uma bela tradução e um livro lindíssimo, temos leitores apaixonados e loucos para ler tudo e qualquer coisa de Lisa Scottoline, depois de “Uma mentira perfeita”.
Como minha primeira experiência com o gênero, recomendo de olhos fechados, e na próxima oportunidade que tiver, quero ler algo a mais da autora.
Resenhista: Aricia Aguiar.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/