Marlonbsan 18/04/2023
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Guinevere Beck entra na livraria East Village onde Joe Goldberg trabalha, mal sabia ela que, ao comprar alguns livros, sua vida mudaria completamente. Mas mudança não é sinônimo de algo bom.
O livro é narrado em primeira pessoa por Joe, tem uma linguagem simples, mas um pouco nichada sobre alguns assuntos e a densidade é considerável.
O fato do livro ter sido escrito em primeira pessoa, nos coloca em contato direto com os pensamentos e as visões de Joe, que, além de não ser confiável, não é agradável conhecer a fundo os seus pensamentos e opiniões.
Outro ponto da escrita que não poderia deixar de falar, são as referências, principalmente no início, há nomes de livros, autores, filmes, arquitetos, lugares e há ligações com o que acontece, seja nas conversas ou nos pensamentos de Joe que se relaciona com essas referências, mas isso é feito com tanto excesso, que passei a ignorar. Um nome desconhecido? Tanto faz, vamos seguir.
E por isso digo que é nichado, porque têm muitas referências de ruas, lugares, até mesmo chega ao ponto de traçar o comportamento de alguém pelo lugar em que nasceu, e pra mim, não significava nada.
Mas, voltando ao enredo, digo que é interessante, mas não é fácil de acompanhar, já que Joe foi escrito de uma forma bem convincente do seu papel e é complicado estar tão perto de alguém que você não consegue criar nenhuma ligação ou concordar com suas atitudes e pensamentos. Ao mesmo tempo que é algo positivo, por ter sido tão bem-criado, é negativo por ser insuportável passar muito tempo em contato com essas ideias.
Há aqueles famigerados facilitadores de roteiros, pois acontece algumas coisas que beiram ao absurdo e que não há consequências ou discussões mais aprofundadas sobre elas. Mesmo nos maiores absurdos, as soluções são simples e sem muito desenvolvimento.
Apesar de conhecermos os outros personagens pela visão de Joe, e como disse, ele não ser confiável, todos ali mostram comportamentos questionáveis, claro, em graus diferentes e que faz criar aversão ou até mesmo não se importar tanto com eles, mas ninguém supera Joe.