Luiza Helena (@balaiodebabados) 28/06/2018Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/"Bem-vindos, bem-vindos ao Caraval, o maior show da terra e dos mares"*
Desde aquele final impactante de Caraval, eu venho esperando Legendary com todas as expectativas possíveis. Graças a deusa elas foram alcançadas!!!
"Outras pessoas podem subestimar você, Donatella, mas eu não."*
Se no livro passado eu odiei Donatella boa parte da história, aqui bastou ela falar um a e eu já estava LINDÍSSIMA FALOU TUDO 👏👏👏👏👏! Só conhecíamos a Dragna mais nova pelo olhar de Scarlett e aqui podemos ver a real Tella. Sim, ela é impulsiva, de cabeça quente, toma decisões no calor da batalha, mas Donatella também é uma mulher muito leal à sua irmã, determinada, corajosa, inteligente e de uma língua bastante afiada. E ela está disposta a fazer sacrifícios para ganhar essa edição de Caraval.
Tella poderia ter sido muitas coisas, mas ela estava longe de ser tola ou sem valor ou qualquer rótulo que as pessoas gostavam de colocar porque uma pessoa era jovem e mulher. Tella gostava de pensar que era de onde vinha grande parte de sua força.
Ela era ousada. Ela foi corajosa. Ela era esperta. E ela sairia triunfante - não importava o custo.*
Algo que alguns leitores reclamaram no livro passado foi a relação entre as duas irmãs, que teve pouco destaque. Nesse livro, podemos ver essa relação em primeira mão. Com o desaparecimento da mãe, cada uma tomou esse sentimento de alguma forma, mas é indiscutível o quanto as duas irmãs se amam e fazem de tudo para proteger uma à outra. Claro, que ambas escondem segredos e ocorre uma briguinha aqui e ali, como típico de irmãs, mas ambas estão dispostas a ir até o fim do mundo uma pela outra.
Scarlett era a pessoa de Tella - aquela pessoa no mundo que Tella sempre poderia contar. [...] Tella destruiria o mundo antes que ela permitisse que algo acontecesse a sua irmã.*
Diferente de Caraval, que teve seu ritmo acelerado da metade em diante do livro, Legendary já começa com todo gás. Legendary mantém um ritmo constante e dinâmico do começo ao fim, e em nenhum momento ele ficou maçante. É bem perceptível a evolução na escrita da Stephanie e ela continua fluída e descritiva na medida do possível, fazendo com que você estivesse ali, vivenciando o Caraval. A história é narrada em terceira pessoa, sempre focando em Tella. E diferente do livro anterior, esse aqui não é regado a plot twist atrás de plot twist, mas nem por isso deixou de ter uma reta final eletrizante.
Scarlett e Julian fazem algumas participações na história, suficientes para vermos como o casal está lidando com todas as consequências do Caraval que Scarlett participou. Achei bem legal a Stephanie abordar isso porque, depois de tudo que Crimson passou, claramente ela teria dúvidas do que seria real ou ficção com Julian.
Por mais fantástico que Caraval possa parecer, as próximas cinco noites são bem reais.*
Agora vamos falar da pessoa que roubou meu coração e essa pessoa se chama Dante. Obviamente eu não lembro dele e sua participação em Caraval e eu senti que isso era uma afronta a esse cara. Assim como Tella, era difícil ficar indiferente a esse participante do Caraval. Dante é um cara todo trabalhado no mistério e é isso que faz o personagem ser tão atraente. Mas por baixo de todo esse mistério e tatuagens, existe um cara disposto a ajudar Tella, mesmo que ela não queira, e que se preocupa bastante com ela. OK que nem sempre ela concorda com suas ideias, mas não chega a interferir nas suas vontades.
"Eu continuei voltando para você, não por causa do Legend, ou do jogo. Mas porque você é tão real e viva e destemida e ousada e bonita e se o que existe entre nós não é real, então eu não sei o que é."*
A química entre Tella e Dante era algo beirando ao absurdo de tanto que exalava da tela do meu Kindle. Logo nas primeiras interações dava pra perceber o quanto os dois eram atraídos um pelo outro. Donatella com sua língua afiada e Dante com seu jeito sedutor de ser geravam conversas recheadas de desejo reprimido, sarcasmo e ironia. Nem preciso dizer que nem me diverti…
"Por você não está vestido como um leopardo com asas de borboletas, ou um unicórnio?"
[...] "Nem mesmo Legend poderia me fazer vestir como um unicórnio"
"Mas unicórnios são mágicos, então todas as mulheres iriam querer te mimar."*
Um personagem que rouba a atenção é Jacks. Ele tem uma ligação com Donatella, que o faz aparecer sempre nas horas mais improváveis. Assim como Dante, ele tem um ar misterioso, mas esse ar grita PERIGO PERIGO PERIGO em letras neon!!! Não pense que sua participação termina somente com essa ligação com Donatella.. Ele faz parte de algo maior. E não, não faz parte de um triângulo amoroso. AWOMEN!!!
[...] o Príncipe dos Corações era mau. O tipo que arrancaria o coração de uma menina do peito e afundaria os dentes como se fosse uma maçã.*
Quando li na sinopse que esse livro também se passaria em mais uma edição do Caraval, eu fiquei pensando se não seria tudo mais do mesmo. Ledo engano. Stephanie adicionou mais alguns elementos mágicos na história, expandiu o universo que criou. Nesse livro, temos um foco grande no Deck of Destiny (Baralho do Destino) e nos Fates (Destinos). Não vou dizer a função deles na história por motivos de spoiler, mas eu gostei do apêndice que a autora disponibilizou no final do livro, comentando sobre eles.
Stephanie revelou um pouco mais sobre a mãe de Scar e Tella e sobre o próprio Legend, como, por ex, sua identidade real oficial (!!!!). De primeira, eu super vacinada naqueles plots twists tudo de Caraval, achei que era brincadeira da autora, mas quando caiu a ficha real oficial da identidade do Master de Caraval, foi algo que realmente eu não vi chegando. Só digo que essa nova edição de Caraval não foi feita de modo completamente aleatório.
Quando Caraval foi lançado ano passado, a autora havia dito que seriam somente dois livros. Acho que rolou uma pressãozinha básica por parte da editora e afins e esse ano ela anunciou a conclusão dessa história. O terceiro livro se chama Finale e está com lançamento previsto para o ano que vem. Porém, diferente do livro anterior, Legendary tem um final relativamente fechado. OK que tem algumas pontas soltas, mas nada de muito alarmante e se a Stephanie quisesse terminar a série nesse livro, ela poderia.
Legendary foi um livro que superou todas as minhas expectativas e passou bem longe da maldição do segundo livro. Agora só vamos torcer e acender algumas velinhas para que logo ele seja publicado por aqui.
* Traduções feitas por mim
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