Resenhas - A Ilha do Dr. Moreau

@descobrinaspaginas 20/03/2021

Uma história curta, mas cheia de significados. Nem tudo é exatamente o que está escrito. Eu adoro esse tipo de leitura, onde o autor conta uma história aparentemente simples, mas que carrega uma série de questionamentos e críticas.

Jeff Valerio 22/04/2022

Clássico Chocho
Embora tenha um início bom e interessante, tudo se desfaz rapidamente e a história fica BEM enfadonha, pra dizer o mínimo.

Mesmo que toda a roupagem sobre biologia/vivissecação abordada seja interessante e tenha alguma base teórica, a história desenrola-se de forma bem chata.

Isso sem nem entrar no mérito de que o autor tinha sérios problemas xenofóbicos explicitados no texto (o que diz pouco sobre o livro, porém bastante sobre o seu carácter).

Júlia Fortuna 05/10/2023

"Não eram homens, eram animais, animais humanizados."
A Ilha do Dr. Moreau, de H. G. Wells, lançado em 1896, é um excelente clássico da ficção científica. Apesar de antigo, o livro apresenta pontos cruciais que estão presentes até hoje na contemporaneidade, o autor usa da imaginação para metaforizar questões como política, religião, relações de poder, o conceito de civilidade e sociedade em geral. Fiz um trabalho da escola, sobre esse livro no ano passado, e desde então fiquei curiosa para ler.

A história é narrada em primeira pessoa pelo personagem, Charles Prendick, que à deriva, sem esperanças de sobreviver em alto-mar, é resgatado por um navio em missão das mais incomuns: levar a uma pequena ilha no Pacífico algumas espécies de animais selvagens. Ainda debilitado, Prendick é obrigado a desembarcar na ilha junto com o carregamento. Lá, ele conhece a figura do dr. Moreau, um cientista que, exilado por suas pesquisas controversas na Inglaterra, realiza experimentos macabros com seus animais.

Os animais são submetidos à tortura e o Dr. Moreau vai testando suas teorias, modificando seus estados físicos, tornando-os assim, animais-humanos, que são descartados na ilha para viverem à sua própria sorte, regidos por uma lei que eles não entendem muito bem como funciona, mas que se não for obedecida pode causar graves punições. Por esse motivo, eles repetem constantemente as proibições, como um mantra que não deve ser esquecido. (Esse ponto em questão, me lembrou muito a Revolução dos Bichos).

O Dr. Moreau, é um tipo de cientista que acredita que tudo é matéria bruta, tendo aqui representado, a ingenuidade, ou perversão. Essa perspectiva errônea é conhecida como "reducionismo material", que consiste em negligenciar aspectos como a nossa consciência, nosso raciocínio e nossas motivações humanas. Por exemplo, afirmar que nossas emoções são simplesmente o resultado de descargas elétricas no cérebro é uma simplificação que ignora fatores externos. A química do cérebro pode ser uma consequência, mas não a causa fundamental das emoções.

A crítica a esses cientistas adeptos do reducionismo material é encapsulada na figura do Dr. Moreau nesta história. Ele demonstra desprezo pela vida e acredita que pode manipular a dor e o prazer, tratando os seres vivos como simples aglomerados de partículas em movimento que podem ser moldados à sua vontade.

Isso lembra o paradoxo do Navio de Teseu, proposto pelo pensador grego Plutarco. A história é a seguinte: Teseu parte em um navio em uma viagem de 50 anos, durante a qual ele substitui cada peça do navio à medida que se desgastam. O paradoxo levantado é que, a cada peça trocada, o navio ainda é o mesmo Navio de Teseu. Isso ecoa o debate sobre se a mudança de aparência altera a identidade de um ser ou se o ser permanece o mesmo, independentemente das mudanças externas. Sendo assim, isso contraria o pensamento do filósofo Parmênides, que diz: O ser é incapaz de mudar. Tendo em vista essas duas analogias, mostra-se algo contrário à proposta de mudança de Moreau, porque o ser tem que ser o mesmo na passagem do tempo. Portanto, nessa mudança de aparência forçada ele não consegue transformar por completo um ser no outro, pelo contrário, acontece outra coisa, ele cria um ser novo, e agora esta nova criatura está condenada a vagar pela terra com uma mente em conflito sobre seu verdadeiro ser primordial.

Ademais, os questionamentos levantados na obra também se manifestam através dos personagens humanos. Por exemplo, o personagem Montgomery, em várias ocasiões, tenta persuadir Prendick a consumir álcool. Inicialmente, fiquei em dúvida se o autor estava ou não criticando o consumo de álcool, mas o destino de Montgomery esclareceu isso de forma clara: ele é morto pelas bestas logo após, justamente, compartilhar bebida com as mesmas.

A Ilha do Dr. Moreau é um livro bastante curtinho, porém, provoca uma longa discussão reflexiva nos leitores sobre a moralidade científica. Eu ficaria horas falando sobre esse livro, mas, certamente, já falei demais.

Ondas Superficiais 10/02/2024

Isto não é uma resenha - A Ilha do Dr. Moreau
Absolutamente fascinante!

Escrita melancolica, com certa agitação e suspense. Nesta história, H. G. Wells desvela de forma alegórica a intricada relação entre Deus e o homem, entre Criador e criatura. Aqui, somos apresentados a uma mistura de animais diferentes que foram mesclado cirurgicamente com outras criaturas, resultando em seres que se tornam prisioneiros de um terror incessante, onde são consumidos pela agonia de sua própria incompreensão, pela sua existência pseudo-humana, uma existência vivida sob constante tormento e ameaça.
A narrativa do protagonista é bastante filosófica e me manteve focada e pensativa, me fez refletir sobre minhas próprias atitudes e conclui que o ser humano tem ações desumanas por mera vaidade.

Sarmentox 27/06/2021

H G Wells é um gênio
Primeiramente, esse cara é um absurdo, já é o terceiro livro que eu leio dele, e em questão de ritmo você nunca vai imaginar que esses livros já tem quase 150 anos, é claro que você percebe que é antigo por outras coisas, vestimenta, como os personagens se comportam, o mundo em volta etc.

Spoiler: Fiquei feliz de achar que conhecia a historia e não conhecia, eu sempre achei que era um livro sobre homens animais, e não animais homens, e o livro te leva muito a pensar que são homens animais, gostei muito dessa quebra de expectativa.

Tuts 03/09/2022

Uma aventura bizarra
A história de ?Ilha do Dr Moreau? começa com o nosso protagonista Edward Prendick sofrendo um naufrágio e ficando à deriva no mar,até ele chegar a Ilha do Dr Moreau.

Nessa ilha acontece um monte de acontecimentos estranhos e bizarros,que chamam a nossa atenção por serem muito descomunais. O autor aborda nesse livro a questão da vivissecção,de experimentos com animais e a questão da natureza humana.

O livro é uma verdadeira aventura,é acompanhar a narrativa do Prendick sobre o que ocorreu na tal ilha. É uma leitura muito legal e chocante. Foi o melhor livro do H.G.Wells que já li. Recomendo!

perrydelgay 22/02/2022

Livro que me tirou de uma ressaca literária de alguns dias e simplesmente me pegou desde a primeira página. Nao podia ser diferente H.G Wells mestre quando o assunto é ficção científica não pecou em nada nesse livro, história que para alguns pode ser algo distante da realidade e para outros algo possível de acontecer. O livro me fez refletir muito sobre várias questões, O que nós torna humanos? A fala? andar ereto? ter 5 dedos? Na minha percepção a empatia, os sentimentos e o nosso livre arbítrio nós torna humanos, diferente dos animais retratados na ilha a maioria de nós (não digo todos pois existem N questões e situações distintas em todo planeta) não vivem com medo de um chicote ou de uma sala de tortura, não temos algum superior observando nossa forma de beber água entre outras ações que eram proibidas pela Lei retratada no livro. É um livro para refletir, se divertir e para amantes de ficção científica até agora a melhor leitura de 2022 para minha pessoa.

Donatti 24/04/2022

Um livro ok
Uma ilha onde coisas estranhas acontecem, onde há apenas dois homens e alguns seres estranhos vivendo por lá.
Por ser um clássico da ficção científica, eu esperava mais de "A ilha do Dr. Moreau". A história é legal, mas não cativa tanto quanto eu esperava que fosse fazer.
A ideia de ter experimentos com animais é assustadora e poderia gerar mais suspense e terror, o que não aconteceu. Sua forma de narrativa lembra muito a de Frankenstein.

Arthur Peixoto 19/12/2022

Um livro com reflexão...
Pra mim esse livro foi muito melhor escrito e imaginado que o A Guerra dos Mundos. A história em si é um pouco mais impactante, até mesmo repulsiva na descrição de certos personagens, porém o desenvolvimento foi bem feito, com um desfecho bacana e um final bem reflexivo e verídico sobre a natureza humana.

Renata 07/09/2022

Humanidade x animalidade
Somos diferentes dos outros animais? Ou somos simplesmente um animal mais complexo? Nosso personagem principal se vê abandonado em uma ilha onde um cientista excluído da sociedade faz suas experiências nada convencionais. O livro tem partes tensas, beirando ao horror. Da para fazer paralelos com a colonização empregada por países europeus em continentes como a América e a África. O que é que acontece quando impomos a "civilidade" a povos supostamente inferiores. Será que nossa humanidade está na tecnologia, na complexidade de nossas relações ou simplesmente podemos retroceder ao nosso estado primitivo se levados a isso? Podemos combater nossa natureza animalesca? Muito interessante do ponto de vista reflexivo.

Claudia 05/12/2022

Bizarro
Esse livro nos mostra mais uma vez o quanto o ser humano é egoísta e só faz aquilo que lhe interessa. Enfim, dá pena do pessoal da ilha. Achei muito bem contada a história e consegui imaginar perfeitamente cada ser que lá habitava. Gostei muito.

Jéssica 21/04/2023

Uma crítica perturbadora à ciência e sua arrogância
O livro é uma crítica à ciência e sua capacidade de desafiar os limites éticos e morais. Wells retrata a crueldade e a arrogância do homem em tentar brincar de Deus, além de questionar a validade de experimentos que visam transformar seres vivos em algo que não são. A escrita de Wells é envolvente e consegue prender a atenção do leitor, ao mesmo tempo em que expõe questões profundas sobre a natureza humana.
O personagem principal, Edward Prendick, é o narrador da história e seu ponto de vista permite ao leitor acompanhar de perto as atrocidades cometidas pelo Dr. Moreau em nome da ciência. Prendick é um homem sensato e inteligente, que consegue questionar a moralidade das ações do Dr. Moreau, ao mesmo tempo em que tenta entender a natureza dos seres humanóides que habitam a ilha.
No entanto, o final do livro é um tanto abrupto e deixa algumas questões em aberto, o que pode deixar o leitor um pouco frustrado. Além disso, a história pode ser um pouco chocante para aqueles que são mais sensíveis, já que há descrições detalhadas de experiências cruéis em animais.
No geral, "A Ilha do Dr. Moreau" é um livro que vale a pena ser lido, principalmente por aqueles que se interessam por ficção científica e questões éticas e morais relacionadas à ciência. É uma obra atemporal e que ainda hoje pode ser relevante para discutir as implicações da experimentação científica em seres vivos.

Albert Lucas 03/07/2020

Um livro crítico
H.G. WELLS nasceu em 21 de setembro de 1866, em Bromley, Kent, e morreu em Londres, em 1946. Filho de um pequeno comerciante, teve de trabalhar desde cedo para ganhar a vida. Em 1883, conquistou um posto de aluno e professor-assistente na Midhurst Grammar School e, em seguida, obteve uma bolsa para estudar com o cientista e humanista Thomas Huxley. Chegou a dar aulas de biologia antes de se tornar jornalista e escritor profissional. Wells escreveu mais de uma centena de livros, entre romances, ensaios e textos educacionais. Nos últimos anos do século XIX, publicou obras que se tornariam pioneiras da ficção científica: A Máquina do Tempo (1895), A Ilha do Doutor Moureau (1896), O Homem Invisível (1897) e A Guerra dos Mundos (1898). No início do século XX tornou-se um defensor do socialismo e do progresso científico, além de um incentivador da igualdade de direito entre homens em mulheres.

De longe a ilha do Dr moreau é o melhor de todos os livros do HG Wells. E nessa história somos apresentados a vivissecção o que me deixou traumatizado. Recomendo a todos que após essa resenha pesquisem vivissecção no Google e olhem as imagens.

O enredo deste livro em si é bem fraquinho, o que torna a Ilha do Doutor moreau um livro atemporal são as discussões que ele traz sobre vários assuntos como críticas à religião, ao imperialismo inglês, a bioética e os limites onde a ciência pode ir. O livro também aborda tortura aos animais e discute sobre o que faz de fato um homem ser racional, e se dependendo das circunstâncias ele pode chegar ao seu lado animalesco. Adianto que o final é trágico e a humanidade não alcança redenção.

Não dá pra comentar muito sobre a história sem revelar algum spoiler mas a trama tem seus mistérios, não é a obra prima do terror e suspense, porém se você pescar as críticas levantadas pelo autor, sua experiência com a leitura será beeem melhor. Recomendo.
Nota:4.

Thiago.Moretti 26/12/2021

Uma das características que mais admiro em um escritor é a capacidade de utilizar sua história fantástica, como pano de fundo para expressar o que pensa sobre certos assuntos.
Assim vejo a obra escrita em 1896 por H. G Wells, em que ele se utiliza da ficção científica de uma ilha habitadas por homens-animais para discutir sobre humanidade, ritos, hierarquias e solidão. Um dos melhores livros que tive o prazer de ler.

K.Tedesco 12/08/2022

Fantástico e bizarro
Por enquanto A Ilha do Dr Moreau é meu livro favorito do H.G. Wells. Pode não ter um conceito tão revolucionário quanto A Máquina do Tempo ou A Guerra dos Mundos, mas a história em si de longe é a que mais me impressiona.

De certa forma ele é um Jurassic Park mais bizarro e brutal. Os dinossauros são fascinantes no começo da história e se tornam aterrorizantes quando tudo dá errado, mas na Ilha do Dr. Moreau a própria existência das criaturas é perturbadora, elas nem precisam ser máquinas de matar para causar agonia.

Esse estranhamento está em tudo: o modo como são feitas, as aparências grotescas e também o modo como se comportam. A mitologia criada pelo Wells é fascinante, quanto mais eu lia mais curiosidade tinha para conhecer as peculiaridades desse "povo animal".

E o Dr. Moreau é um ótimo personagem, também o meu favorito do Wells por enquanto. As criaturas deturpam qualquer moral ética ou religiosa, mas o modo como Moreau se coloca acima dessas limitações e o fascínio que ele tem pelo seu trabalho são ótimos de se ler, um grande exemplo de "cientista louco".

Um clássico excelente!