José Martino Escritor 14/11/2010Esaú e JacóO romance não prende tanto a atenção pelo enredo; destaca-se mais pelo emprego de frases sempre graciosas e pelas observações profundas. Além disso, o livro interessa também pelo retrato dos costumes e da história política de uma época específica, que vai de 1869 a 1901. Carolina, que era a primeira leitora e crítica de Machado, não chegou a ler todo o livro. Abatida pela doença, que a cada dia lhe minava mais a saúde, ela confessou a uma amiga que somente conseguira ler alguns trechos do Esaú e Jacó. Joaquim Maria dera a José Veríssimo este exemplar que a esposa apenas correra os olhos, não tendo ânimo para completar a sua leitura. Após a morte de Carolina, sabendo do valor sentimental que aquele volume tinha para Machado de Assis, o crítico fez questão de devolvê-lo ao amigo, que ficou profundamente sensibilizado. Enquanto viveu, o escritor guardou-o como uma verdadeira relíquia.
Nenhum livro de Machado de Assis recebeu tantos elogios. As críticas que apareciam na imprensa eram fervorosas, cheias de entusiasmo, como se procurassem incentivar o velho escritor, que naquela ocasião passava pelo momento mais difícil de sua vida. (...)
***
Extraído do livro
MEMORIAL DO BRUXO - Conhecendo Machado de Assis
José Antonio Martino