Marcos Nandi 02/06/2022
Uma boa leitura
Depois de muito tempo sem ler Machado de Assis, resolvi reler esse romance. A versão que li anteriormente, era uma edição condenada.
A história não achei das melhores do autor, para mim serviu mais para introduzir o conselheiro Aires, protagonista do último romance do autor, memorial de Aires.
Mas Machado é sempre uma leitura deliciosa. A sua ironia, o diálogo do narrador com o leitor, o próprio deboche do autor em deixar claro que ele manda na sua própria história. E que ninguém, poderá ditar as regras de sua história. Genial!.
A história se passa depois da emancipação dos negros que eram escravos, e também, na época que o governo liberal assume o poder e na época da proclamação da República. E isso tudo reverbera em todo o romance, em especial, na personagem de Flora, cujo pai assumirá a presidência de uma província do norte do país, deixando ela longe dos seus "amigos" protagonista, Pedro e Paulo.
Pedro e Paulo, gêmeos, tem na sua sina o vaticinio de serem homens grandes, gloriosos e influentes. Tudo isso lido por uma vidente para a mãe dos gêmeos, a senhora Natividade.
Os gêmeos, desde a gestação, disputavam por tudo. Pelo elo que os nutria, pela atenção dos pais, pela atenção de Flora. Paulo, era agressivo. Pedro, dissimulado, para a tristeza de Natividade, que com a ajuda de Aires, tentava apaziguar seus filhos, inclusive, com a ideia de mandar um estudar medicina no Rio de janeiro, e outro para São Paulo estudar direito. Um monarquista, outro republicano.
O foco, na verdade, não fica tanto entre os gêmeos, mas o conselheiro Aires. É um bom livro!