LT 27/07/2016
Bem-vindo ao maravilho mundo do ciúme, pensou. Pelo preço de sua entrada, ganhe também uma maldita dor de cabeça, um desejo quase irresistível de cometer um assassinato, e um complexo de inferioridade. Oba!
Amante Sombrio, é o primeiro livro de uma série que já conta com 13 livros lançados nos EUA, 12 no Brasil e um Guia - até o momento. A temática abordada nos apresenta os vampiros de uma forma inusitada. Não, eles não são seres amaldiçoados, tão pouco monstros, eles são diferentes, de verdade. Precisam se alimentar de comida "normal" como nós e de sangue, mas não de sangue humano - ainda que possam fazê-lo não é forte o suficiente para nutri-los como necessitam, eles se alimentam do sangue do sexo oposto da sua própria raça - ou seja: a vampira bebe do vampiro e vice versa. A autora criou um mundo onde eles convivem tanto com (direi assim) o nosso mundo "real" quanto com os problemas do seu "próprio" mundo. No mundo da Diva (que é a autora), ou você nasce vampiro (no mínimo com genes de, no caso, os mestiços), ou você nunca poderá ser vampiro, ou você nasce com o pé no vampirismo, ou nada feito. Nada de ser transformado com mordidas; etc. e tal. Os vampiros de J.R. Ward, são personagens fortes, sensuais, sombrios, bem construídos em sua maioria e, arrebatam corações dentre os fãs destes seres que não se apegam ao vampiro clássico. Fortes, letais, imprevisíveis e sofridos, apaixonantes e apaixonados; assim é a maioria deles e mesmo com tantos, Ward consegue trabalhar as diferenças entre eles com uma maestria que pertence a poucos. A escrita da autora é envolvente, fluida, gostosa de se ler, enfim, cativante! Mas, vamos falar da trama onde tudo se inicia, o primeiro livro.
Na noite anterior, a Sociedade Redutora marcara um ponto na guerra e havia sido ele o autor de semelhança façanha. Darius fora um vampiro incrivelmente poderoso, membro da Irmandade da Adaga Negra. Um troféu e tanto.
A autora inicia a série nos apresentando a dois dilemas: a guerra secreta entre os vampiros e seus carrascos e, a preocupação de Darius com sua filha mestiça que sequer sabe da existência de seu Pai e o fato de ser uma mestiça. A jornalista Elizabeth Randall, mais conhecida como Beth, entretanto, a transição pela qual os vampiros passam ocorre apenas aos 25 anos de idade e Beth, está chegando a esse momento.
A transição é algo muito difícil e a maioria dos mestiços sequer chega a ter de passar por ela, já os que passam, precisam de ajuda, pois os riscos de não sobreviverem são muitos e assim, Wrath filho de Wrath, o líder da Irmandade, aquele que "renega" sua posição e que não quer assumir o trono que lhe é de direito por sangue, emparelhado com Marissa, uma das mais belas fêmeas da raça mas que, de fato, nunca consumou o emparelhamento (digamos que seja e é a espécie de casamento deles) e nem deseja fazê-lo, entra na jogada. Ele é o macho de sangue mais puro e com isso, poderia ajudar Beth a passar com maiores chances de sobrevivência pela transição - se essa ocorrer -, mas... ele vai aceitar? Não vai?
O pedido foi feito por Darius que tem grande importância dentro da Irmandade da Adaga Negra e que é morto logo no início do livro de forma explosiva - literalmente. Com a morte de Darius, a Irmandade tem de se reunir - os protetores da raça - para decidir o que fazer, e Wrath, como negar ao pedido de seu "Irmão" morto?
Mestiça ou não, a filha de Darius nunca mais voltaria a caminhar pela noite desprotegida. E não enfrentaria sozinha sua transição. Que Deus a ajudasse.
A Sociedade Redutora, são os inimigos dos vampiros, ex-humanos que foram transformados pela divindade maléfica e que almeja o fim de uma raça, aqueles que querem destruí-los a mando de um ser denominado Ômega, esse que por sua vez, é irmão da Virgem Escribã, essa que é a criadora/mãe da raça dos vampiros.
Na surdina da noite desenrola-se em Caldwell - Nova York essa sórdida e cruel guerra, sem o conhecimento dos humanos e onde apenas a Irmandade da Adaga Negra formada por 6 membros sendo eles: Darius, Wrtah, Rhage, Zsadist, Vishous e Phury podem fazer algo para proteger a raça e os humanos das consequência dessa guerra - de certo modo. Por fim, Wrath decidi ajudar Beth com a transição, mas...
Aquela fêmea era perigosa para ele. Se o afetava daquela forma sem ao menos estar por perto, podia perfeitamente ser sua perdição.
Os sentimentos começam a transbordar no peito do guerreiro e líder da raça, um dos mais temidos e agora, o que fazer? Como agir? Wrath, caí literalmente de quatro por Beth, todavia, ele, não é um ser dos mais fáceis de lidar, não mesmo!
Wrath: quase dois metros de puro terror trajado em couro. Seu cabelo era liso, longo e negro, partindo do bico de viúva no alto da testa. Pesados óculos escuros escondiam-lhe os olhos jamais vistos por alguém. Os ombros tinham o dobro do tamanho dos da maioria dos homens. No rosto, a um só tempo aristocrático e brutal, transparecia o rei que era por nascimento e o guerreiro no qual o destino o transformara. E a onda de perigo que o precedia era o seu melhor cartão de visitas.
Os dois se veem envolvidos em uma trama intensa e arrebatadoramente sensual. Mas, Butch, um policial destemido e cheio de demônios pessoais é apaixonado por Beth e acaba se envolvendo nessa trama e na hora "H", naquele momento em que ela poderia sobreviver ou morrer é ele quem está por perto e pode ou não salvar Beth, sendo que não detém conhecimento do que se trata. E agora? Ela vai ou não sobreviver? Butch vai ou não, sabe Deus lá como, levá-la até o vândalo de couro?
Beth pressionou as têmporas com os dedos quando uma onda de náusea levou bílis à sua garganta. Wrath, tenho que ir para junto de Wrath.
Os redutores estão em cima e buscando marcar mais pontos nessa guerra, um romance imprevisível pode ou não acontecer e ainda tem a questão de: E Marissa? E Butch? O que vai ser feito com a "shellan" de Wrath e com o humano que é apaixonado por Beth se ela sobreviver a transição e se entregar aquela arrebatadora paixão? A irmandade vai aceitar uma mestiça como a fêmea de seu líder?
Foi então que algo verdadeiramente extraordinário aconteceu. Quando o estranho parou diante dela, Beth foi tomada por uma onda devastadora de apetite sexual, autêntico e espontâneo. Pela primeira vez em sua vida, sentia seu corpo ardente de desejo - ardente e úmido. Química, pensou como que anestesiada. Química pura, crua, animal.
Até onde vai a lealdade da Irmandade? Até onde eles estão dispostos a ajudar e proteger uns aos outros? Um pouco ogros, mas de bons corações, os nossos mocinhos podem ser cruéis em determinados momentos. É nítido que os redutores tem se organizado para destruí-los e os civis da raça, não são capazes de protegerem-se adequadamente. A tática usada pelos irmãos de cada um vivendo na sua e lutando sozinho em prol do mesmo feito mostra-se falha com a morte do pai de Beth, como vai ser dali para frente? Quem sobrevive? Quem morre? Quem permanecerá com eles e quem não? Amante Sombrio é só o começo e é avassalador.
Se Wrath fosse outro tipo de rei, como seu pai, que desejava ser adorado e reverenciado pelas famílias de sua espécie, talvez o futuro parecesse mais promissor. Mas ele não era como seu pai. Wrath era um lutador, não um líder, saía-se melhor com uma adaga na mão do que sentado, sendo objeto de adoração.
A autora trabalha junto a trama central deste livro as histórias paralelas, o que é delicioso e nos apresenta mais personagens e ao mundo da Irmandade, nos deixando sempre com gostinho de quero mais e é assim, deixando o leitor com curiosidade e querendo saber mais e mais que ela finaliza esse livro deixando claro suas intenções para o próximo volume que, de ante mão, posso dizer que para mim, é um dos mais lindos de todos e no qual mais sofri lendo. Envolvendo fantasia, sensualidade, perigo e erotismo, J.R. Ward criou a sua receita secreta que deu super certo, A Irmandade da Adaga Negra!
"Sente-se." - "Não me dê ordens." - "Permita-me que conserte as coisas. Sente-se e cale a boca." - "Seu arrogante... " - "Outra pessoa já me chamou assim esta noite, muito obrigado."
Resenhista: Ana Luz.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/