O que é fascismo?

O que é fascismo? George Orwell




Resenhas - O Que é Fascismo? E Outros Ensaios


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FernandoEvola 08/05/2024

Orwell ensaísta
São 7 ensaios excelentes que acabam contextualizando uma parte do ambiente político e literário da primeira metade do século XX, o autor inglês continua sendo relevante em nossa época.
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Henggo 03/05/2024

Em defesa de uma escrita sem medo
Mais uma imersão na mente do Orwell, novamente embasbacado com a visão que ele tem sobre a sociedade de meados do século XX e como, oitenta anos depois, continuamos imersos nos mesmos erros. Quem sabe, até com mentalidades piores...

O QUE É FASCISMO? - Quer maior atualidade do que as considerações sobre o uso da palavra "fascista"? Orwell, lá de 1944, em meio ao esforço de guerra, aponta como a palavra virou um mero xingamento e o risco de fazermos isso. No momento em que você degrada o uso de uma palavra, você contribui para que um termo sério, que aponta erros e massacres, se torne popularesco, jocoso e sem tônus narrativo. A palavra perde sua força enquanto aquilo que ela representa ganha força na invisibilidade do termo agora usado como piada.

ARTHUR KOESTLER - Ensaio sobre o escritor húngaro Arthur Koestler em que Orwell aborda o modo como os próprios escritores ingleses se afastam de abordar assuntos considerados delicados, deixando esse papel para escritores estrangeiros. Ler esse texto me lembrou do discurso da Viola Davis quando ela ganhou o Oscar de Atriz Coadjuvante em 2017 no filme "Fences". Durante o discurso, a atriz citou o escritor norte-americano August Wilson ao dizer:

[...] há um lugar onde todas as pessoas com os maiores potenciais são reunidas. Um lugar, e este é o cemitério. As pessoas me perguntam o tempo todo, ?que tipo de histórias você quer contar, Viola?? E eu digo: exumem aqueles corpos. Exumem aquelas histórias. As histórias das pessoas que sonharam alto e nunca viram esses sonhos fruírem. Pessoas que se apaixonaram e perderam seus amores. [...]

Eu lembrei disso porque Wilson "exuma" em seus livros muitas das histórias perdidas do povo preto dos Estados Unidos. Voltando ao que Orwell aborda aqui, é a necessidade de não permitirmos que outros contem a nossa história. Esse ensaio me tocou muito porque desde que comecei a escrever meus livros, lá quando eu tinha 12 anos, eu decidi contar as histórias aqui de São Luís, as histórias do Maranhão e, acima de tudo, as histórias do quilombo de Jacareí dos Pretos de onde minha família vem. Orwell clama para que desenterremos, nós mesmos, as nossas raízes.

MEMÓRIAS DA LIVRARIA - Eu confesso que sempre tinha uma visão meio idilica de como seria o trabalho em uma livraria. E eis que Orwell me deu, digamos, um belo de um choque de realidade. Claro, direcionado à outra época e realidades, contudo, ainda assim capaz de fazer pensar sobre os tipos de pessoas que frequentam, por exemplo, um sebo e as confusões pelas quais passam os funcionários.

WELLS, HITLER E O ESTADO MUNDIAL - "[...] nacionalismo, intolerância religiosa e lealdade feudal são forças muito maís poderosas do que ele mesmo (H. G. Wells) descreveria como sanidade. (...) As pessoas que mostraram melhor entendimento do fascismo são, ou aquelas que sofreram diante dele, ou que têm uma tendência ao fascismo elas próprias. [...]"

E assim Orwell tem coragem de criticar Wells, à época uma referência literária geral, e nos dá uma lição importante: a fama e a importância de alguém não pode ser salvo-conduto para evitar críticas. Simples assim.

COMO MORREM OS POBRES - Já tinha lido este ensaio na antologia homônima "Como morrem os pobres e outros ensaios". Porém, foi como ler pela primeira vez. A capacidade de um escritor em traduzir sua época em palavras é algo embasbacante. Escrito no início da década de 1930, este texto mergulha no sistema de saúde público de forma serena e sem firulas narrativas. É cru, por vezes cruel, e apesar de se tratar de algo do início do século XX, quem conhece o serviço público de saúde aqui do interior do Brasil, por exemplo, verá que muitas coisas permanecem quase iguais.

DENTRO DA BALEIA - Comprei uma outra antologia do Orwell exatamente por ela ter o título deste artigo. Fiquei bem curioso e valeu cada parágrafo. Uma frase marcante para mim foi: "Bons romances são escritos por pessoas que não estão amedrontadas.". Orwell imerge na "baleia" em uma jornada pelas entranhas da literatura, tomando o livro "Trópico de Câncer" de Henry Miller como premissa. Confesso que em certas partes, específicas sobre o livro, me deu enfado. Contudo, reconheço que são partes importantes para que o Orwell defenda uma escrita corajosa, sem medo de tocar nas feridas; uma escrita que esteja de acordo com as convicções de seu autor e independente do que editores e leitores achem. Lembra do que ele falou sobre o Arthur Koestler? A necessidade de contar nossas histórias sem medo? É sobre isso. Pensando como escritor que sou, foi um belo incentivo.

ATIRANDO NUM ELEFANTE - Mais uma vez, tive a oportunidade de acompanhar as memórias do George Orwell para além do ofício da escrita. Jamais soube que ele tinha sido oficial do exército na Birmânia. E aqui foi massa porque você percebe como o olhar mais apurado de um escritor faz diferença ao lidar com o mundo fora das letras. A crítica ao imperialismo inglês, a empatia com os cidadãos birmaneses, o reconhecimento de si como um estranho opressor, a humanização do elefante, a força da empatia ao reconhecer a pequenez dos próprios atos, tudo está aqui. Um ensaio intimista, meio melancólico e, acima de tudo, social. Tocante.
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Flavy 03/04/2024

George Orwell ensaios
Ruim e bom, simplesmente isso?
Não entendi uma parte e o que entendi achei ruim!
Mas é um bom livro (faz sentido? Não)
Eulália Vitória 03/04/2024minha estante
Achei conceito sua resenha amg


Nany 73 03/04/2024minha estante
Não faz o menor sentido, mas eu gostei da tua resenha amiga, achei conceito.




BeatrizFonseca1 25/03/2024

O livro Admirável mundo novo, faz uma critica ao uma sociedade que e´controlada e que as pessoas tem pouca liberdade, e algumas pessoas sofrerem de doenças chamadas de imaginação e liberdade, por isso devem serem presas , para o socialismo defendeu por Oscar, todas as tarefas chatas seriam realizadas por maquinas e não iria existir desigualdade econômica .
a distinção de classes para Elias é uma forma de organizar a sociedade , uma classe pode preservar uma cultura, porque elas são orgânicas, ele defende que a escravidão é algo que não pode ser defendido de modo algum,para ele uma sociedade sem classes é uma sociedade que não produz cultura, pra ele a cultura não é fabricada , elas cressem e se desenvolvem por vontade própria .



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madu.zi 15/03/2024

"A Inglaterra carece, portanto, do que se pode chamar de literatura de campo de concentração."
Esse livro me fez chegar a duas conclusões, a primeira de que Orwell é um ótimo ensaísta, e a segunda que ele é como todos os ingleses e europeus na questão de imperialismo e poder mundial.
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Gus 09/03/2024

é um livro muito interessante, gostei bastante dos últimos ensaios "dentro da baleia" (principalmente a parte III) e "atirando no elefante" onde senti mais conexão na relação autor-leitor. como disseram em outra resenha aqui, não tenho toda essa bagagem política e no início me senti mais disperso.
no geral é uma boa leitura e consegui capturar a opinião nas críticas aos outros autores citados.
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Tarot Dealer 08/03/2024

"Todos os homens sensatos por décadas estiveram substancialmente em acordo com o que Wells diz; mas os homens sensatos não tem poder nem, em muitos casos, disposição para se sacrificar".
Excelente coletânea de sete artigos publicadas pelo socialista inglês entre 1936 e 1944, período de ascensão do fascismo no século XX. É importante frisar que para se compreender bem esta obra se faz mister conhecimentos de História e literatura avançados.
Em "Arthur Koestler", "Dentro da Baleia" e "Wells, Hitler e o Estado Mundial" o autor faz crítica literária a "Escuridão ao Meio-dia" (Koestler), "Trópico de Câncer" (Henry Miller) e "A Nova Ordem Mundial" (H.G. Wells), respectivamente. Mais do que às obras citadas, são feitas citações à inúmeras outras e um sem número de fatos históricos.

"Memórias da livraria" é um conto anedótico da vida do autor enquanto funcionário de um sebo. Também autobiográficos são "Como morrem os pobres" e "Atirando nem elefante", que são, a meu ver, os pontos altos da coletânea. O primeiro conta quando o autor esteve internado com pneumonia na ala pública do Hospital X, em Paris. O segundo de quando ele era um policial subdivisional na Baixa Birmânia. Desnecessário dizer o sentimento antieuropeu era forte entre os "colonizados'.

"O que é o fascismo" destacado na capa do livro em letras grandes e reforçado pela ilustração de capa como carro chefe da presente obra deveria se chamar "O que não é o fascismo", já que o autor aponta, em 1944, como o termo estava se tornando esvaziado pelo seu mal uso na época (!!!), sem com isso apresentar uma definição eficiente de fascismo como Ecco faria em 1997.

Em sua, temos o período entre treze e cinco anos antes da publicação de "1984" um Orwell já preocupado com o fascismo se institucionalizando, os riscos da ortodoxia entre pessoas que não a compreendem e um movimento comunista que estava se tornando uma "cópia" do modelo existente na União Soviética mais do que uma ideologia libertária e contrária à opressão.

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Rodrigo 07/03/2024

Sempre muito atual
Acho que o próprio formato do livro (textos esparsos e não conectados) não me possibilitaria dar uma nota muito alta? sou mais da narrativa contínua.

Apesar disso, em um compilado de textos que muitas vezes podem parecer ?aleatórios? ou até mesmo desinteressantes, à primeira vista, Orwell sempre consegue dar um jeito com a sua grande escrita. Desenvolve muito bem as temáticas e sempre consegue fazer conexões lógicas com a sua época.

Falando nisso? para mim, esse que é o ponto chave da obra, as diversas conexões que o autor consegue fazer dos mais diversos temas abordados com o contexto marcado pelo totalitarismo e fascismo em que vive. Não poupando criticas (pertinentes) até mesmo para os regimes que compartilham suas posições esquerdistas.

Aí também que as suas analises se tornam muito atuais, chegando até a impressionar um pouco como o contexto de polarização, extremismo e ameaça constante do totalitarismo vivido por ele, parece se espelhar atualmente, mas óbvio que em menor grau, pelo menos por enquanto?
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gabimool 15/02/2024

O referencial teórico desse livro é babado
Ao iniciar a leitura é importante que haja um conhecimento ou ao menos algum tipo de entendimento histórico e teórico sobre Alemanha nazista, união soviética e alguns dos autores que George Orwell menciona para que seja possível uma leitura objetiva e imparcial sobre ?o que é fascismo??. Mas o fato é o quanto a escrita de Orwell permanece atemporal e necessária.
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Bru 16/12/2023

Só li um livro de ficção do autor, mas esses ensaios me fizeram querer ler todo o trabalho de não-ficção dele. Incrível como muitos dos assuntos ainda são atuais, como fascismo se tornando mais um xingamento genérico ou o tratamento desumano que geralmente pessoas pobres têm em hospitais. Demorei a entender a metáfora de "Jonas na barriga da baleia", mas me identifiquei. Assim como último ensaio que é apenas um exemplo de como às vezes somos tolos o suficiente para ir contra o que queremos apenas para não parecer tolo. Não concordo com tudo, mas foi uma leitura maravilhosa.
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alinasjornadas 06/12/2023

Indicação Semanal = ?Ensaios - George Orwell"
Indicação Semanal = ?Ensaios - George Orwell"
PUBLICAÇÃO DE = George Orwell
PÁGINAS = 114
Avaliação: 5.0;

O livro compila ensaios renomados, redigidos e publicados, sob profundidade de análises marcada à época das produções, com especificidade para o cenário pós Imperialismo e suas reverberações, causas e consequências no apogeu e decurso de Grandes Guerras Mundiais, com enfoque na segunda conflagração global. O compilado reúne obras como: ?O que é Fascismo??; ?Arthur Koestler?; ?Memórias da Livraria?; ?Wells, Hitler e o Estado Mundial?; ?Como Morrem os Pobres?; ?Dentro da Baleia?, além de ?Atirando num Elefante?.

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Maria20590 24/11/2023

Gostei, a escrita dele é muito boa. De todos os contos acho que o "Dentro da baleia" foi o que eu mais senti a opinião dele e de fato o propósito do livro.
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Rhba85 15/11/2023

Diversidade de textos: Algumas Leves, Outras Desafiadoras
George Orwell emerge como uma mente brilhante, transcendentemente conectada com as complexidades da história, literatura e política. Seu olhar crítico não poupa ninguém, expondo feridas onde quer que estejam. Aqui, a genialidade de Orwell revela-se na capacidade de elogiar e criticar, concordar e discordar, levando-nos a enxergar o mundo com uma nova perspectiva.

A sinceridade e falta de pudor ao abordar diversos temas, inclusive suas próprias experiências, são marcantes. Orwell não se esquiva de apontar previsões perturbadoras, como a sofisticação dos golpes de estado, antecipando eventos que ecoam em nossa história recente. Ele explora a relação entre o fascismo e a globalização, mas não deixa de questionar os próprios antifascistas, expondo contradições e hipocrisias.

Um ponto crucial é sua advertência sobre o perigo do totalitarismo, destacando como algumas nações manipulam o passado conforme suas conveniências. Orwell critica colegas escritores que sacrificam a qualidade literária em prol de agendas políticas, alertando para o risco de se tornarem defensores involuntários do totalitarismo.

Apesar de desafiador, o livro, escrito nas décadas de 20 e 30, permanece uma leitura relevante e impactante. Orwell nos convida a questionar, a refletir e a compreender as nuances do nosso mundo, proporcionando uma experiência intelectual enriquecedora. 📖✨ #GeorgeOrwell #ReflexõesInteligentes #LeituraEssencial"
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Luis Felipe S. Correa 28/10/2023

Excelente livro
Eu tinha feito uma resenha bem mais completa, mas o app não salvou e agora eu fiquei indignado. De forma resumida, é um livro incrível para compreender o processo criativo que resultou na publicação de 1984. Livro incrível que aborda questões ainda experimentadas hodiernamente e, equivocadamente, tidas como novidades do "avanço social".
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Marcella.Pimenta 18/10/2023

7 ensaios críticos e desconexos entre si de Orwell
Coletânea de 7 ensaios escritos por Orwell entre os anos 30 e 40, sem qualquer conexão temática entre eles. Pra maioria, é preciso uma bagagem histórica e literária. Ele faz apontamentos interessantes sobre o clima político da época, as influências dos escritores, mas isso exige do leitor uma noção básica de conceitos políticos pra não ficar perdido.

1. "O que é fascismo?": o uso indiscriminado do termo "fascista" tirou o seu significado, transformando-o num mero xingamento (apesar do título, o autor não explica o que é fascismo)

2. "Arthur Koestler": uma crítica aos livros de Koestler, principalmente "O zero e o infinito" (também conhecido como "Escuridão ao meio-dia").

3. "Memórias da livraria": experiência si autor como funcionário de um sebo.

4. Wells, Hitler e o Estado mundial": crítica a H. G. Wells e à ideia de um estado mundial, já que as maiores potências não aceitariam abrir mão da soberania nacional. Enxerguei uma relação com a ONU e com o globalismo.

5. "Como morrem os pobres": observações do autor quando esteve internado na ala pública de um hospital de Paris, focando no descaso dos funcionários para com os pacientes.

6. "Dentro da baleia": dividido em 3 partes, em 2 Orwell fala de Henry Miller e sua obra "Trópico de Câncer" e na outra, traça um cenário dos autores europeus dos anos 30 e como eles foram atraídos pelo comunismo.

7. "Atirando num elefante": Orwell conta o episódio em que, enquanto policial na Birmânia, foi chamado para resolver o caso de um elefante que provocava tumulto num bazar.
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