breno 14/10/2018
Autossustentáveis
Com certeza você abriu essa resenha por engano, por favor vá ver a resenha de um livro melhor. Posso indicar-lhe O MENORZINHO DOS ELFOS, um livro bem melhor. Ninguém em juízo perfeito leria essa avaliação sobre a história de Violet Klaus e Sunny Baudelaire. Nessa resenha vou avaliar coisas extremamente desagradáveis como prisões de pessoas inocentes, uma cidade cheia de regras, uma sigla misteriosa, uma casa voadora autossustentável e um detetive e sua assistente, a chefe de policia Luciana.
Se você ainda não desistiu dessa resenha - não entendo o motivo da persistência - continue lendo.
O livro começa, é claro, com uma das maravilhosas dedicatórias para Beatrice:
Para Beatrice -
Quando estávamos juntos, eu ficava sem fôlego.
Agora, você quem ficou.
Logo no início somos apresentados ao aforismo: "É preciso uma cidade para educar uma criança".
Depois de verem as cidades para onde eles poderiam ir, os Baudelaire escolhem C.S.S, pois eles concluem precipitadamente que essa cidade vai solucionar o mistério que os envolvem e envolve o Conde Olaf. Mas pouco depois eles se desiludem - uma palavra que aqui significa 'descobrem que a cidade se chama, na verdade, Cultores Solidários de Corvídeos.
Somos apresentados ao conselho dos anciãos, um grupo de pessoas idosas que administram as cidade e que colocam em prática as quase vinte mil regras da cidade.
Os órfãos ficam na guarda de Hector, o factótum da cidade. Na minha opinião, esse tutor foi o melhor que eles tiveram, embora a cidade e suas regras fossem horríveis.
Não demoramos para conhecer a biblioteca e a casa Autossustentável de Hector. Com a biblioteca, ele desrespeitava uma regra de C.S.C: não se pode ter livros onde as ações neles citadas desrespeitem alguma regra. E a casa móvel desrespeitava a regra de que nenhum objeto mecânico poderia existir na cidade.
Se você seguiu até aqui sem ler os livros, lamento informar, mas você não pode continuar. - Se você quer continuar, entre no táxi mais próximo, em horário comercial, e peça para ele te levar até uma livraria. Lá dentro fale com algum funcionário, devidamente identificado com um crachá, perguntando: "Quero o sétimo livro da coleção mais triste do planeta, onde três órfãos...". Ele vai te entregar um pacote, lá dentro estará um pequeno livro com 232 páginas intitulado: A cidade Sinistra dos Corvos. Quando acabar de ler aquilo, com certeza estará arrasado, mas, se aguentar, continue lendo esta resenha. Respeitosamente: Nick N. Leycket. --- Um texto que aqui significa, a seguir contém spoilers.
Após outros infortúnios, como a morte de Jacques Snicket e a chegada do Det. Dupin e todos os incidentes lamentáveis que os órfãos presenciaram - você que leu o livro deve saber - eles são presos e condenados a fogueira.
Com um DEUS EX MACHINA - uma expressão que significa: um banco, um pão e um pouco de água -, os órfãos escapam da prisão, acham os Quagmires e tentam fugir da turba irada. Com todo o desfecho que se sucede, pelo qual fiquei chocado e com noites sem dormir, tenho 7 comentários:
1. Até agora, meu livro favorito da série;
2. Achei legal o destaque que os Quagmires tiveram com os dísticos e as novas informações de C.S.C;
3. Fiquei com pena do Hector por não ter coragem de falar com o conselho dos anciãos, também um pouco de raiva por ele não ter conseguido defender os órfãos. Mas meu principal sentimento sobre ele foi de felicidade. Ele compreendia os órfãos e tentou ajuda-los até o final.
4. Estou sem comentários sobre a Esmé Squalor. Mesmo ela sendo vilã, adorei ela nesse livro.
5. Desde o livro cinco percebemos o quanto os capangas do conde Olaf tem tido um destaque maior. Também percebemos que os eles tem conseguido enganar melhor os órfãos do que o próprio Olaf.
6. O final para mim foi o melhor. Lemony Snicket conseguiu fazer um final equilibrado feliz/triste. O que acho um grande diferencial. O autor constrói o texto de uma maneira única, fazendo-nos cativar pelos mais simples dos personagens.
7. Minha cena favorita do livro foi quando a Sunny se levanta e sai andando. Ali estava o legado desse livro para o resto da série: Os Baudelaire estavam sozinhos agora - Eram autossustentáveis.