Camila 28/05/2023
Uma grata surpresa
Comecei o primeiro livro da série A Mediadora sem expectativas. Mas, fui surpreendida muito positivamente com uma história leve, fluida e enxuta. Não, aqui não temos um adensamento de pormenores desnecessários e nem reviravoltas estarrecedoras. O livro desenvolve um determinado arco narrativo, segue a linha de raciocínio estabelecida e encerra assertivamente aquilo que propôs no início. Confesso que o final não foi emocionante, e acabou se revelando levemente decepcionante, mas todo o resto compensou essa falha.
Vamos iniciar com a protagonista: Suzannah Simon. Devo dizer que há um bom tempo uma protagonista não me cativava tão rapidamente como a Suze conseguiu. Em histórias atuais é recorrente a visualização de uma personagem feminina metida a empoderada e sagaz e que no fim é apenas um misto de dissimulação e insegurança. Contudo, nossa Mediadora é o oposto disso. Ela possui inseguranças e não as oculta para si, mas a existência delas não a impede de ser genuinamente obstinada, afiada e articulada. Ela tem uma ideia, executa e arca com as consequências. Devo dizer que isso me incomodou em certos momentos, pois ela acabou se arriscando desnecessariamente e descortinando uma teimosia irritantemente infantil. No fim, seus comentários sarcásticos e sua personalidade espontaneamente resoluta me conquistaram por completo.
Um último comentário vale a pena ser feito acerca do Jesse. Não houve uma abordagem mais aprofundada sobre seu passado e nem em sua relação com a Suze, mas ainda sim eu shippei demais esses dois. Sua polidez, sua sensatez e seu charme quase que involuntário me deixaram muito ansiosa por interações mais significativas entre eles e CLARO a existência real desse casal. Recomendo totalmente a leitura, sobretudo, aos que desejam ver mais do gênero fantasia e sem toda aquela pré lenga lenga maçante. E que venha o próximo!