Brunna Brasil 08/06/2021
Sensível e necessário
Li a sinopse de Modo Aleatório e tive um daqueles pensamentos contraditórios, muito típicos de leitores: "Provavelmente vou chorar lendo isso; portanto, lerei". Não chorei, mas confesso que o conto me causou um misto de emoções.
Contada a partir da perspectiva de John, que teve suas cordas vocais removidas devido a um tumor, a história nos apresenta como foi para ele lidar com a mudez adquirida e com o fato de que, em função disso, a banda na qual era vocalista acabou.
As amizades que se firmaram com a banda, no entanto, continuaram e, quando uma aluna nova chega na escola e na vida dele, a esperança de retomar a banda emerge. Mas primeiro John terá que ajudar Caroline, por quem passa a nutrir algo mais forte que amizade, a deixar seus medos em relação à música de lado.
John e Caroline nos cativam de cara e, mais do que a interação entre eles, é lindo ver como o autor trabalhou temas urgentes como, por exemplo, o racismo, com respeito e sensibilidade. E que, para além disso, a história fala sobre respeitar seus processos traumáticos, assim como o dos outros. John, que perdeu sua voz, numa ironia feliz e poética, é justamente aquele que ajudará Caroline a achar a dela.
Além dos demais personagens que nos trazem aquele quentinho no coração que as histórias sobre amizade têm em sua essência, a trilha sonora é a cereja do bolo. Em cada capítulo uma canção é protagonista, e elas conversam com o momento da história como letra e melodia numa canção.
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