Jeison 20/08/2013
A Dama do Cachorrinho
Estupendo. Incrível. Sensacional. E essas são apenas algumas das palavras para descrever esse pequeno grande livro. E esse puta autor.
Em 2011, eu disse que Mia Couto e O Último Voo do Flamingo foram as descobertas do ano para mim. Agora, em 2013, digo que a descoberta do ano é o grande Anton Tchékhov – sim, 2012 foi um hiato. Simplesmente me apaixonei pelo escritor. Os contos desse livro são simplesmente maravilhosos. Depois de ler Aniúta, A Corista, e Vanka, eu estava simplesmente extasiado. Vanka é uma das coisas mais lindas que já li.
Assim que terminei esse conto fui pesquisar um pouco sobre o autor na internet e acabei me deparando com um monólogo chamado Os Malefícios do Tabaco. Acabei lendo em meia hora. Leitura deliciosa, texto genial, tudo de bom.
Voltando ao A dama do Cachorrinho, o próximo conto era Vérotchka. Meu deus, que descrições! Fiquei maravilhado, queria muito conseguir escrever como ele. Tchékhov consegue criar um clima fabuloso para o conto. Logo em seguida, o conto Zínotchka explora o humor negro, e o sadismo. A primeira fala resume bem o conto:
“Não é uma grande vantagem ser amado: as moças foram criadas exatamente para amar pessoas como nós. Mas algum dos senhores já foi odiado, odiado com ardor, furiosamente? Algum dos senhores já observou os deleites do ódio?”
A partir desse conto, as histórias tornam-se mais longas e um pouco mais elaboradas. A Irrequieta, um dos que mais gostei, traz uma leve crítica de como muitas vezes não percebemos o valor das “coisas“ que temos. O conto que dá nome ao livro, A Dama do Cachorrinho, muito mais do que de adultério, fala sobre um amor delicado e puro que nos faz perdoar as faltas anteriores.
“Parecia-lhes que o próprio destino escolhera um para o outro, e não entendiam por que ele tinha uma esposa e ela um marido.”
E para encerrar gostaria de deixar um recado para um homem humilde: Tchékhov, meu querido, você cometeu um erro imenso quando disse que após sua morte seria lido por mais sete anos.