As ondas

As ondas Virginia Woolf




Resenhas - As Ondas


102 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


DIRCE 25/12/2016

Um livro para se levar em uma ilha deserta
“As Ondas “ exigiu de mim uma releitura, pois terminei a leitura com muitos pontos carentes de esclarecimentos, entretanto, não foi de forma alguma um castigo, foi sim, puro deleite.
Enquanto eu “ouvia” as vozes - não fiquei maluca, ainda não- ( ocorre, que o livro é uma meditação da vida por meio dos monólogos interiores de seis personagens), lembrei-me de uma frase do Gullar de Andrade: “A arte existe porque a vida não basta”.Bingo!!!! É isso: a vida não era o bastante para Virginia Woolf, daí sua necessidade de criar. E como ela foi pródiga ao criar “As Ondas” ... Virgínia criou essa obra com parágrafos e frases com tamanha beleza que não foram raras às vezes que tive a sensação de que ela trocara sua caneta por um pincel. E com que genialidade ela usa a metáfora de um só dia ( do amanhecer até o anoitecer) aos estágios da vida humana : infância , adolescência, juventude, maturidade e a velhice, se utilizando para tal, de seis personagens , dos seis amigos- Jinny, Rhoda, Suzan, Neville ,Louis e Bernard. Cada um desses personagens refletem de forma desordenada ( o tal fluxo de consciência) sobre cada um desses estágios. De forma, que somos levados a acompanhar o olhar ingênuo da infância, a incompreensão do mundo, os arroubos da juventude, as desilusões amorosas, a sensação de não pertinência, as frustrações advindas das aspirações ( como a de Susan com relação ao casamento e filhos), o homossexualismo, a culpa nossa de cada dia, a dor pela partida, pela perda – esta representada por Percival ( um amigo comum a todos) e também por Rhoda, e acompanhamos o olhar multifacetado de Bernard que é quem mais detém as palavras,( embora a minha personagem favorita seja a Suzan ) sobre a felicidade , sobre vida e sobre a inimiga implacável do ser humano.
As Ondas é o livro. As ondas é o livro que eu levaria para uma ilha, visto que ele não tem um enredo, não tem uma história e, portanto, não tira o sabor da leitura por conhecer o final. E mais: é um livro que o leitor abrindo-o em páginas aleatórias irá se deparar com frases ora contundentes, ora de extrema beleza , ora de um brilhantismo que surpreende. Brilhantismo surpreendente e extasiante foi o cenário criando por Virgínia – a trajetória do sol: a incidência da sua luz no mar e em toda a paisagem. Lindooooooooo!!!!!!
Embora Virgínia evoque muitas vezes as ondas, a praia, e possa ser essa uma explicação para o título, no meu entendimento ( e sei que ele não é nada ortodoxo- sequer confiável ele é) o título as Ondas é uma referência à Vida, pois há uma série de repetições, de acontecimentos, de ações humanas, dos dias da semana , repetições estas que são inerentes à vida e que se assemelham aos repetidos fluxo do mar, inclusive , no instantes finais Bernard diz:” (...) A madrugada é uma espécie de caiação do céu; uma espécie de renovação . Outro dia; outra sexta-feira; outro vinte de março; janeiro ou setembro (...) E ainda: “ Sim, esta é a eterna renovação, o incessante erguer-se e cair, cair e erguer-se outra vez”. (pg. 230) .
Bem, não intenciono ir para uma ilha deserta, mas sei que em 2017 encontrarei as mesmas repetições de 2016 ( não é pessimismo – é uma constatação, uma certeza), e eu estarei às voltas com repetidas salas de esperas, então meu livro As Ondas, edição de bolso ( infelizmente – não gosto de edições de bolso ) estará nas minha bolsa e farei repetidas leituras de diversas páginas, como as repetições das ondas
Nanci 25/12/2016minha estante
A vida é oceânica!
Linda resenha, Dirce. Um incentivo para eu tentar me entender com Mrs. Woolf em 2017... Para você, desejo momentos de paz e boas leituras, nessas salas de espera ou em lugares mais aprazíveis.


Natalie Lagedo 25/12/2016minha estante
Amei a resenha! Adicionarei o livro à minha estante.


25/12/2016minha estante
Excelente resenha Dirce. Estou com muita vontade de ler As Ondas, até porque nunca li Virginia Wolf. Obrigado pela dica.


DIRCE 25/12/2016minha estante
Obrigada a todos.
Que todos possamos ter boas leituras em 2017 , e quem sabe em locais aprazíveis, por quê não?


MARY 25/12/2016minha estante
Amei a resenha!


DIRCE 26/12/2016minha estante
Obrigada, Mary.


Flávia 27/12/2016minha estante
Primeira resenha que leio à altura desse livro maravilhoso. Já me fisgou pelo título, pois eu disse ao meu marido um dia que se eu ficasse só no mundo com um único livro, teria de ser As Ondas. Antes eu nunca ousará dizer X é meu livro favorito, logo, quase não gosto dele né? rs
Fiquei com vontade de te dar um abraço. Sinta-se abraçada!


27/12/2016minha estante
Depois de tantos elogios ao livro fui babando na livraria mas disseram que está esgotado na editora. Ai, ai, ai será que vou ter que recorrer aos sebos?


DIRCE 28/12/2016minha estante
Corre e recorre. Boa leitura. Espero que você goste tanto dele como eu e a Flávia.


DIRCE 28/12/2016minha estante
Obrigada, Flávia, pelo elogio e por ter me seduzido com suas palavras e me levado a ler As Ondas. Sou- lhe muito grata. bjs


DIRCE 28/12/2016minha estante
Ah! Flavia, obrigada pelo abraço.


Flávia 28/12/2016minha estante
E eu fico muito feliz por ter influenciado vc a lê-lo. Outro abraço! rs


dranilo 24/05/2018minha estante
Ótima resenha!

PS: homossexualidade*


Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Parabéns pela resenha, por ter uma abordagem completa dos temas traçados no livro e a bela descrição do estilo. Eu também tive que reler o livro para entender.

Gullar de Andrade: ?A arte existe porque a vida não basta?. ? Bela citação.

"A vida não era o bastante para Virginia Woolf, daí sua necessidade de criar.", o que infelizmente a levou a se suicidar.




Namelass 03/02/2012

É toda a melancolia da vida neste livro, nesta leitura. É a melancolia da vida em forma de ondas, varrendo a mente a cada página.
Jacy 04/10/2012minha estante
Gostei :)


Kaua.Jorge 05/08/2021minha estante
Eu não dou conta de abrir


Kaua.Jorge 05/08/2021minha estante
Como faço


Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Bela metáfora!




Ana Usui 26/10/2022

Ondas em um tweet: fluxo de consciência embalado em ondas do mar.
Não é exatamente prosa nem poesia, não chega a ser um conto ou um enredo completo, mas com certeza é literatura pura.

Ondas é um livro difícil de ler à primeira vista, assim como o mar agitado assusta um banhista não muito experiente, mas uma vez que você segue o fluxo, consegue sentir o embalo das águas e mergulha na poesia, você não sente mais vontade de sair desse mar.

O livro apresenta duas partes, as ondas e as pessoas.

As ondas são compostas pela descrição de um dia que acompanha as estações no decorrer das horas: a vida nascendo com o nascer do sol, a grama crescendo conforme ele sobe no céu, as folhas se agitando nos ventos do verão, as ondas batendo sobre a costa e deixando a espuma branca por toda a areia e posteriormente a vida se esvaindo conforme o sol faz seu curso pelo céu e se deita sobre o leito d'água.

Já as pessoas são apresentadas em uma narrativa que acompanha a vida de 7 amigos de infância e os impactos que suas vidas geram um sobre os outros.
O mais interessante das ondas é que o tempo está presente, porém não temos certeza nenhuma de quando cada evento acontece, não há datas especificas e nem as idades são confiáveis, tudo é muito vago. E também não temos espaço, novamente, há citações de ruas e cidades, mas nada fixo, nada confiável, não podemos ter certeza de quando e onde exatamente cada evento acontece. Por fim também não temos ações, é como se fosse uma balada harmônica, há ritmo, há sensações e sentimentos, mas não ações concretas sendo realizadas.

Os primeiros parágrafos do livro já nos mostram o tom da viagem:
"Vejo um anel", disse Bernard, "pairando sobre mim. Ele tremula e paira num laço de luz."
"Vejo uma placa de amarelo pálido", disse Susan, "espalhando-se até encontrar uma listra purpura".

E tudo é dito, murmurado, falado, contado, narrado, mas nada é realizado e não sabemos o que é a vida e o que é a alma. E essa é a grande punhalada da Woolf, nossas vidas não são os fatos que nos acontecem, nem nossas escolhas, mas o que pensamos, sentimos e percebemos dela.

De todos os personagens me identifiquei mais com a Rhoda, e foi uma identificação assustadora, foi como ver meus mais secretos pensamentos sendo confidenciados no livro quando eu mesma não fazia questão de enfrentar tais pensamentos, quando não tinha intenção alguma de reconhecê-los. Devido à tamanha intensidade não pude concluir o livro de forma rápida, precisava de pausas para respirar e acalmar as águas do meu próprio coração.

Também fiz questão de ler o livro todo escutando uma incrível playlist instrumental de músicos maravilhosos como Ólafur Arnalds e Ludovico Euinadi, sinto que a candência da música melhorou ainda mais a experiência e recomendo a todos tentarem ao menos em algumas páginas lerem dessa forma.

Um dos trechos de Rhoda que me bateu profundamente:
"Se pudesse acreditar", disse Rhoda, "que envelheceria na busca e na mudança, eu me libertaria de meu medo: nada persiste. Um momento não leva a outro. A porta se abre e o tigre salta. Vocês não me viram chegar. Contornei as cadeiras para evitar o horror do pulo. Tenho medo de vocês todos. Tenho medo do choque da sensação que salta sobre mim porque não consigo lidar com ele como vocês fazem, não consigo fazer um momento fundir-se no outro. Para mim são todos violentos, são todos separados; e se caio, sob o choque do salto do momento, vocês virão para cima de mim; rasgando-me em pedaços. Não tenho nenhum fim em vista. Não sei como ir de um minuto ao outro e de uma hora à outra, dissolvendo-os por meio de alguma força natural até formarem a massa global e indivisível que vocês chamam de vida."

Não há como negar a genialidade da Woolf e não há como ler esse livro sem se permitir sentir.
CamY. 26/10/2022minha estante
Esse livro é minha alma, e você faz parte do meu coração, agradeço por outra resenha perfeita


Ana Usui 26/10/2022minha estante
Você já leu, cam? Diga quem você gostou mais? Rhoda? Louis? Neville?


CamY. 26/10/2022minha estante
Já sim, mas faz um tempinho, e deixe-me ver..
Sinceramente, amei a Rhoda, deve ser porque me identifico.. e tu?
Desculpa a demora pra responder, ^^


Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Concordo que, pela escrita vaga que prioriza o estilo, a arte nas descrições, fica difíceil separar quais são realmente os fatos da história. "E essa é a grande punhalada da Woolf, nossas vidas não são os fatos que nos acontecem, nem nossas escolhas, mas o que pensamos, sentimos e percebemos dela." ? Bela observação! Concordo com ela.




Mi Hummel 31/01/2015

À deriva com Woolf
" - E também dentro de mim a onda se ergue. Cresce; arqueia o dorso. Mais uma vez tenho consciência de um novo desejo, algo que sobe por baixo de mim, como o altivo cavalo cujo cavaleiro primeiro o instiga, depois o puxa para trás. Que inimigo percebemos agora avançar contra nós, você a quem cavalgo agora, parados aqui, escarvando este trecho do calçamento? É a morte. (...) Vou lançar-me contra ti, imbatível e inflexível, ó Morte!"

Primeiro livro em que tive contato com Virginia Woolf.
Pontuo como duas estrelas não pela autora, mas pela ignorância da leitora. Foi um daqueles livros em que quanto mais lia, mais me pegava pensando se estava compreendendo o que cada personagem queria dizer.

Foi uma leitura difícil, confesso. Por não estar acostumada, parava a cada capítulo para respirar e descansar. Mas, eis que consegui completar a leitura.
Não posso dizer que amei o livro, pois isso seria hipocrisia.

" As ondas" é um livro que conta com seis narradores personagens - e eis aí o maior trunfo da autora. Frequentei um curso sobre escrita criativa e soube que um dos grandes problemas dos autores é a perspectiva da personagem. Coisa que Woolf não sofre. Imagine seis personagens. Além de um deles falar sobre si próprio, define a postura, movimentação e sentimento das demais. De repente, muda-se a personagem. A perspectiva é toda reformulada de acordo com o novo narrador e assim vai. Praticamente, o livro se conduz dessa forma. Numa roda viva de monólogos que se complementam.

Bernard, Neville, Louis, Rhoda, Susan e Jinny. Acompanhamos de perto as sua interações com o mundo e com eles próprios. Cada um deles é diferente, porém, permanece a mesma dúvida: a essência de ser. Seus encontros com a humanidade, com o amor e com a morte, definem a maioria de seus pensamentos.

Eles próprios são ondas. A entrechocar-se num ir e vir eterno.
Inclusive, eu própria me senti à deriva, em pleno mar ao ler. Pareceu-me que a própria narrativa simula esse ir e vir das ondas, uma vez que logo no início somos apresentados aos seis personagens, um atrás do outro. Como se não houvesse tempo para respirar a fim de se recuperar da onda que passou. Por isso, foi exaustivo. Até que as ondas narrativas foram se tornando cada vez maiores e mais calmas...A medida que as personagens envelheciam e se estabeleciam no mundo as suas falas iam se tornando mais longas, embora se pudesse observar uma calmaria aparente.

Não. Não foi fácil. As falas das personagens são acompanhadas sempre pela natureza. Há uma bela descrição de uma praia no intróito e essas descrições se estendem no decorrer da obra, como se pontuassem as fases de vida. Nascimento, infância, adolescência, maturidade e velhice.

O drama da obra é interno, psicológico. Não há movimentação externa, mas as dores .e questionamentos do ser humano diante de suas escolhas na vida e seu embate com a morte.

Seja como for, a própria morte é uma nova onda. E tudo deve ir algum dia, para voltar novamente.

Nalice 19/04/2015minha estante
Excelente resenha! *aplausos*


Mi Hummel 31/05/2015minha estante
Olá, Nalice! Obrigada. E você? Leu e gostou?


Felipe Guilherm 09/06/2017minha estante
Senti o mesmo ao terminar o livro, geralmente leio dois ou três ao mesmo tempo, mas para esse fui exclusivo, levou mais tempo que o normal, mas a introspecção o fluxo de consciência de cada personagem são de certa forma arrebatadores. As outras obras dela são mais palatáveis, mas o lirismo é sua marca registrada, experimente "Orlando" e "Um Teto Todo Seu". Excelente resenha, parabéns!!!


Mi Hummel 20/06/2017minha estante
Oi, Felipe! Obrigada pela dica! Realmente, preciso me preparar se for encarar uma outra obra desse tipo! Então, que bom que ela escreveu obras mais leves! Vou ver se encontro!




Guilherme Amin 05/05/2024

Um mar todo seu
Virginia Woolf sempre gostou de escrever alegorias sobre as ondas do mar em seus contos e romances, mas neste ela atingiu a culminância dessa representação.

Sob e por sobre as ondas que impulsionam, estremecem, retraem e amansam nossas existências, desfila no livro a abordagem lírica do tempo, da solidão, do amadurecimento, do amor, das carências, da nossa identidade e do perpétuo senso do que podíamos ter sido e não fomos.

São temas caros à obra da autora, que ela aqui desenvolve numa prosa de formato e conteúdo experimentais. Não há capítulos, mas ?episódios? compostos por um interlúdio, que descreve ações da natureza, e um consequente solilóquio, feito das expressões da consciência dos seis personagens, cujas ações estão implicitamente ligadas às forças naturais apresentadas nos interlúdios.

É um romance de difícil leitura, que demanda o idílico leitor ideal: generoso, comprometido, concentrado ao máximo da sua atenção. Um estado de corpo e espírito que, se não impossível, somos estimulados ao menos a buscar, dado o prazer intelectual que o livro proporciona.

Para tanto, a edição da Autêntica, com tradução do grande Tomaz Tadeu, conta com um bom texto orientativo, intitulado ?Para ler ?As ondas??. O tradutor nos oferece nele uma bondosa prancha, mas o romance exige nadar por nossos próprios meios.

Nesse ponto, pretensiosamente não darei a ?As ondas? ?cinco estrelas? porque, em comparação com os dois romances de que mais gosto da autora ? ?Mrs Dalloway? e ?Ao farol?, esse o meu livro preferido ?, o prazer da leitura, que é enfim o que busco, não alcançou a mesma grandeza. Foi comprometido, no decorrer do último terço, pela sensação de cansaço; o cansaço da repetição.

Em ?As ondas?, toda a natureza dos personagens, com exceção de um, é revelada nas primeiras 150 páginas. Depois vem a repetição, quase infindável. Como ir a um museu e ver quarenta pinturas de um artista sobre um único tema, e sair da sala entusiasmado, querendo conhecer mais desse pintor ? por certo também uma novidade, alguma variação ?, só para descobrir na galeria seguinte que a exposição continua com mais cem belas obras da mesmíssima técnica e temática.

Bebi, então, uns quantos goles de água salgada, mas meu cansativo nado preparou-me para a recompensa do final: uma ode à solitude que constitui uma das preleções mais lindas que já li. Quero levá-la comigo, confortável na memória mas alerta na consciência do presente, nutrindo-a com releituras, até o dia em que também o meu corpo afundará e se dissolverá nas ondas.
Gustavo Kamenach 06/05/2024minha estante
Que texto esplêndido, Guilherme!


Guilherme Amin 06/05/2024minha estante
Obrigado, meu amigo!


carlosmanoelt 28/05/2024minha estante
excelente texto




Lorenza.Borba 04/07/2020

caramba - disse lorenza - que doidera, nunca vi uma narrativa dessas, parece que saí da minha cabeça e pipoquei na de sete.
Maria 12/07/2020minha estante
Onde você comprou? Estou procurando e não acho em lugar nenhum


Lorenza.Borba 12/07/2020minha estante
eu li em pdf, desculpa...




carlosmanoelt 28/05/2024

?As ondas quebraram na praia.?
?Sinto mil capacidades brotar em mim. Ora sou brejeira, alegre, lânguida, ora melancólica. Tenho raízes, mas sou fluida. Toda dourada, fluindo.?

Sabe aquele livro que fica ecoando na sua cabeça após a leitura e você tenta mensurar o significado dele e tudo que absorveu durante a leitura? Foi exatamente assim que me senti ao finalizar ?As Ondas? de Virginia Woolf.

Poético e sensível, toca nas feridas mais escondidas da dor humana, mesmo 90 anos depois de ter sido escrito. Uma leitura que transforma e que pode ser considerada tudo, menos confortável.

Composto basicamente de monólogos interiores, que apresentam os personagens, suas vidas, suas opiniões e seus passados e que eventualmente parecem se unir e se tornarem uma coisa só.

Woolf faz analogia a elementos como a água e a natureza para evidenciar as tensões dos personagens a partir de temas como a homossexualidade, a traição, o adultério, a amizade e o amor.

Um mergulho nas ondas da vida, um crescente dorso que arqueia-se. Um incêndio em todos os cantos do ser, do estar e do viver. Ler e conceber a ideia de haver algo assim, uma coisa assim, delírio inominável.
Guilherme Amin 29/05/2024minha estante
??????


carlosmanoelt 29/05/2024minha estante
??




Ricardo Rocha 31/01/2016

não vou conseguir escrever sobre As ondas. Acredito que msm para ela foi um salto além, além de tudo. poético, difícil, técnico e ao mesmo tempo simples (a partir de um determinado momento quando a pessoa se dá conta do que se trata, momento que - imagino - nem sempre deve chegar). não sei se já havia sido escrito quando ela num êxtase de revelação ou sei lá disse sobre o conto Na baia (que tem aquele início perfeito) de Katherine Mansfield "eu é quem deveria ter escrito isso) ou algo assim. mas acho que não, porque a abertura de As ondas ("O ainda não nascera...) e seu final ("e também dentro de mim a onda segue"...), como leitora ela devia saber, está entre as passagens perfeitas da literatura
Claire Scorzi 31/01/2016minha estante
Ler e reler Virginia, ler e reler Virginia...


Ricardo Rocha 31/01/2016minha estante
Ah, se ainda dispusesse das forças, intactas na noite - é do Tempo Perdido, mas podia ser uma frase nossa acerca de tempo para... (-=




Punyama 05/09/2020

"As Ondas quebram-se na praia."
Eu não me sinto suficientemente preparado para fazer uma resenha completa deste livro ? tanto por não ter o fator idade/vivência suficiente quanto porque não conseguiria expressar em palavras o quanto ele é incrível (meu vocabulário não é vasto o suficiente para exprimí-lo) ?, mas vou tentar dizer algumas coisas. Pra começar, devo dizer que ele é um tapa na cara, um tapa seco e sem dó. O livro é narrado por "fluxo de consciência" ? o que só intensifica tudo o que está acontecendo ? e segue a história de 6 amigos, desde a infância até a velhice e morte. Pelo fato de ser narrado em fluxo de consciência não tem como a autora ficar explicando tudo, então ele apresenta várias lacunas onde o dever de supor e preencher é do leitor, e eu vi isso como um ponto positivo. Além de nós, leitores, termos poder criativo, a autora tem mais tempo de se focar no que realmente importa: o desenvolvimento dos personagens através de todas essas décadas. Como muita gente fala, "As Ondas não é um livro de história, é um livro de desenvolvimento de personagens". E isso a Virginia Woolf faz muito bem!
Os últimos 20% foram quase impossíveis de ler para mim. É onde o personagem já está idoso e começa a se lembrar do passado, num momento de reflexão. Nesse ponto a narrativa muda um pouco e o livro fica mais denso, pesado e seco, como que para representar a proximidade da morte, os sonhos que não se concretizaram, os amigos que se foram e toda a dor sentida. É triste ver toda essa amargura, mas é algo necessário.
Bom, este livro se tornou um dos meus favoritos da vida, e com certeza vou o reler daqui alguns anos, quando eu estiver mais experiente, e certamente vou o enxergar de uma forma mais completa.
Quando eu terminei As Ondas eu estava chovendo.
grs.neto 24/10/2020minha estante
Ótima resenha!!


Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
"Pelo fato de ser narrado em fluxo de consciência não tem como a autora ficar explicando tudo, então ele apresenta várias lacunas onde o dever de supor e preencher é do leitor" ? Bem observado!




Ingrid 11/02/2020

Minha primeira experiência com Virginia Woolf foi “Orlando”. Fiquei encantada e não me esqueci dele. Fiquei curiosa para me aproximar mais das obras de Virginia, mesmo sabendo que não seria fácil. Realmente, não foi. “As ondas” me afogaram lentamente e no raso. As seis narrativas foram dificultosas e cansativas de acompanhar. Antes de iniciar a leitura do livro, li diversas resenhas críticas para saber o que esperar e inúmeras vezes me deparei com a descrição de que seria a obra prima da autora, o livro mais complexo e completo que ela já teria escrito. Talvez seja de uma profundidade e complexidade que não me cabe. São sim, seis narrativas poéticas, costuradas de forma a passarem os anos sem que isso seja dito nessas exatas palavras, mas sentido pelos fatos das vidas e amadurecimento dos personagens. No entanto, não consegui atingir a profundidade que ela exige para ser tomada pelas ondas da forma como, talvez, devesse. No final de tudo, só posso dizer que não foi uma boa leitura. Foi intercalada por inúmeras pausas em que me pegava pensando se não era melhor desistir dela, já que, cada vez que me perguntava se estava compreendendo, a resposta era uma negativa. Não quis largar e acho que aí está meu maior erro. Agora, minha avaliação é baixa para este livro. Mas, talvez aos cinquenta e tantos anos, essas seis pessoas me dissessem tudo que eu precisasse ouvir sobre a vida.
Maria 27/06/2020minha estante
Onde comprou? Não acho em lugar nenhum... estou tentando uma versão online mas também não estou conseguindo


Ingrid 27/06/2020minha estante
Comprei na Saraiva, mas há muito tempo...




vitor 16/04/2024

Mostrando pro Bauman que liquidez nem sempre é um problema, a Virginia Woolf fez (mais) um livro excelente em que ela nos permite embarcar nessa torrente. Tá, muitas vezes meu pensamento escorreu durante a leitura e precisei ler e ler de novo pra pegar o que ela quis dizer. Tudo isso me fez criar várias, várias mesmo, teorias sobre os amigos Bernard, Susan, Neville, Rhoda, Louis e Jinny (coloquei minha ordem de preferência aqui), desde seus significados: seriam cada um deles um oceano? Um pecado capital? Até mesmo sobre suas aparências. Ou se na verdade eles eram um só, multifacetado como só o ser humano pode ser.
flowersndreams 21/04/2024minha estante
Que resenha incrível


vitor 22/04/2024minha estante
?




Gui 18/10/2011

Poemance
Perfeito. Incrível. Saboroso. Uma leitura maravilhosa de uma das melhores obras que já vi. Com um tom dramático, Virginia Woolf narra em solilóquios a vida de 6 personagens principais, que amarram o leitor do início ao fim. Como dito na introdução, é um verdadeiro poemance(poema em forma de romance)
Vitoria.Sanches 27/08/2017minha estante
undefined




Alê 14/08/2020

As ondas quebraram
Sem sombra de dúvidas é o livro mais profundo que já lir na vida, confesso que no começo fiquei um pouco perdida, era tudo muito intenso para mim, mas as ondas foram se quebrando e agora posso afirmar sou uma nova pessoa depois das ondas de Virginia Woolf!!!
Anne de Nárnia 24/08/2020minha estante
Me interessei pelo livro hahaha




Só Paula 04/01/2021

"Há sempre alguma coisa para se fazer a seguir. Terça feira vem depois da segunda; quarta após a terça. Cada dia espalha a mesma ondulação. O ser vai crescendo em anéis, como uma árvore. Como uma árvore, há folhas caindo."

A vontade em ler "As ondas" veio com a leitura de "Por lugares incríveis" em que as personagens citam diversas vezes a obra de Virginia Woolf. Ao ler o livro, me deparei com uma narrativa complexa e intensa, com muitas passagens que me levaram a reflexão. O romance possui várias frases incríveis que vou levar pra toda minha vida. Confesso que, de início, foi muito difícil entender, mas ao longo da história, tudo foi ficando mais claro e apaixonante para mim.
Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Para mim também foi difícil de entender na primeira vez que tentei ler e abandonei. Mas alguns anos depois procurei ler devagar e procurando todas as palavras no dicionário e vi que o livro era uma obra prima, com reflexões sobre a vida em suas diversas fases.




letycialets 15/08/2016

Fascinante
O mais intrigante na forma de Virgínia Woolf escrever é como ela consegue relatar os fatos mais ordinários do cotidiano sem que estes pareçam monótonos e exaustivos de ler. “As ondas” é uma obra literária que trata, basicamente, da vida. Crescer, amadurecer, se apaixonar e todas intempéries que permeiam esses instantes da vida são retratados de forma poética e dramática. Foi o primeiro contato que tive com essa autora e certamente me motivou a comprar outros escritos seus. A crítica não foi nada bondosa com Virgínia, devido ao caráter denso de sua forma de escrever, o que por vezes dificulta o entendimento de alguns momentos do enredo, mas ainda assim, vale a pena a experiência de conhecê-la, pois é uma escritora que marca profundamente a alma dos leitores que lhe dão uma chance de mostrar todo o seu talento.
Juliana Brandão 16/02/2018minha estante
undefined




102 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR