Kamilla 16/10/2023Começo lento, mas final ótimoResenha de releitura - 16/10/2023
Li esse livro pela primeira vez há quase 10 anos atrás, e por mais que eu não tenha esquecido a premissa principal da história, confesso que os detalhes da história já tinham desaparecido da minha mente tem muito tempo.
Relendo o livro, confesso que senti um certo cansaço nos dois primeiros terços da leitura, Scott Westerfeld toma todas as páginas que precisa e um pouco mais para mergulhar fundo na construção de seu mundo distópico e de seus personagens.
Tally não é aquela heroína que chama atenção de primeira, mas ela cresce bastante ao longo do livro e com cada desafio que enfrenta, Shay promete ser aquela coadjuvante intrigante com um papel importante a desempenhar nos próximos livros da série, já que nas primeiras partes da história ela entregava opiniões e atitudes bem mais condizentes com o que seria esperado de uma protagonista.
David tem potencial, mas ainda não mostrou a que veio, não lembro dos detalhes da história, mas espero que ele não seja utilizado simplesmente para construir um triângulo amoroso, tão comum nos livros que foram lançados para o público de YA nessa época.
O começo da história é totalmente morno, mas os capítulos finais fazem valer a pena e criam uma situação muito interessante para a continuação da história.
Foi engraçado ler o livro reparando que a crítica social dele é bem mais pertinente para a nossa época de filtros, influencers e hedonismo do que na própria época em que o livro foi lançado, é assustador imaginar a quantidade de pessoas que enxergariam a sociedade proposta como utópica ao invés de distópica, já que é cada vez mais comum as pessoas se anestesiarem com uma vida de aparências e suspostamente perfeita enquanto se tornam cada vez mais desconectados e negligentes com o mundo ao seu redor.