Lary 26/08/2017O menino que desenhava monstros nos conta a história de Jack Peter, sua família e seu melhor e único amigo, Nicholas. Jack é um garoto de 10 anos e possui Síndrome de Asperger, que provoca dificuldades nas interações sociais do indivíduo e interesses restritos, que no caso do nosso personagem aqui citado, se manifestou em seus desenhos, que é sua melhor forma de se expressar.
Desde que ele era bebê, a mãe de Jack já havia percebido uma diferença significativa no filho, que nunca respondeu aos seus estímulos conforme o desejado. Já o pai, ignorava o fato e se agarrava a sua opinião de que o filho apenas se desenvolvia mais devagar que as outras crianças. Mas depois de um tempo, não deu mais para negar e os médicos afirmaram o diagnóstico. Tudo piorou após um incidente ocorrido aos seus 7 anos de idade, que como consequência, ele desenvolveu Agorafobia (medo de espaços abertos). A partir daí ele fica o tempo inteiro trancado dentro de casa e só sai em casos de extremas necessidades, como ir ao médico, e mesmo assim é preciso muito esforço da parte de seus pais. Sendo assim, o único passatempo de Jack é assistir TV, fazer desenhos e brincar com Nick quando este resolve visita-lo. As brincadeiras com Nick variam de acordo com os interesses de Jack e logo após enjoar de brincar com soldadinhos, Jack sugere que eles comecem a desenhar monstros. Até aí tudo bem, mas a coisa começa a ficar um pouco sinistra quando esses monstros simplesmente começam a aparecer na vida real.
Esse livro me fez ficar pensando na história por muito e muito tempo após terminar a leitura. O final foi algo que me surpreendeu bastante e me fez gostar um pouquinho do livro que até então eu estava odiando. Achei a narrativa bem lenta e às vezes confusa já que o presente e passado se misturam com frequência no decorrer da história. Não consegui me conectar e muito menos me sentir no lugar dos personagens, ficando sempre como alguém que assiste tudo de longe (e com muito sono, devo acrescentar) e isso me incomodou bastante.
Os personagens também não me conquistaram, com exceção do Jack que é um amorzinho, uma criança especial que merecia uma atenção especial, mas que pelo contrário, se sente assustada e com medo de ser abandonada por ser ?difícil?. Os pais dele, por diversas vezes conseguiram me irritar um pouco por frequentemente querer tratar o problema do filho como um ?temperamento ruim? e com isso, deixa-lo mais agitado e estressado. Não por falta de amor, esse amor pelo filho se reflete bastante principalmente nas atitudes do pai, que tenta lidar com o filho da melhor maneira possível. É mais pelo cansaço e esgotamento mesmo em cuidar de um filho que não sai de casa. E sobre Nick, prefiro nem comentar! Tudo isso tem lá suas explicações e no decorrer da história vamos entendendo um pouco mais os motivos de cada coisa que acontece. O livro não é de todo ruim, mas também não achei essa coca-cola toda que vi vários booktubers falando sobre o livro. Me resta acreditar que ou o livro não fez meu tipo, ou simplesmente li em um momento errado. E apesar de não ter curtido muito, não vou dizer que não recomendo, pois cada um tem suas opiniões e devo admitir que ele tem lá seus pontos positivos.