spoiler visualizarCheshire 20/11/2020
Sendo o segundo livro da série, Espada de Vidro vai nos conduzir na busca de Mare por sanguenovos e por respostas. Em resumo é isso.
Eu não vou dizer que amei o livro porque seria mentira. Mas também não vou dizer que odiei. Não é o primeiro, isso fica bem claro, mas eu esperava um pouco mais.
Eu gostei de toda a trama, das dificuldades e escolhas que a Mare teve que fazer. Eu entendo que tudo é muito difícil e também entendo sua luta interior. Até porque, depois de tudo que ela passou e fez, não me surpreende ter se tornado assim.
Mas eu também não vou passar pano pra ela não. Principalmente depois da cena da prisão, com os guardas na sala de vidro. Ela e a Cameron foram muito cruéis. Não teve nenhum resquício de compaixão ou empatia.
Enfim, depois daquele final avassalador do primeiro livro, fiquei muito ansiosa pra saber o que aconteceria com os personagens. Com Cal exilado, Shade VIVO e Kirlon na guarda o que me restava era roer as unhas e afundar a cara na história. Não foi bem isso que aconteceu.
Depois que eles fogem, somos apresentados a outros personagens e outros lugares. Até aí tudo bem. O problema mesmo é quando Mare começa a resgatar os outros sanguenovos. São MUITOS, e poucos com algum conteúdo além do nome e seus poderes.
O livro todo é essa busca desenfreada, misturada com dúvidas da Mare e claro, algumas boas intrigas.
PONTOS INCÔMODOS
- Quantidade de personagens: Alguém me explica o tanto de personagens que apareceram aqui? Tudo bem, eu entendo seu real motivo, a lista e tudo mais, mas foram tantos que num determinado momento eu deixei de me importar. Talvez nem seja o motivo da quantidade em si, mas sim da qualidade. Não adquiri nenhuma empatia por grande maioria pelo simples motivo de não ter um desenvolvimento melhor. Era sempre o nome, o poder e talvez o que eles tinham de profissão. Tem uma cena mesmo que é apresentado uns 7 de uma vez só. Sinceramente eu nem fiz questão de decorar.
- Mortes: Fiquei muito zangada porque tinha tudo pra me fazer chorar. A morte de Shade foi MUITO inesperada. Demorei horrores pra começar o outro capítulo (questão de dias) me preparando psicologicamente pra bomba que eu ia levar, com todas a lembranças e tals. Só que não né!? Parece que a autora simplesmente cagou pra morte dele. Eu estava esperando um reconhecimento maior.
E não foi só ele. Tiveram outros sanguenovos que eu gostava. O Gareth, o Nix e a Ketha foram só citados mano. SÓ CITADOS. Eles mereciam mais do que um simples parágrafo em memória.
Também tem a Elara. Eu aguardava mais da morte dela. Ao menos uma descrição mínima. O que ela sentiu? Medo? Raiva? Surpresa? Não sabemos.
- Repetições: Olha, eu pensei seriamente em largar o livro porque eu fiquei com um pouco de ranço da Mare (me perdoem os fãs). Eu perdi as contas de quantas vezes o apelido "garota elétrica" ou "menina elétrica" apareceu. Juro, fiquei muito irritada e até com um pouco de vergonha alheia.
Também tem o fato dela repetir o tempo todo o quanto a Lady Blonos ficaria orgulhosa e tals. Ahhhhh
Fora também, ela falar que não pode confiar em ninguém e depois acreditar em cada palavra que o Jon fala. Tipo, QUAL SEU PROBLEMA? VOCÊ ACABOU DE CONHECER ELE!
- Outros personagens: Queria que a Farley, Kilorn e até a Ada tivessem mais participação. Não sei se isso vai acontecer nos próximos livros, mas eu realmente queria saber mais sobre eles. Principalmente sobre a Farley, porque eu amo essa mulher demais.
Não quero que pensem que o livro é ruim. Mas não vá com muita sede ao pote. Parece que faltou um pouco mais de desenvolvimento. Tirar algumas coisas e acrescentar outras. Se o livro tivesse mais páginas, mesmo que fosse pra colocar mais detalhes eu não reclamaria. Um exemplo seria explicar mais sobre os sanguenovos, o que eles passaram. Suas histórias. E não simplesmente jogar aos quatro ventos.
Vou ler A prisão do rei esperando pouca coisa. Não sei qual vai ser a experiência, mas espero que seja boa ou até mesmo um pouco melhor.
Apesar de ter ficado desapontada, eu gosto da Mare e do desenvolvimento que a autora mostra ao redor dela. A modificação da personalidade e como as escolhas e ações são capazes de transformar a pessoa num "monstro" é muito boa. E também, Victoria mostra a luta interna pra fazer o que é preciso, mesmo com consequências ruins. Acho que a definição certa seria trocas e sacrifícios por um bem maior. Mare sofreu muito e eu desconfio que vá sofrer ainda mais nessa continuação. Jon disse que ela ia se levantar sozinha e que via o que ela podia se tornar. Não um relâmpago, mas uma tempestade. A tempestade que iria engolir o mundo inteiro. E eu tô como? Super ansiosa pra isso acontecer, claro!