Jemilly 31/08/2020
Cassel faz tudo
Chegamos ao último livro dessa trilogia que trouxe um ?que? de novidade para os universos de fantasia infanto-juvenil, que usam sempre os mesmos tipos de personagens míticos (vampiros, lobisomens, fadas...), que não julgo, pois também amo, mas é sempre bom dar uma renovada na criatividade. E, independente de se gostaram ou não da trilogia, com toda certeza ela já ganha pontos extras por isso.
"Está na hora de ir com tudo, para um lado ou para outro. Está na hora de decidir no que quero acreditar."
Alma Negra é uma bola de neve em formato literário. As consequências das decisões que Cassel tomou nos livros anteriores, e que o levaram até ali, estão começando a aparecer e o obrigando a se envolver mais ainda em problemas que não seriam dele. Aqui chegamos à conclusão definitiva que ele tem uma família horrível, apesar de não conseguir odiar nenhum por completo, ele vai tentando o tempo todo arrumar as besteiras em que se metem e fica cada vez mais preso por consequência.
Agora ele terá que armar o maior golpe de sua vida enquanto sofre pressão da Máfia, FBI e da escola, além de tentar controlar seus próprios sentimentos em relação a Lila.
"Ela foi a paixão épica da minha infância. Foi a tragédia que me fez olhar dentro de mim mesmo e ver meu coração corrupto. Ela foi meu pecado e minha salvação."
A questão política da sociedade, que antes rodeava o enredo dos livros anteriores, entra bem mais forte nesse último livro. A preposição 2 para que todos os mestres sejam identificados está mais próxima de ser aprovada, e Cassel cada vez mais envolvido, apesar de suas tentativas de se afastar anteriormente.
A relação com os amigos foi, em momentos, bem explorada, Sam e Danecca são bem trabalhados nesse livro, apesar de achar que ouve uma criação de núcleo de novos acontecimentos para eles acabarem se afastando da trama central que Cassel estava envolvido. O que não ficou ruim, deu mais movimento para a história, mas ao mesmo tempo acumulava o protagonista com coisas para serem resolvidas, mas ele trabalhou muito bem em sua função de faz tudo, rs.
"Sinto que não sobrou nada. Não há vontade de lutar em mim."
Não vou me prolongar em detalhes dos acontecimentos. Minha opinião geral é que, dentro do gênero Infanto-juvenil, acho Mestres da Maldição uma das tramas mais bem desenvolvidas, com ótimos personagens e sem muitas brechas. Ele entrega o que se propõem, é uma leitura extremamente divertida e com ótimas reviravoltas.
Não vai ser uma leitura que vai mudar sua vida, mas com certeza não foi uma perda de tempo. É um universo que eu adoraria que fosse mais explorado, mas digo que foi um dos finais mais divertidos que li. E não sigam o exemplo dele